Complicações Bucais no Tratamento Radioterápico (original) (raw)

RESUMO O objetivo do presente estudo é salientar as possíveis complicações bucais decorrentes do tratamento radioterápico na região de cabeça e pescoço. Embora a radioterapia vise erradicar o tumor sem causar danos aos tecidos adjacentes, isto nem sempre acontece, sendo a maioria dos problemas dose-dependentes. Xerostomia, mucosite, cárie de radiação, osteoradionecrose, trismo, desenvolvimento dentário anormal são algumas das possíveis conseqüências desta modalidade terapêutica. A avaliação prévia da condição bucal e o acompanhamento pelo cirurgião dentista durante o tratamento radioterápico podem minimizar os danos causados aos tecidos bucais. Conclui-se que a radioterapia é uma especialidade médica utilizada no tratamento do câncer de cabeça e pescoço que pode provocar efeitos colaterais importantes aos tecidos bucais, daí a necessidade desse conhecimento por parte do cirurgião dentista, para que possa atuar na prevenção e redução de tais danos. INTRODUÇÃO A cavidade oral é um importante local de ocorrência de tumores malignos. Em 1996, o Ministério da Saúde relatou que o câncer bucal está entre os dez tumores mais freqüentes. O tratamento das neoplasias malignas é realizado principalmente por meio da cirurgia, que é o tratamento de escolha, associada à radioterapia e quimioterapia. Em alguns casos somente a radioterapia é indicada como tratamento. As complicações bucais são comuns, em pacientes com neoplasias na região de cabeça e pescoço, em decorrência do tratamento radioterápico. As principais alterações são xerostomia, mucosite, cárie de radiação, osteradionecrose, trismo e desenvolvimento dentário anormal. Sendo assim, o cirurgião dentista deve compor a equipe multidisciplinar no atendimento de paciente com câncer bucal, visando minimizar os efeitos estomatológicos causados pela terapia radioterápica. REVISÃO DA LITERATURA XEROSTOMIA Durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, através da radioterapia, as glândulas salivares estão usualmente dentro da zona de irradiação, provocando alterações morfofisiológicas