Esteroides x Serotonina: o gênero em dois renomados artistas de rap francês dos anos 2000 * KARIM HAMMOU ** Tradução (original) (raw)
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ESTEREÓTIPOS SONOROS: A ESCALA MENOR HARMÔNICA E A REPRESENTAÇÃO DA MÚSICA ÁRABE
VII ENABET - Redes, Trânsitos e Resistência, 2015
Resumo A partir de meu trabalho de campo, onde produzi uma etnografia da produção musical palestina, pude conferir que a música árabe ouvida na própria Palestina nem sempre condiz com a ideia de uma estética de "música árabe" que usualmente escutamos no Brasil. A partir de uma breve análise musicológica de produções musicais feitas em países ocidentais (desde Heavy Metal britânico, obras para banda sinfônica nos Estados Unidos, até pagode brasileiro), pretendo demonstrar como lançando mão do sistema tonal ocidental, através especificamente, neste artigo, da escala menor harmônica, criou-se uma ideia de "música árabe", estereotipada, presente em filmes, desenhos e produções musicais em geral que têm como objetivo representar o "mundo ou a sonoridade árabe". Desenhos como Aladdin, filmes como A Múmia, e até mesmo novelas brasileiras como O Clone, pretendem demonstrar temas relacionados a uma ideia de "mundo árabe". Pretendo, com isso, demonstrar como a trilha sonora se torna um elemento de bastante importância no processo de construção e reprodução de representações. Assim, o uso bastante contínuo da escala menor harmônica, neste caso, passa a criar um certo "estereótipo sonoro", relacionado com uma ideia do que é a música ou o "mundo árabe".
CAMPOS DE TENSÕES: ESTEREÓTIPOS SEXISTAS E LUTAS DE REPRESENTAÇÃO NO RAP BRASILEIRO (1988-2012
Domínios da Imagem, 2020
Os rappers, no Brasil, emergiram como vozes legítimas na abordagem e na produção de leituras sociais, assumindo, à sua moda, o papel de intérpretes/narradores de seu tempo. Entretanto, como as tensões em torno das questões de gênero e as representações do feminino estampadas em letras de rap com posturas machistas, sexistas e, por vezes, misóginas sugerem, há, simultaneamente, um grande espaço de lutas no qual posicionamentos e valores conservadores são reproduzidos, naturalizados e, também, contestados. Assim, por meio da análise de músicas produzidas entre o final dos anos 1980 até 2015, propõe-se uma leitura das relações entre o masculino e o feminino para entender como a diferença sexual é também construída por discursos que a alimentam e a legitimam.
Aspectos cancionais do rap em Criolo e Emicida
Trabalho publicado pela Revista Crioula, da Universidade de São Paulo, 2018
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo estudar as articulações entre concepções da canção popular urbana e a obra musical dos rappers Criolo e Emicida. Traçando eixos comparativos entre a bricolagem e o sampling, método que está na base das canções de rap, buscamos compreender como essa dinâmica interfere nas interpretações sobre a canção popular brasileira. As canções dos artistas em estudo selecionadas para este trabalho estão presentes nos álbuns " Ainda há tempo " e " O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui ".
