Práticas problematizadoras e de(s)coloniais na formação de professores/as de línguas: teorizações construídas em uma experiência com o Pibid (original) (raw)
2016, Tese Viviane Silvestre 2016
Neste estudo, focalizo uma experiência de formação docente vivenciada por meio de um subprojeto Pibid/Letras/Inglês, desenvolvido no período de agosto de 2012 a fevereiro de 2014, em parceria com uma escola pública de tempo integral, situada no interior do estado de Goiás. O objetivo principal deste trabalho é investigar o potencial de formação crítica e colaborativa de professores/as de línguas possibilitada pelo contexto do Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência). Para tanto, este estudo está orientado pelo amplo escopo da Linguística Aplicada Crítica, com ênfase em pressupostos pós-modernos, articulando-o com estudos de(s)coloniais. Em uma perspectiva ampliada, esta investigação encontra aporte metodológico na abordagem qualitativa de pesquisa e, de modo particular –por sua peculiaridade híbrida de investigação e formação docente ocorrendo simultaneamente – é caracterizado como sendo uma pesquisa-formação de viés colaborativo e crítico. Além do capítulo primeiro com foco em aspectos metodológicos, a tese está organizada em três outros capítulos compostos por teorizações advindas tanto da literatura da área como do material empírico do estudo, com foco em crítica, colaboração e Pibid, respectivamente. Assim, no capítulo segundo, focalizo as práticas problematizadoras vivenciadas nesta pesquisaformação, compartilhando inquietações a respeito de algumas demandas da formação de professores/as de línguas na contemporaneidade e discutindo possíveis sentidos construídos pelo grupo de professores/as acerca da formação crítica docente, com ênfase nos seguintes aspectos: autoquestionamento, percepção crítica, estudos teóricos sobre perspectivas críticas de educação linguística, problematizações sobre língua e engajamento identitário. No terceiro capítulo, enfoco as práticas colaborativas vivenciadas neste estudo, sob uma ótica de(s)colonial, destacando três aspectos que se mostraram fulcrais: espaços de fala, hierarquia horizontal e agência docente. No quarto capítulo, discuto os sentidos construídos pelo grupo docente acerca do Pibid – com destaque para a iniciação e o incentivo à docência, o engajamento com pesquisas, os desdobramentos na educação básica e os deslocamentos na relação escola-universidade – e, por fim, problematizo o papel do Pibid frente aos desafios da profissão docente na atualidade, em especial no cenário local deste estudo. Nessas discussões, ressalto tanto as perspectivas expandidas como as tensões vividas em todo o processo, indicando as reinvenções de perspectivas críticas e colaborativas no contexto local de formação de professores/as de línguas no âmbito do Pibid e ampliando a compreensão sobre o programa por meio dessa experiência localizada.