CAMPANHA VIOLENTA EM MOÇAMBIQUE (original) (raw)

EDUCAÇÃO E RACISMO EM MOÇAMBIQUE

Revista de Educação PUC-Campinas, 2021

Como citar este artigo/How to cite this article Lázaro, A.; Martins, D. A. A amarga experiência de racismo em Moçambique: a cor da pele, a educação e a sobrevivência do mais forte.

DEMOCRACIA DE GUERRA: O CASO DE MOÇAMBIQUE

Prefiro começar por importar a pergunta de Isaú Meneses que serve de título a uma das suas músicas. O habilidosíssimo músico da cidade da Beira, Moçambique, pergunta " África Thanguanji? (África Porque?) " 1 Eu começo por adulterar a pergunta original para formular a seguinte: Moçambique Thanguanji? (Moçambique porquê). Porquê mais uma guerra em Moçambique? Porquê mais disparos? Porquê mais bazucas? Porquê mais mortes que podem ser evitadas? A principal diferenciação entre as culturas procede da diversidade de crenças e valores que seus componentes consideram como supremos. Historicamente se tem destacado, entre outros, os de ordem religiosa, familiar e política. De tal diversidade surge o conflito (Pérez, 2008: 263). Não sei bem de que ordem são os nossos em Moçambique. Não sei porque no interior da Renamo existem uns que são empresários, outros levam vida fina de deputados e circulam de carros alienados ou em alienação. Este grupo de membros da Renamo não se pode queixar de discriminação económica. Aliás os moçambicanos que morrem atacados por homens armados em autocarros são cidadãos pacatos e não podem ser confundidos como detentores de " cimeirismo " económico. Nenhuma sociedade será totalmente igual em ideias ou valores, nenhuma também será economicamente igual. Embora a utopia comunista defendesse isso. Mas o próprio Karl Marx defendia uma permanente e constante luta de classes. No seu entender só com a luta de classes é poderia se verificar mudanças e desenvolvimento. As revoluções marxianas não são órfãs de lutas entre segmentos económicos e ou políticos duma sociedade num país (HARNECKER, 1979). Aliás, no entender de Marx só a luta de contrários permite os saltos quantitativo e qualitativo, estes saltos significam mudança e se traduzem em desenvolvimento. Daí que a história, feita pelos homens, dependa profundamente de tal luta de classes. Mas a luta de classes propalada e defendida pelos marxistas não significa ausência permanente de entendimento. A luta que eu defendo é democrática, uma luta isenta de tanto sangue. Luta de irmãos moçambicanos. Como Durkheim e Pareto, o tinham defendido no século XIX, é utópico supor que a introdução de normas que facilitem a igualdade jurídica e política e a inclusão de condições que propiciam a abundância económica podem impedir a aparição de conflitos. A experiencia quotidiana demonstra que os países mais desenvolvidos não são órfãos de conflitos; Durkheim e Pareto tinham razão (Pérez, 2008: 263). Os conflitos são universais e inevitáveis num futuro. Nunca seremos iguais, mas sangue não. Na minha opinião, parece oportuno distinguir entre conflito e competição/competência, esta última requer um certo acordo prévio sobre as regras básicas do jogo e os limites a que se pode chegar. Tais regras incluem a radiação de árbitros, juízes ou similares para determinar quem será o ganhador. A este respeito, Freund (1983) adverte que a diferença entre jogo e conflito reside no facto do primeiro se produzir entre forças iguais e regras iguais. Pelo contrário, o segundo ocorre entre forças desiguais, e para resolve-lo, no 1 Minha tradução.

PESQUISA COM CRIANÇAS MOÇAMBICANAS

Revista Áltera, 2022

No âmbito do debate sobre ética na pesquisa com crianças, este artigo busca apresentar uma discussão a partir de experiências de pesquisas realizadas entre os anos de 2014 e 2018 em comunidades localizadas ao sul de Moçambique. Sob uma perspectiva relacional e de criação de vínculos, este artigo objetiva refletir sobre vivências e partilhas, ampliando o debate sobre consentimento, assentimento e participação. A reflexão sobre os processos é apresentada a partir de narrativas e cenas, em que as crianças são chamadas ao cerne do discurso. Por fim, consideram-se as crianças e suas vozes no momento do fazer pesquisa e na devolutiva, processos essenciais para um percurso que se considera ético e se disponibiliza a olhar a criança como agente participativo e participante.

