MEDIAÇÃO CULTURAL: A EDIÇÃO E A SUA RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS CULTURAIS/ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DO GOSTO 1 (original) (raw)
2013, Atas do XII Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho. ISBN: 978-989-8525-22-2. PP: 1021-1034.
RESUMO: São as sucessivas políticas culturais públicas que definem a cultura de um país e não será por acaso que a leitura é um campo sempre privilegiado, pois o livro permite aceder democraticamente à obra original de um autor-cada um dos exemplares é tão autêntico como qualquer outro-, apresenta-se com grande potencial perante as novas tecnologias e é, de entre os vários produtos culturais, um dos mais acessíveis. O atual ambiente cultural-que tende à valorização de formas culturais tidas como populares-não é argumento para diminuir a qualidade da formação de públicos, pois estes devem tornar-se aptos a usufruírem prazenteiramente das formas mais exigentes de arte. Assim, o papel do Estado-no caso o Plano Nacional de Leitura-, da Escola-nomeadamente o programa Ler + Escolas-e, finalmente, dos Editores-no que concerne às suas linhas editoriais e às relações que estabelecem, tanto com o PNL como com as escolas-deverão ser vistos como agentes preferenciais na formação de públicos e na construção do gosto desses mesmos públicos, pois é a partir do gosto que se constrói a gramática que nos permite aceder às muitas representações possíveis do mundo. Como já dizia Karl Marx,[...] é preciso considerar a sensibilidade "como atividade prática dos sentidos do homem" (Piaget, 2010: 167) Iniciamos esta reflexão com uma rara citação em que os editores, os autores e os livreiros são contemplados na listagem dos mediadores da leitura: É muito importante a figura do mediador [...] (pais, professores, educadores, 1 In Atas do XII Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2013.