A vida selvagem em vitrine: Reflexões sobre os animais em museu (original) (raw)

Acervo vivo de animais simbólicos: quando o patrimônio cultural intangível encontra-se em exibição

novas questões no que tange à sua preservação e entendimento. Atualmente, o termo patrimônio cultural ultrapassa, e muito, o seu sentido original de bem exclusivamente material, possuindo ainda um substrato coletivo e intocável. Trata-se do chamado patrimônio cultural imaterial ou intangível, que incluem as tradições orais, os costumes, as artes e todas as habilidades especiais relacionadas com os aspectos materiais da cultura, como as ferramentas e os lugares onde estas atividades tomam curso -suportes da tradição. Na esteira desta ampliação, o papel e o funcionamento dos museus contemporâneos sofreram modificações. Conceitos como museu-vivo e museu-processo entram em cena. Neste artigo pretendemos caracterizar estas novas concepções de patrimônio cultural e de museologia, seus conflitos de valores e potencialidades, ilustrando o tema com uma análise crítica do Salão do Encontro (Betim/MG), museu do saber-fazer artesanal mineiro e primeiro bem cultural oficialmente registrado como Patrimônio Imaterial de um município no Estado. Aqui, o termo "acervo vivo", comumente utilizado em museus biológicos, vai referir-se à exposição dinâmica do modus vivendis destes fascinantes animais simbólicos que somos nós.

O museu de zoologia como espaço formativo: uma experiência que vale a pena ser vivenciada

Educação em Análise

O presente artigo tem como objetivos: a) compreender a importância do Museu de Zoologia enquanto espaço formativo, e b) identificar como o museu de Zoologia pode auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de alunos dos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública localizada na cidade de Londrina, acerca dos conceitos de conservação ambiental e biodiversidade, tendo como parâmetro, os animais taxidermizados. Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica e de campo. Ao termino da pesquisa constatou-se que os alunos conseguiram conhecer o conceito e o contexto que envolve os animais taxidermizados, bem como, a necessidade de perceber a importância da relação entre o homem e a natureza no que tange a preservação do meio ambiente.

Entre o real e o representado: um debate na história dos animais

A história dos animais é um campo recente que vem sofrendo um progressivo incremento. Na primeira produção da área, o enfoque estava nas representações animais. Num segundo momento, o chamado animal " real " começou a ser incorporado às narrativas. É nesse momento que se observa a centralidade da agência animal, amparada tanto por teorias sociológicas quanto pela incorporação da etologia de viés naturalista. O ensaio faz uma revisão bibliográfica destes dois momentos, apontando para as implicações de se incluir relatos etológicos como fontes para a escrita da história, entre elas, a questão da representação nos relatos científicos e a da reiteração de uma divisão entre ciências naturais e humanas (ou sociais) e os animais como seres naturais. Abstract: The history of animals is a recent and increasing field. Its literature used to focus on animal representation, but in the later works the so-called " real animal " started to appear. At this second moment, animal agency gains centrality through the mobilization of sociological theories as much as ethological literature, especially naturalistic works. The present essay reviews this two periods aiming to bring light to the limits and consequences of using ethological material as a source to write history. Namely that they also present a representation of the objects studied and that this kind of source may enforce the division between natural and social sciences and the animal as a natural being.

Museu de Ciência Animal como espaço de popularização e descobertas científicas

Research, Society and Development, 2020

Museus de ciência constituem um espaço cultural predominante visitado por crianças e adolescentes, e na maioria das vezes são utilizados para consolidar conhecimentos adquiridos na educação formal, bem como os conhecimentos de origem empírica. O acervo do museu de ciências da UNIPAR, possui animais selvagens, da fauna Brasileira taxidermizados, que por sua vez, com destaque a fauna da região noroeste do estado do Paraná, cumprindo o papel das coleções museológicas, pois além de ser uma coleção, as peças neles encontradas devem ser conservadas e pesquisadas, contribuindo para o conhecimento e aprimoramento do estudo científico na educação básica, popularizando o conhecimento. Dentro da dinâmica do museu ainda é possível desenvolver pesquisas científicas que podem resultar em descobertas como a de um baço acessório encontrado em uma espécie de Felídeo, a descrição de tal estrutura é muito escassa na literatura. Assim os museus de ciência colaboram diretamente com o ensino, a pesquisa ...

