América Latina: o dilema das origens (original) (raw)
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Resenha: A América Latina. Males de Origem
Cadernos PROLAM/USP
Trata-se de uma resenha da obra de Manoel Bomfim, escrita em 1903, em Paris: A América Latina. Males de Origem. Esta obra balança as estruturas de pensamento vigentes no início do século XX, trazendo considerações sobre os males de origem que assomam os países americanos de colonização ibérica. As ideias do médico e educador Manoel Bomfim, ousadas e contra a corrente dominante na época, merecem ser rememoradas e colocadas em pauta de discussão, em pleno século XXI, visto que se mantêm atuais e provocadoras. Afinal, os dentes de ixode de séculos de parasitismo europeu apresentam-se, ainda, insistentemente, na história e na evolução da rica em desafios de investigação, complexa e instigante América Latina.
América Latina: dilemas da esquerda em perspectiva histórica
Quis a ironia da história que na América Latina o século XX tenha começado com a revolução mexicana, deflagrada contra a oitava reeleição de Porfírio Diaz, e tenha se encerrado com a integração do México ao NAFTA, a área de livre comércio que reduziu a pátria de Zapata à condição de semi-colônia norte-americana, justamente, quando uma onda de revoluções anti-imperialistas derrubava presidentes alinhados com Washington na Argentina, Bolívia e Equador, derrotava um golpe na Venezuela e enterrava o projeto do ALCA (Acordo de livre comércio das Américas).
Diáspora sonora na América Latina: a ancestralidade como elo
A contemporaneidade, enquanto tempo histórico possível para se pensar a dinâmica que caracteriza as práticas culturais, tem sido cada vez mais marcada por artefatos globalizantes/globaritaristas voltados à introdução das ideologias do Norte Global em detrimento das experiências locais do Sul. A partir de experiências compartilhadas, os agentes de uma geopolítica latino-americana, neste sentindo, tem forjado estratégias históricas de combate à supressão do que nos é particular; seja do que nos é originário (indígena) ou do que escolhemos para ser nosso (o afro). Apontando para uma, dentre as muitas estratégias engendradas pela população latina, especificamente aquelas que dizem respeito às simbologias e experiências fruto da diáspora africana, busco aqui observar a linguagem musical como não apenas uma destas estratégias, mas também como um elo que interliga três países deste território: o Brasil, Uruguai e Cuba. Percebendo a cultura Bantu, do Congo – Angola, como ponto de partida, sinalizo para um determinado elemento musical (aqui visto como uma " linha guia " , ou time line, timekeeper (Nketia, 1975)), historicamente ligado à esta família cultural africana, e que se encontra presente em manifestações populares dos três países latinos citados. Elementos musicais como este, ao passo em que foram ressignificados em cada local, também adquiriram comportamentos particulares ainda sem deixar de ter a energia fundamental compartilhada que os sustentam enquanto força motriz. No Brasil, se percebe este time line tanto no âmbito da música recreativa (como o funk carioca) e também no âmbito religioso-no candomblé de nação Angola, onde é conhecido como o toque Congo (ou Congo de ouro). No Uruguai, observaremos aqui a sua presença no Candombe de rua-que mescla o religioso e o profano, bem como em Cuba, observaremos sua presença no gênero Son.
“A América Latina existe?”: A construção de identidade(s) a partir de um paradoxo.
Este trabalho tem como objetivo analisar como são construídas as identidades nacionais e de uma suposta identidade latino-americana, dentro do paradoxo da existência da América Latina, a partir da historiografia e da literatura. O presente trabalho está dividido em duas partes: a primeira abrange a discussão dos textos de Adauto Novaes, Darcy Ribeiro, Emir Sader e Leslie Bethell; a segunda parte é analise do romance autobiográfico de Isabel Allende Meu País Inventado, que tem como objetivo compreender a construção da identidade chilena e como a América latina se insere neste constructo.
Raízes da América Latina: origens e fundamentos de uma identidade
Revista de História
O artigo “Raízes da América Latina” analisa a trajetória de debates em torno das origens e dos fundamentos da identidade latino-americana. Para tanto, optou-se por um recorte cronológico centrado em três períodos. O primeiro contempla o debate sobre a origem autóctone ou francesa da identidade. O segundo ciclo perpassa o processo de consolidação do conceito no meio intelectual, na transição do século XIX para o século XX. Finalmente, o terceiro estágio – aqui analisado de maneira breve – compreende o processo de maturação da latino-americanidade como identidade supranacional, a partir do surgimento da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), em 1948, que impactou a forma como os países da região passaram a enxergar seus homólogos. Desse modo, o artigo apresenta as principais interpretações existentes sobre esse conceito-identidade ainda tão utilizado e disputado na semântica política.
A AMÉRICA LATINA E OS POVOS ORIGINÁRIOS: SEQUELAS DA COLONIZAÇÃO
CAOVILLA, M. A. L.; SILVA, R. P. L. A AMÉRICA LATINA E OS POVOS ORIGINÁRIOS: SEQUELAS DA COLONIZAÇÃO. DIREITO E JUSTIÇA: REFLEXÕES SOCIOJURÍDICAS, v.18, p.123-143, 2018
O presente artigo é resultado de estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa: Direitos Humanos e Cidadania da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), com o objetivo de fazer um relato histórico sobre a colonização da América Latina, de aspectos da modernidade e face oculta à colonialidade, presente até os dias atuais. Aborda a formação dos Estados no contexto latino-americano, especialmente no Brasil, enfocando a realidade social, política e jurídica dos povos indígenas no Brasil.
A América Latina em disputa: História e historiografia de uma polêmica
Revista Eletrônica da ANPHLAC, 2020
Este artigo tem por objetivo discutir aspectos relacionados à circulação e aos significados da ideia de "América Latina". Partindo de um debate iniciado na década de 1960 por autores como o norte-americano John Leddy Phelan e o uruguaio Arturo Ardao, este texto busca compreender as concepções historiográficas que têm balizado as discussões acerca dessa temática. Da mesma forma, procura compreender em perspectiva histórica a construção e as diversas apropriações dessa denominação, tanto como artefato de projetos imperiais, quanto como instrumento de defesa identitária e geopolítica dos países hispano-americanos em relação às pretensões expansionistas dos Estados Unidos. Este texto se debruça, portanto, por um lado, sobre produções intelectuais relativamente mais recentes que elaboraram uma interpretação sobre as "origens" do conceito de América Latina; e, por outro, sobre aquelas, particularmente francesas e hispanoamericanas, que participaram desse processo no século XIX, enfatizando a utilização da ideia de "latinidade" como forma de se posicionar contra a presença norte-americana na América Central.