Marxismo e modernidade em Fredric Jameson (original) (raw)

Jameson e o pós-modernismo

Ideias, 2019

O presente artigo visa expor, de maneira panorâmica, a interpretação de Fredric Jameson sobre o pós-modernismo. O objetivo central é retraçar como este conceito foi usado pelo autor nos anos 1980 em seu esforço de periodizar o capitalismo contemporâneo e mapear uma série de redefinições sistêmicas e mutações significativas na vida cultural, social e subjetiva, cada vez mais centradas em experiências fragmentadas e "presentificadas". Para tanto, serão analisados, sobretudo, dois ensaios que condensam os diagnósticos do autor: Periodizando os anos 60 e Pós-modernismo, a lógica cultural do capitalismo tardio, ambos escritos em 1984. Com isso, pretende-se apurar como a obra de Jameson, em seu esforço próprio de atualizar a teoria marxista, levanta elementos originais para se pensar a sociedade capitalista contemporânea e seus principais sintomas sociais.

O marxismo de Fredric Jameson

Crítica Marxista, 2021

Este artigo visa apresentar um comentário sobre o marxismo de Fredric Ja- meson. O objetivo central é oferecer um panorama introdutório de sua obra, de forma a ressaltar tanto suas principais contribuições quanto aquilo que propria- mente especifica e singulariza seu trabalho enquanto um esforço de atualização da tradição marxista, em especial, de uma de suas linhagens específicas: o mar- xismo ocidental. Para tanto, pretende-se resgatar alguns elementos constitutivos da teoria de Jameson (como a crítica cultural, a defesa da dialética, da totalidade e da utopia), bem como a forma particular com que o autor conjuga a perspectiva marxista com outras correntes interpretativas, algo que muitos críticos conside- ram uma marca recorrente dos esforços atuais de renovação da tradição marxista, sobretudo após a chamada “crise do marxismo”. Com isso, espera-se contribuir tanto para a compreensão do pensamento de Jameson, como para a caracterização dos marxismos que se desenvolveram no contexto do final do século XX.

Adorno e pós-modernidade em Fredric Jameson

Barbarói, 2009

Este artigo aborda o pensamento de Fredric Jameson quanto à atualidade de Theodor W. Adorno para a compreensão da sociedade pós-moderna. O objetivo é mostrar que a centralidade do pensamento de Adorno refere-se, principalmente, aos aspectos marxianos de seu pensamento. Ao mesmo tempo a atualidade da dialética negativa de Adorno esclarece muitas daquelas mudanças no capitalismo contemporâneo que Jameson também define como capitalismo tardio. Tal capitalismo somente é compreendido, conforme Jameson, através de categorias como totalidade e não identidade. A diferença entre Fredric Jameson e outros pensadores pós-modernos é o modo de abordagem das heranças marxistas e da teoria crítica e sua atualidade.

Fredric Jameson, teórico da pós-modernidade

Práxis Comunal, 2020

Este artigo visa abordar a intervenção de Fredric Jameson no debate sobre a pós-modernidade. O objetivo principal é situar e posicionar a interpretação apresentada pelo autor nos anos 1980 em relação ao contexto teórico mais amplo em que estava inserido, marcado por discussões como as de “fim da modernidade” e “crise do marxismo”. Nesse sentido, pretende-se centrar não na temática que propriamente consolidou sua obra – a crítica cultural – mas na própria relação íntima que ela possui com outro aspecto, que ocupa uma posição igualmente importante em sua teoria: a crítica social. Com isso, espera-se evidenciar as contribuições originais que a teoria de Jameson oferece para o campo da sociologia contemporânea, sobretudo, para uma atualização do marxismo e de seu diagnóstico do presente histórico, a partir da apreensão crítica das transformações do capitalismo nas últimas décadas.

A lógica cultural do capitalismo contemporâneo a partir da obra de Fredric Jameson

Revista Café com Sociologia, 2015

O artigo apresenta as interfaces entre cultura e economia na atual fase do capitalismo sob a perspectiva de Fredric Jameson, crítico marxista norte-americano que afirma ser o pós-modernismo a lógica cultural do capitalismo contemporâneo. Além de contextualizar a emergência histórica do pós-modernismo, o artigo caracteriza a cultura como elemento constitutivo determinante do modo de vida contemporâneo, marcado pelo individualismo e pelo consumismo. Demonstra de que maneira a lógica cultural expressa pelo pós-modernismo contribuiu para a consolidação do regime de acumulação flexível e fortaleceu o capitalismo em sua fase de financeirização. Palavras-Chave: Pós-modernismo; lógica cultural; financeirização; comunicação e capitalismo; economia política. The cultural logic of capitalism contemporary from the work of Fredric Jameson Abstract This article presents the interface between culture and economy in the current phase of capitalism from the perspective of Fredric Jameson, American Marxist critic who claims postmodernism as the cultural logic of contemporary capitalism. Besides contextualizing the historical emergence of postmodernism, this article characterizes culture as a crucial component of the contemporary way of life, marked by individualism and consumerism. It demonstrates how the cultural logic expressed by postmodernism contributed to the consolidation of the regime of flexible accumulation and strengthened capitalism in its phase of financialization.

