PADRÕES DE FLEXÃO VERBAL EM PORTUGUÊS BRASILEIRO INFANTIL: MORFOLOGIA OU FONOLOGIA? (original) (raw)

O processo de troca de conjugação é frequente na gramática de crianças adquirindo o Português Brasileiro (PB) e tem sido abordado por pesquisadores sob diversas perspectivas teóricas. Para alguns autores, as trocas entre conjugações (TC) decorrem da sobregeneralização de regras e padrões morfológicos produtivos na aquisição. Contudo, ao analisar 121 formas verbais de crianças de 2-5 anos, constatei um padrão flexional diferente do esperado: de 77 trocas de conjugação, 51 (66,2%) consistem em aplicações da desinência-i, de 1ª pessoa do pretérito perfeito de 2ª e 3ª conjugação, no lugar da estrutura-ei, da 1ª. Dado o fato de que a 1ª conjugação é tida como a mais produtiva, o esperado seria que as trocas se dessem no sentido inverso. Neste estudo, exploro a possibilidade de o padrão observado não consistir, de fato, em uma troca entre desinências, mas sim em uma tentativa malsucedida de produção da desinência-ei causada por uma dificuldade de realização fonética desta estrutura, aqui analisada como uma sílaba VG (vogal e glide). Para testar esta hipótese, discuto a literatura sobre a aquisição dos ditongos decrescentes no PB, buscando oferecer uma análise mais global acerca do tema.

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