Animais peçonhentos em rede: uma exposição multi-museus

Museologia & Interdisciplinaridade, 2019

Resumo A divulgação sobre animais peçonhentos é um desafio que pressupõe conceitos científicos equivocados, crenças populares e dificuldade ao acesso à informação. Relatamos a experiência sobre a concepção, criação e execução da Exposição "Animais Peçonhentos em Rede" no 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil, em Campanha/Minas Gerais, que recebeu milhares de visitantes e trouxe o caráter inovador de aproximar e promover a interação entre público e cientistas, em uma atmosfera lúdica, dada a similitude da práxis museológica das instituições: a educação sobre animais peçonhentos. Ações de educação museal multi-museus são importantes quando integram espaços expositivos com múltiplas estratégias pedagógicas que suscitem reflexões e ações da sociedade.

Animais em arte e representação: dos retratos às instalações

Revista Valise, 2013

Resumo. O presente trabalho aponta, através de revisões bibliográficas, para a significante persistência de imagens de animais nas artes visuais, das pinturas rupestres e retratos até o uso de animais propriamente ditos em arte contemporânea, sugerindo e afirmando a identificação que temos com eles. Busca-se refletir sobre esta identificação e sobre as diferentes abordagens incorporadas ao tema, de seu usos históricos em representações visuais a questões recentes sobre a integridade de usar animais de verdade em trabalhos de arte a partir do século XX.

Revisitando conceitos antropológicos clássicos em um museu imaginado

Cadernos de Campo (São Paulo - 1991)

O presente trabalho consiste em um exercício de imersão no fictício “museu da antropologia” criado por nós. Trata-se de um convite para uma aproximação imaginosa aos conceitos e perspectivas formuladas por antropólogos europeus e norte-americanos no período compreendido entre 1870 e 1950. O artigo ressalta ainda a importância dos museus na contemporaneidade, em termos da promoção de reflexões sobre o valor das diferenças humanas e, por conseguinte, pretende contribuir para o desenvolvimento de uma atitude de respeito perante as diferentes culturas, povos, grupos sociais e modos de estar no mundo.

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo: adaptação aos novos tempos

Estudos Avançados, 2011

Museus ditos tradicionais têm como centro de gravidade seus acervos. Estes, muitas vezes, precedem as próprias instituições: o clássico modelo de coleções privadas que encontram as vias institucionais públicas e a acessibilidade. O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) não é uma exceção a essa regra. Seu acervo está vinculado a coleções do século XIX, incorporadas ao Estado de São Paulo, em idas e vindas institucionais, até a configuração atual de museu universitário de excelência em pesquisa, ensino e extensão. Como tal, o MZUSP continua enfrentando desafios e necessidades de transformação e adaptação às novas realidades do século XXI.

Percepções de estudantes do ensino fundamental sobre uma exposição didática de zoologia

Bio-grafía, 2020

A interação com materiais de coleções biológicas estimula a curiosidade dos estudantes em diferentes espaços educativos, como em exposições didáticas e científicas. Esse estudo teve como objetivos compreender as percepções de alunos do ensino fundamental sobre visitas guiadas a uma exposição didática de zoologia e refletir sobre suas contribuições no ensino de ciências e biologia. Com 46 alunos do sétimo e nono anos do ensino fundamental foram realizadas duas visitas guiadas à exposição e a espaços com modelos didáticos, vídeos e animais conservados em meio líquido, mediada por licenciandas do curso de ciências biológicas. Após a visita, foi aplicado um questionário aos 46 participantes e realizadas entrevistas com 12 deles para o levantamento de suas percepções sobre a exposição. A análise das respostas apontou que a maioria dos estudantes considerou a exposição interessante ou muito interessante, contribuindo para a compreensão de temas ensinados na escola, dos animais e da biodiv...