Da "cultura" do marxismo a um marxismo da cultura: algumas notas sobre pós-modernismo e utopia em Fredric Jameson

Resumo: Apresentam-se aspectos críticos da análise de Jameson sobre o pós-modernismo, a fim de apontá-la como resultante da tentativa teórica de considerar a cultura a partir de uma matriz marxista. Discute-se ainda o viés emancipatório dessa análise, que traz novidades teórico-práticas ao marxismo. Para isso, apresenta-se breve panorama do movimento teórico realizado dentro do marxismo que busca apreender a cultura como objeto. Na sequência, expõe-se em linhas gerais a noção crítica de Jameson sobre o pós-modernismo e o lugar da utopia, identificando sua originalidade e a proficuidade da teoria marxista em analisar a cultura. Abstract: It intends to present critical aspects of Jameson's analysis of postmodernism in order to link this analysis as a result of the attempt to consider the culture from a Marxist matrix. It discusses the emancipatory bias in this analysis, which provides theoretical and practical innovations to Marxism. For this it puts up brief overview of moments from the theoretical movement performed within Marxism, which seeks to grasp the culture as object. After that, it is exposed the Jameson's critical notion on postmodernism and the place of utopia, thus identifying its originality and usefulness of Marxist theory to analyze the culture.

Livro "O pós-modernismo sob o olhar de Fredric Jameson: reflexões sobre a perda da historicidade"

Acontecimentos previstos e imprevistos, alegres e tortuosos, fizeram parte da pesquisa e da composição do presente texto, o qual sintetiza todos esses momentos de forma direto ou indireta. Várias pessoas contribuíram para que nesses últimos dois anos meu arsenal teórico fosse ampliado, além de revistas algumas questões. Por isto, agradeço a todas as pessoas que conheci durante o mestrado, porém alguns nomes merecem ser citados por fazerem parte de um todo que retrata o caminho que percorri. Almejo, a priori, lembrar a participação decisiva dos familiares: meus pais e irmãs. A vocês, pai e mãe, agradeço pelo apoio, amor e por respeitarem minha autonomia, acima de tudo. Às minhas irmãs, Aline, Lara e Fernanda, pela cumplicidade, pelas brigas e pela sinceridade... sempre. Portanto, aos familiares, obrigada pelo amor. Desejo agradecer também, meu marido Agmar, por todos os bons momentos que me proporcionou, pela admiração, pelo carinho e por ter entendido a complexidade dos momentos de escrita e ter assumido as tarefas mais complexas e elementares durante a escrita. Espero retribuir toda esta cumplicidade e compreensão. Aos meus amigos que tanto ajudam e me divertem, obrigada. Sou grata pela paciência com meu temperamento às vezes impulsivo e intempestivo, pelas risadas, pelo companheirismo nas horas de imprevisibilidade, dificuldade e, de alegria. Glauber, Jac, Karen, Lud, Rafa e Thithi. Amo amar vocês! Aos amigos, Guilherme, Newarney, Raphael Ribeiro, Tadeu Pereira e Gilmar Alexandre agradeço a solidariedade. Ao meu orientador, Alexandre, sou grata pela atenção, paciência e, principalmente, por ter me apresentado este autor [Fredric Jameson] tão complexo e instigante. A você, devo a referência bibliográfica mais cara da minha trajetória acadêmica e teórica, em uma atividade descompromissada de avaliações formais, como aconteceu no nosso grupo de estudos sobre pós-modernismo, o qual colaborou com a minha escolha de um tema de pesquisa de forma autêntica. Isto, a meu ver, possui um valor singular, pois a liberdade e autonomia são, talvez, meu maior projeto de vida. Aos membros da banca de qualificação Profª Drª Regma Maria Santos, Profª Drª Ana Paula Spini, pela leitura atenta e valiosas observações. Meu agradecimento à banca de defesa, ao Prof. Drº Julio Bentivoglio e Profª Drª Regma Maria Santos, pelo desejo de participar da defesa deste texto e contribuir para o aprofundamento das questões nele elencadas. Sou grata também, aos professores

Marx, temporalidade e modernidade - Moishe Postone (2023)

Sergio Ricardo Oliveira, 2023

Para um novo encontro com Marx Embora não seja absolutamente um especialista em Ásia Oriental, diria que uma compreensão adequada de seu desenvolvimento histórico modernoe, na verdade, o de qualquer país ou região do mundo hojenão deveria se basear apenas em reflexões sobre o status regional, nacional ou local 2. Antes, essas reflexões devem, elas próprias, situar-se em referência a desenvolvimentos históricos globais que marcam o mundo moderno. Esses desenvolvimentos, sugiro, podem ser melhor esclarecidos por meio de uma teoria do capitalismo, entendido como forma social temporalmente dinâmica da vida social surgida de modo contingente na Europa Ocidental, a qual transformou completamente ao passo que também procedia à constituição e redimensionamento do globo. Isto é, ao contrário de alguns pressupostos bem difundidos, essa forma de vida não é intrinsecamente ocidental; com efeito, redimensionou o Ocidente. Ela, portanto, não pode ser captada em termos culturais. Antes, sugiro que uma teoria adequada do capitalismodessa forma dinâmica de vida socialpode ser melhor desenvolvida com base em um novo encontro com as obras maduras de Marx. Por que deveríamos buscar nos reapropriar da análise marxiana do capitalismo?