Mediações da fé e tecnologias (original) (raw)
Os fenómenos de utilização massiva dos recursos digitais, com a sua consequente utilização em todos os âmbitos da vida pessoal e comunitária, leva a que se tome consciência de que a web está a for-necer as ferramentas tecnológicas para novas formas de socialização, numa rede de sujeitos e de dispositivos. A web aparece, então, como uma ferramenta com muito poder para a reconstrução social, é o seu catalisador. O que aqui vamos ensaiar é uma reflexão sobre o modo como podemos refletir e compreender a transmissão da fé que se possa realizar nos ambientes digitais. 1 Entendemos que a transmissão da fé pode ser percebida, em certa medida, como próxima da comuni-cação, pois, no sentido ativo, é o ato de transmitir, de entregar, e no sentido passivo é o conteúdo da comunicação, aquilo que se comuni-ca. A tradição, como «destino e desafio» 2 , postula a assimilação livre e inteligente da tradição, com a consequente atitude crítica, pois a assimilação pessoal é sempre interpretação. Esta resulta da interação daquilo que é transmitido com as experiências pessoais, o que sinte-tiza a possibilidade da continuidade da transmissão e a sua inovação. 1 Esta reflexão retoma o que trabalhámos em O digital no serviço da fé. Formar para uma oportuniade, ed. Universidade Católica Editora, Lisboa, 2016. Faze-mo-lo como expressão de grande gratidão e reconhecimento ao Pe. e Dr. Ma-nuel Moreira da Costa Santos. Se tivemos vontade e gosto em estudar Teologia, muito se deve a ele, ao seu estilo, paciência e pedagogia; ao escolhermos o tema que nos ocupa há vários anos, tomamos conciência de que foi pela sua mão que começámos a conhecer a "cultura digital" e a publicar sobre esse tema (Cf. L. M.