Mitos Cosmogônicos (original) (raw)
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Uwa’kürü - dicionário analítico, 2017
Um governante precisa cantar as suas glórias, para que seus feitos sejam imortalizados. Assim surgem as histórias oficiais, os mitos fundadores e os heróis de uma nação. Quem está no poder precisa da linguagem para criar um mapa de sentidos, que eduque a população a ler o mundo de uma determinada forma, que favoreça a manutenção das relações sociais instituídas. A palavra mito geralmente é apresentada como uma derivação do grego mythos (do grego antigo μυθος), que significa palavra, narração ou discurso. Talvez a definição mais simples, consensual e abrangente: O mito é uma narrativa, uma história, mas não é uma narrativa ou um tipo de discurso qualquer. É uma forma de narrar as histórias, um aspecto inerente a experiência humana de pensamento, sentimento e significação do mundo, e que contribui com o ordenamento das relações socioespaciais em uma cultura. Neste ensaio vamos procurar destacar as sobrevivências do pensamento mítico na dita modernidade, os aspectos míticos das narrativas sobre os grandes feitos e heróis da nação, isto é, como existe uma perspectiva de narrar os fatos históricos que produz mitos modernos, como exemplo, o desenvolvimento sustentável no Acre contemporâneo e a mitificação de Chico Mendes.
Cosmogonias de Platão e Aristóteles
2019
Breve resumo das cosmogonias clássicas de Platão e Aristóteles. Artigo que faz parte do livro intitulado 'Sobre Arte e Fogo'. Livro que recebeu Prêmio de Menção Honrosa no Concurso Literário da Academia Pernambucana de Letras em 2020.
RUS (São Paulo), 2019
No presente artigo, Eleazar Meletínski discute a transformação do mito em conto maravilhoso. Para isso, ele apresenta diferentes pontos de vista sobre a distinção entre mitos e contos (skazka) primitivos. Como tentativa de síntese, ele propõe um sistema de traços distintivos capaz de distinguir os dois gêneros narrativos.
A Influência dos Aforismos Sapienciais no Mito Cosmogônico do ἹΕΡΟΣ ΛΟΓΟΣ Hermético
Revista Classica, 2017
resumo: A despeito de Charles Harold Dodd ter afirmado que o Corpus Hermeticum III, intitulado Ἱερὸς Λόγος, não é um tratado hermético, mas judaico-estoico e que não tem nenhuma afinidade com a Literatura Hermética, mesmo que Walter Scott tenha considerado o Corp. Herm. III como um tratado sem ou quase inteiramente sem sentido, é plausível que esse texto tenha sido escrito sob a influência dos aforismos sapienciais ou das sentenças gnômicas, apresentando semelhanças com vários tratados herméticos, apresentando similaridades monistas. O mito cosmogônico do Ἱερὸς Λόγος é influenciado pelas sentenças iniciais e finais do tratado, que formam uma moldura e orientam todo texto. Embora seja considerado um tratado judaico-estoico, o Corp. Herm. III tem relações com os temas do hermetismo mágico-astrológico dos Papyri Graecae Magicae, tais como ϰοσμιϰὴ σύγϰρασις, ἀνάγϰη, ἐνέργεια e δύναμις ϑεία. Ademais, o Ἱερὸς Λόγος propõe o conhecimento das potências astrais divinas (εἰς γνῶσιν ϑείας δυνάμεως). O presente artigo objetiva, por meio de uma análise do gênero literário das γνῶμαι ou ἀφορισμοί e suas tipologias, demonstrar que o Corp. Herm. III é um tratado cujo monismo faz parte de toda uma tradição mágico-astrológica que subjaz ao texto religioso. AbstrAct: In spite of having affirmed Charles Harold Dodd that Corpus Hermeticum III, entitled Ἱερὸς Λόγος, is not a hermetic treatise, but Judaeo-Stoic one and that it has not any affinity with the Hermetic Literature, even though Walter Scott has found Corp. Herm. III as a treatise without or almost completely without sense, it is credible that this text has been written under the influence of the sapiential aphorisms or gnomic sentences, presenting monist similarities with several hermetic treatises. The cosmogonic myth of the Ἱερὸς Λόγος is influenced by the initial and final sentences of the treatise, which form a frame and orientate all