ANTROPOLOGIA TRANSCENDENTAL: UMA LEITURA DE KARL RAHNER (original) (raw)
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A pesquisa tem como tema a "Antropologia e Tradução". A idéia central é abordar o conceito de tradução, associando-o ao ofício do etnógrafo -sendo este um tradutor de culturas. Isso é viabilizado pelo contexto do pós-modernismo, que se caracteriza pela ruptura com as grandes narrativas -a partir de então, o mundo passa a ser percebido como fragmentado e descontínuo. A antropologia da tradução pode ser pensada por meio do questionamento dessas grandes narrativas.
“TRANSFORMAÇÃO” NA ANTROPOLOGIA, TRANSFORMAÇÃO DA “ANTROPOLOGIA”
Sou antropólogo de formação e profissão, com alguma experiência na área das civilizações nativas americanas, especialmente da Amazônia. Nos últimos anos, tendo, ao que tudo indica, atingido o que os cientistas chamam de filosopausa (fim do período "produtivo", no sentido empresarial do termo, começo de uma etapa de retrospecção marcada por certa elocução sapiencial), venho buscando refletir sobre as implicações filosóficas da antropologia como disciplina, explorando as transições e as transações entre ela e certos ramos da filosofia, em particular a metafísica, especulativa ou experimental. A palavra não nos deve assustar; de uns tempos para cá, a metafísica voltou a ser uma ocupação muito respeitável, o que é possivelmente um sintoma da crise existencial -já ia dizer, da crise metafísica -que se abate sobre os proprietários nominais do planeta, titulares do direito ao uso e abuso da palavra antropologia e helenismos conexos (economia, política, filosofia etc.).
Antropologia é uma palavra iluminante que chama a atenção pelos dois substantivos que a compõem, ambos de origem grega: anthropos = homem; logos = estudo, e também "razão", "lógica". "Estudo do homem" ou "lógica do homem" são duas possíveis definições distintas, porém convergentes, daquilo que se entende por Antropologia. No primeiro caso, a Antropologia faz parte do campo das ciências -ciência humanatal como a Sociologia ou a Economia; no segundo caso, ela está relacionada a temas que estão no campo da Filosofia, da Lógica, da Metafísica e da Hermenêutica, como se fora uma coadjuvante mais sensitiva.
A ANTROPOLOGIA NO ESPELHO DA RAÇA
Olhares Sociais, 2019
Nessa apresentação discutiremos como a problemática das relações raciais não pode ser entendida como um capítulo residual no campo acadêmico das ciências sociais no Brasil, e notadamente da Antropologia Social. Inversamente, é um aspecto crucial, tanto do ponto de vista do interesse público – e penso aqui nos termos do que Antonio Arantes tem difundido como uma antropologia pública – quanto do ponto de vista dos desenvolvimentos internos da antropologia, no rumo de seu progresso teórico e do admirável esforço empírico que já se tem cumprido graças, dentre outros fatores, à profissionalização das ciências sociais.
XXXVIII Encontro da ANPAD, 2014
RESUMO O objetivo deste ensaio é elaborar um método para transplantação acelerativa de tecnologias gerenciais, baseado na redução sociológica da poética oswaldiana em seu desenvolvimento histórico. Esta pesquisa exploratória é resultado de quatro anos de pesquisa bibliográfica para suportar sua conversão dialética em novo conhecimento. Assim, a revelação das seis características do modelo de redução antropofágica, a saber, devoração crítica, equilíbrio, vanguardismo, retrocesso, revolução dos gerentes e matriarcado, culminaram na elaboração das cinco atividades do método da redução antropofágica. Conclui-se que o método se diferencia pela primazia da originalidade, inserido no movimento antropofágico por promover respostas estratégicas criadoras de pressões institucionais.
DIVULGAÇÃO DOS ARTIGOS DE UM PERIÓDICO CIENTÍFICO DE ANTROPOLOGIA
Trabalho de conclusão de curso, 2021
Este trabalho relata o processo de produção de quatro episódios narrativos de podcast sobre artigos científicos publicados em diferentes edições da Revista de Antropologia do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (DA/FFLCH/USP). O objetivo foi divulgar para um público não especializado o referido periódico, o que foi feito por meio de entrevistas com os autores dos artigos e de comentadores. Em decorrência da pandemia de covid-19, os episódios foram elaborados remotamente e foram utilizados equipamentos simples para desenvolvê-los, como um gravador de celular e um microfone de lapela, além de alguns softwares gratuitos: Anchor, Audacity e Apowersoft. Os episódios foram publicados no Selvagerias Podcast. Dentre a repercussão alcançada, o Selvagerias foi tema no Boletim Ciências Sociais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), no blog de Antropologia da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), no site do Centro Cultural São Paulo (CCSP) e em posts de alguns perfis voltados para conteúdos de Ciências Sociais nas redes sociais. O número de seguidores do podcast nos agregadores e nas redes sociais também cresceu. O público vem predominantemente do Brasil e de outros países da América Latina. Palavras-chave: Jornalismo Científico. Divulgação Científica - Periódicos. sociais. Antropologia. Podcasts.