FINANCIAMENTO DE PARTIDOS EM MOCAMBIQUE

EISA, 2021

Financiamento político, um dos antídotos da democracia em Moçambique A quem beneficiam os partidos políticos viabilizados por políticos investidores? • “Não surpreende, por exemplo, o boom dos big men na esfera da governação local, mas também ao nível central, interessados em controlar as arenas do poder público como dispositivos de flexibilização dos seus negócios” • “Os partidos extraparlamentares passam grande parte do tempo pouco animados e quase sem relevância no processo de governação. A tentativa de constituir plataformas extraparlamentares resultaram, muitas vezes, em fracasso

CAMPUS DE MARÍLIA

marilia.unesp.br

Estudo aborda as estratégias para o ensino inclusivo de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física escolar. Como objetivo procurou-se analisar as estratégias utilizadas pelo professor de Educação Física, que possuíam alunos com deficiência matriculados em suas aulas, em escolas do Ensino Fundamental da Rede Municipal da cidade de São Luís -Ma. Caracterizou-se as estratégias de ensino utilizadas pelos professores de Educação Física em classes que possuíam alunos com deficiência incluídos; e descreveu-se as manifestações dos alunos da sala, frente às estratégias de ensino. O estudo foi realizado por meio da análise microgenética com enfoque na teoria históricocultural de Vigotski, em quatro escolas públicas da rede municipal de Educação, identificadas como escola A, B, C, e D. Os sujeitos foram quatro professores de Educação Física, 14 alunos com deficiência e 128 alunos das respectivas salas. Como instrumento, utilizou-se o registro em vídeo digital, com três coletas em tempo médio de 15 minutos por escola, totalizando-se 218 minutos e 26 segundos de vídeo, que foram analisados nos momentos: no início das aulas, no desenvolvimento e na etapa final. Os resultados apontaram as aulas: primeira aula da Escola A, segunda da B, primeira da C e a primeira da Escola D, como as aulas menos inclusivas; e as aulas: terceira da Escola A, primeira da B, terceira da C e segunda da Escola D, como as aulas mais inclusivas. Nos momentos iniciais das aulas de Educação Física, as categorias: estratégias de organização e distribuição dos alunos; estratégias de instrução; primeira estratégia; estratégia de exclusão e inclusão; e estratégias de convivência, surgiram como as estratégias primordiais na promoção do ensino inclusivo. No desenvolvimento da aula, as categorias: conteúdo, adaptação de regras; estratégias de exclusão ou inclusão; estratégias de ensino inclusivo; estratégias individuais e em grupo; e especificidades das deficiências, surgiram como principais nessa etapa. Nos momentos finais as categorias: estratégias de exclusão e inclusão; estratégia do momento livre; e estratégias de finalização e consolidação, surgiram como as mais importante para essa etapa da aula. Durante as aulas, o conteúdo do jogo e do esporte foram identificados como os únicos conteúdos presentes. Além disso, das 12 aulas, apenas três apresentaram o ensino centrado no aluno, portanto, as aulas mais inclusivas, coincidiram com as que apresentaram um estilo de ensino mais centrado no aluno. Conclui-se que as estratégias de ensino mais indicadas para o encaminhamento do ensino inclusivo das aulas de Educação Física são as estratégias de ensino: organização dos alunos no espaço da quadra; estratégia de instrução; a primeira estratégia; estratégia de convivência; estratégia de adaptação; estratégia de ensino inclusivo; estratégia de aula livre; e estratégia de finalização e consolidação. Com isso, para que o ensino encaminhe-se numa direção mais inclusiva é imprescindível que o professor planeje, flexibilize, crie e oportunize a criação de estratégias em todos os instantes da aula, para que as aulas de Educação Física contribuam significamente com a educação de qualidade para todos.