Um flow da literatura afro-brasileira: Amiri e sua “Insônia”, rap de um sobrevivente existencial
2017
Um flow da literatura afro-brasileira: Amiri e sua "Insônia", rap de um sobrevivente existencial Maurício Tavares de Oliveira N. USP: 5122878 Queremos mais que reparação histórica ver os nossos em evidência e isso não é um pedido Chega de tanta didática a vida é muito vasta pra gastar o nosso tempo ensinando o que já deviam ter apreendido Mel Duarte, "Mandume" Não espanta que foram preciso leisresultado de muita luta do movimento negropara que se estudasse o negro e a África em sala de aula. Não estava no plano original, nada tinha a ver com o ideal de civilização. Então, pra quê? Nós, professores negrosque nascemos e crescemos nas periferias, estudamos em escolas públicas, que usamos cotas quando prestamos vestibularpropomos uma revisão dessas lógicas. Suzane Jardim Introdução A realidade da escola básica brasileira, especialmente da escola pública, é dramática. Inúmeros trabalhos de pesquisadores e estatísticas do próprio governo indicam a precariedade das condições de trabalho docente e a falta de interesse dos alunos, nos mais diversos níveis. Ainda assim, políticas públicas que tenham como objetivo, de fato, contribuir para, se não solucionar as questões mais urgentes do cotidiano escolar, ao menos minimizá-las, não têm tido prioridade na gestão dos governos, sejam eles em níveis federal, estadual ou municipal. Uma das razões constantemente apontadas para a falta de interesse e evasão dos alunos é o desinteresse profundo em relação ao ensino
Vozes do Carandiru: o rap de cárcere e os estigmas sociais
A presente dissertação busca apresentar o rap produzido no cárcere como literatura de cárcere, oral e performática a partir de dois grupos de rap procedentes do Complexo Carcerário do Carandiru, a maior prisão da América Latina, extinta em 2002. Os grupos surgiram entre os anos de 1996 e 1999, a saber, "Detentos do Rap" ou "DTS" e "509-E", respectivamente. Pelo que se percebeu durante a pesquisa, o rap carcerário ainda não havia sido incluso na categoria das literaturas de cárceres do país, que tem como principal expoente o livro de Graciliano Ramos "Memórias do cárcere", mas também os testemunhos surgidos após o massacre ocorrido no Carandiru em 1992, que fez com que diversos autores escrevessem sobre este ambiente. No entanto, sendo a prosa ainda predominante é importante que o rap como uma lírica contemporânea possa complementar esse rol literário. Através da junção de conceitos que perpassam pela dialética da marginalidade; pelas sociologias das ausências e das emergências; pela literatura como inscrição do eu; pelo realismo afetivo e pelas performances poético-musicais pretendeu-se delinear uma estética de sobrevivência na qual os sujeitos, aqui duplamente marginalizados pela sociedade conforme se constatou, apresentem e se representem através das poesias selecionadas. Seus estigmas de presidiários e o caráter de exclusão foram potencializados positivamente em suas vidas através do lirismo poético e ácido destas poesias de violência. Tais poesias, a partir daí surgem como uma tentativa de fuga desses sujeitos encarcerados no sentido de buscar uma redenção para si através das palavras, além de falar pela corporeidade representada nas performances audiovisuais cujo cenário cruel e histórico é o próprio Carandiru. A política da memória fez-se, neste trabalho, aprisionada pela linguagem poética de resistência para dar visibilidade a um universo sombrio e apontar que a literatura parece ainda em meio ao caos estabelecido tocar as subjetividades de diferentes formas. Percebeu-se que tais perspectivas de leitura só são possíveis através dos estudos culturais que procuram aproximar a literatura e a performance na contemporaneidade para dar voz aos diferentes entrelaçamentos que se fazem presentes nestas formas de artes.
A música para teclas do período Barroco caracteriza-se pela necessidade de que o instrumentista contribuía com alta carga de ornamentação e improvisação, aspectos geralmente desconsiderados pelos músicos atuais. Esta pesquisa pretende investigar os padrões de improvisação e de ornamentação barrocas segundo a abordagem autenticista de Harnoncourt (1985 e 1988) e Dart (2002. Tais autores postulam que importantes fenômenos estruturais da música da Idade Média, da Renascença e do Barroco ficam prejudicados quando não são incluídas na interpretação os procedimentos improvisativos e ornamentações necessárias. Desse modo escolhemos a Allemande do livro Nouvelles Suítes de Pièces de Clavecin (1731) de Rameau, para uma possível realização dos aspectos improvisativos, utilizando como base o livro Pequeno guia para a ornamentação da música do Barroco (1979) de Linde.