O objetivo deste artigo é introduzirmos antropologia como ciência social, a partir dos seus próprios conceitos, assim como os da cultura e do homem, constituindo -estes três (a antropologia, a cultura e o homem) -os focos principais. O que temos praticamente aqui são três níveis de estudo onde antropologia se vê como um círculo de conhecimento acadêmico cuja abrangência seria mais vasta e englobaria a conceituação de cultura e sucessivamente do homem, pois este é a célula menor dentro da composição de todos os demais segmentos culturais. Acreditamos portanto que, de maneira bem prática, se conceituarmos Antropologia, Cultura e Homem teremos uma boa base acadêmica sobre tal assunto como ciência.
ROUCH COMPARTILHADO: PREMONIÇÕES E PROVOCAÇÕES PARA UMA ANTROPOLOGIA CONTEMPORÂNEA
O ensaio apresenta algumas premonições de Jean Rouch - questões elaboradas pelo autor que antecedem em décadas problematizações antropológicas contemporâneas; alguns pontos de contato entre seu cinema antropológico e uma antropologia do sensível; e a história de uma sacola que revela um caso particular de apropriação das ideias rouchianas.
A TROPOLOGIA NA ANTROPOLOGIA: METÁFORA E PRODUÇÃO DE SENTIDO EM ROY WAGNER, 2019
Por tropologia entende-se o estudo dos tropos, ou como melhor os conhecemos, figuras de linguagem. Como a mais relevante dentre os tropos, a metáfora foi objeto de curiosidade e pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento – incluindo a antropologia. Dentre os antropólogos que estenderam a metáfora aos seus estudos, destaca-se Roy Wagner: em seu segundo trabalho, a partir de registros etnográficos entre os Daribi na Melanésia, o autor elege a metáfora como processo responsável pela produção de todos os significados em uma cultura. O presente trabalho parte do estudo da obra Habu: The Innovation of Meaning in Daribi Religion (1972) buscando pensar, contextualizar e discutir as contribuições de Wagner, tanto para a tropologia na antropologia quanto para os estudos da metáfora em geral. Palavras-chave: Metáfora; Roy Wagner; Produção de sentido; Antropologia Simbólica; Tropologia
O objetivo da Antropologia é, creio eu, o de buscar um entendimento generoso, comparativo, não obstante crítico, do ser humano e do conhecimento em um mesmo mundo no qual todos nós habitamos. O objetivo da etnografia é o de descrever as vidas das pessoas que não nós mesmos, com uma precisão e uma afiada sensibilidade através da observação detalhada e da experiência de primeira mão. Minha tese é a de que a antropologia e a etnografia são empreitadas de ordens bem diferentes. Isso não é reivindicar que uma é mais importante que a outra, ou mais honrosa. Nem é negar que elas dependem uma da outra de maneiras significativas. É simplesmente afirmar que elas não são a mesma coisa. De fato, isso pode parecer uma afirmação óbvia e, assim sendo, não está longe o fato de se tornar lugar comum -ao menos no último quarto de século -para escritores de nossa área tratar as duas como virtualmente equivalentes, trocar antropologia por etnografia mais ou menos como um capricho conforme o humor os leva ou mesmo explorar o suposto sinônimo como um dispositivo estilístico para evitar a repetição verbal. Muitos colegas, a quem eu tenho informalmente colocado a questão, têm me falado que nos seus pontos de vista há uma pequena, se há, distinção entre o trabalho antropológico e o etnográfico. Muitos estão convencidos que a etnografia reside no núcleo do que é a antropologia. Para eles, sugerir o contrário parece quase anacrônico. É como se voltássemos aos malfeitos velhos tempos -os tempos, alguns poderão dizer, de Alfred Reginald Radcliffe-Brown. Pois, foi ele quem, sedimentando as fundações do que -nas primeiras décadas do século XX -foi a nova ciência da antropologia social, insistiu na absoluta distinção entre etnografia e antropologia. Ele fez isso em termos de um contraste, muito debatido na época, porém pouco ouvido nos dias de hoje, entre investigação idiográfica e nomotética. Uma investigação idiográfica, 1 Tradução e revisão para a língua portuguesa brasileira feita por Caio Fernando Flores Coelho e Rodrigo Ciconet Dornelles, de acordo com texto original publicado em: INGOLD, Tim. Epilogue: "Anthropology is not Ethnography." In: ______. Being Alive. Routledge: London and New York, 2011. pp. 229-243. Algumas notas de rodapé deste texto, originais ao livro, fazem referência a capítulos deste.