SERRO E DIAMANTINA COLONIAIS - UMA RELEITURA DA PRÁTICA MUSICOLÓGICA DE CURT LANGE
Tese de Doutorado, 2022
O objetivo geral da tese é avaliar a prática musicológica de Francisco Curt Lange (1903-1997) por meio dos seus documentos de pesquisa (bibliografia consultada, correspondência expedida e documentação cartorial), acerca da música em Serro e Diamantina coloniais. O texto está dividido em quatro capítulos independentes, cada um desenvolvendo objetivos específicos, que se articulam progressivamente para chegar à avaliação pretendida. Em cada um dos capítulos são utilizados referenciais pertinentes às questões investigadas, principalmente na perspectiva da musicologia (Modesto Flávio Fonseca, 2013 e Paulo Castagna, 2004; 2008a; 2008b), com o auxílio complementar da história, em especial a noção de documento-monumento de Jacques Le Goff (2013) e a escrita de si, desenvolvida por Ângela de Castro Lopes (2004). No primeiro capítulo buscamos compreender a produção bibliográfica acerca da música no período colonial mineiro, entre 1940 e 2021, identificando os principais autores, formatos e categorias. No segundo, visamos reconstruir a cronologia e as especificidades da trajetória de pesquisa de Curt Lange, acerca da prática musical de Serro e Diamantina coloniais, a partir da análise da correspondência entre 1956 e 1986, enviada pelo musicólogo a pessoas diretamente ligadas às referidas localidades, bem como a facilitadores da publicação do resultado de suas pesquisas. No terceiro capítulo buscamos conhecer a bibliografia básica utilizada por Lange, na construção do texto do Livro VIII da Coleção História da música na Capitania Geral de Minas Gerais dedicado a Vila do Príncipe do Serro Frio e Arraial do Tejuco, destacando os seus principais argumentos, escolhas e ênfases. E, finalmente, no quarto capítulo procuramos atualizar a interpretação dos dados contidos na documentação, referentes à prática musical no Serro e Diamantina coloniais, coletados e acondicionados no Acervo Curt Lange da UFMG - ACL/ UFMG (Série 10 - Subsérie 10.3 - Pastas 10.3.35 e 10.3.39). A tese que adotamos é que Curt Lange escreveu uma história parcial da música em Serro e Diamantina coloniais, focalizando sua interpretação na vida e obra de um único compositor, que considerou comparável aos grandes compositores europeus. Isso limitou a sua visão dos registros das práticas musicais contidas nos documentos cartoriais pesquisados, o que impactou consideravelmente a sua interpretação acerca do lugar social dos músicos “mulatos” do período colonial mineiro. Consideramos que Lobo de Mesquita, sem perda da qualidade estético-musical da sua obra, era um “mulato” que exercia o ofício de músico, estando sujeito ao peso da sua condição de artesão, no contexto da sociedade estamental do período. Em contraposição à visão emancipadora e até glamorosa proposta pelo musicólogo, a reinterpretação dos dados aponta muito mais para uma relação de dependência e subordinação, tanto entre os músicos e as organizações de leigos da época, quanto entre os mesmos e o Senado da Câmara. Adicionalmente, concluímos que a narrativa histórica proposta por Curt Lange não é a única a ser contada, pois encontramos indícios de outras histórias da música em Serro e Diamantina coloniais, que ainda estão por ser investigadas.
O MC HOMERO E O RAPSODO MAX BO: A ÉPICA GREGA NA LINGUAGEM DO RAP (2013)
1 RESUMO: O objetivo é falar a respeito do trabalho conjunto de que o autor participou em 2011, "Ilíada e Odisseia: ritmo e poesia", no qual propunha a transposição de quatro trechos da poesia épica de Homero para a linguagem do rap e que resultou em dez apresentações na cidade de São Paulo com o MC Max BO e o DJ Babão. No artigo, não só indico quais são as características principais da Ilíada e da Odisseia, mas também como elas se aproximam da criação dos rappers contemporâneos, tornando assim pertinente a "tradução" desses textos antigos numa forma urbana atual, com forte apelo entre os jovens. A iniciativa mostra como caminhos alternativos permitem que conteúdos em geral restritos ao universo acadêmico cheguem a um público mais amplo.
Tese - Música eletrônica e xamanismo
Musica Eletrônica e Xamanismo: Técnicas contemporâneas do êxtase, 2006
Trata-se de uma teoria embasada em música de um estadutante uma da Universidade Estadual de Campinas.