Currículo e interculturalidade: caminhos para uma educação antirracista (original) (raw)

Currículo, educação antirracista e literatura negro-brasileira

Revista de Políticas Públicas e Gestão Educacional (POLIGES), 2021

A temática sobre Curriculo, Educação e a Literatura Negro-Brasileira, foi definida por perceber a realidade do Brasil e da educação brasileira. Nesse sentido, delimitamos o nosso objetivo que é refletir sobre como os currículos têm abordado os conteúdos afro e o uso da literatura como recurso de internalização cultural. Assim, tomamos como recurso metodológico a abordagem qualitativa e o procedimento de levantamento bibliográfico. Para a discussão teórica, recorremos aos autores que discutem educação, currículo e literatura Negro-Brasileira, sendo eles Fernandes (2016), Almeida (2018), Carneiro (2019), Fanon (2008), Gomes (2001), González (1984), Muller (2006), Munanga (2005; 2019), Ribeiro (2015), Rosemberg (2003). Por fim, consideramos o estudo relevante no que se refere à educação brasileira e aos seus processos de inclusão. Percebemos ainda que a educação encontra-se distante de uma perspectiva mais inclusiva, e que, diante da história, a educação foi negada ao negro e que no sé...

Educação antirracista em perspectiva transnacional

Debates, 2024

O presente artigo assume a hipótese de que as campanhas efetivadas pelas organizações internacionais não-governamentais que atuam como transnational advocacy networks podem ser campanhas educativas transnacionais. Com o objetivo de compreender as especificidades de tais campanhas, foi realizado um estudo focado em educação antirracista. Para tanto, partiu-se da análise qualitativa documental de relatórios, informes e outras fontes disponíveis sobre um caso específico: a campanha Jovem Negro Vivo efetivada pela seção brasileira da Anistia Internacional. Verificou-se que a campanha assumiu um caráter educativo e contou com a particularidade de propor uma conexão entre o local e o global. Dessa forma, a organização conectou o campo político e o campo educacional e evidenciou a potencialidade desse diálogo transnacional para a luta antirracista.

Currículo e culturas: a Educação Antirracista como direito humano

Revista teias, 2021

Resumo Nosso objetivo, no presente texto, é apresentar algumas considerações acerca da implementação de uma Educação Antirracista, entendida como um direito humano, a partir de um currículo que reconheça e valorize as diversas culturas que permeiam o contexto escolar e promova um diálogo intercultural, dando vozes, sobretudo, às culturas da população negra, historicamente negadas e marginalizadas pelo processo de colonização. Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, com aporte teórico em Freire (1987),

Rumo a uma educação antirracista na educação bilíngue: a proposta do “Global Kids”

Entretextos

Este artigo apresenta uma possibilidade de promover uma educação antirracista na educação infantil bilíngue, se afastando de discursos hegemônicos e supostamente neutros que geralmente circulam em escolas bilíngues de línguas de prestígio. Para tanto, apresentamos exemplos de propostas baseadas no Letramento Racial Crítico (LRC) para o contexto de Educação Bi/Multilingue de línguas de prestígio, por meio do material Global Kids (EL KADRI; SAVIOLLI, 2022). Apoiados em uma perspectiva de educação bilíngue heteroglóssica, proposta por García (2009) e ancorados pelo viés da interculturalidade crítica em escolas bilíngues (CANDAU, 2008; LIBERALI, 2020; LIBERALI; MEGALE, 2021; WALSH, 2010), analisamos uma das unidades temáticas do material didático “Global Kids” - utilizado em uma escola bilíngue pública - pelo referencial do Letramento Racial Crítico (LRC). Com os exemplos de algumas atividades inspiradas nas temáticas das obras “Sulwe” e “Lara’s Black Dolls”, procuramos demonstrar que, ...

Por uma educação antirracista

Revista de Educação ANEC

O racismo é um fato contundente no Brasil que ocorre de maneira estrutural afetando inclusive o ambiente educacional, sendo dever de todos combatê-lo. A pesquisa apresenta uma reflexão sobre como combater o racismo no ambiente escolar por meio da implementação de um currículo crítico na perspectiva da interculturalidade. A pesquisa é de natureza qualitativa, de alcance exploratória e apoia-se em estudos bibliográficos e documentais. O primeiro capítulo explicita o racismo e suas vertentes. O segundo capítulo descreve as políticas públicas no âmbito da educação bem como as normas e diretrizes relacionadas à questão. O terceiro discorre sobre a implementação de um currículo crítico na perspectiva da interculturalidade além dos pontos necessários para a efetivação de uma educação antirracista. O estudo aponta a necessidade da formação inicial e continuada de docentes atentar-se a esta problemática. Por fim, infere a indispensabilidade da concretização da Lei nº 10.639/03 no ambiente es...

Educação para as relações étnico-raciais: possibilidade da educação e um currículo antirracista?

Revista Docência e Cibercultura, 2021

Este artigo trata-se de um recorte do projeto de dissertação do Mestrado Profissional em Educação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Neste trabalho será discutida a Educação para as Relações Étnico-Raciais como a possibilidade de construção de um currículo e, fundamentalmente, uma escola antirracista. Buscou-se discutir como o currículo está implicado na produção e manutenção de práticas escolares racistas e excludentes. Para compreender os motivos que levam o currículo brasileiro a ser falho para com a população foi importante trazer o conceito de identidade baseado nos Estudos Culturais. Para tanto, foi utilizado como suporte teórico os seguintes autores: CAVALLEIRO (2018), RIBEIRO (2017), GOMES (2005), SILVA (2005), HALL (2003), SANTOMÉ (2001), entre outros. Uma forma de combater o racismo na escola é garantir a efetiva implementação de uma Educação para as Relações Étnico-Raciais, pautada pela igualdade e equidades entre os sujeitos. Desta forma o trabalho te...

Corpo Afrorreligioso e Resistência: Caminhos Para Uma Educação Antirracista

INTERFACES DA EDUCAÇÃO

Resumo: O presente artigo tem como objetivo analisar o corpo afrorreligioso como um polo de difusão de saberes socioeducativos e práticas de resistência da cultura e religião afro-brasileira na perspectiva de pensar uma educação antirracista. A metodologia se baseia numa abordagem descritiva e interpretativa de caráter etnográfico em diálogo com os autores Antonacci (2003), Bastide (1971), Caputo (2013), Geertz (2013), Gomes (2013), Mauss (2003), Maggie (1992), Silva A. (2015), Silva V. (1994). O campo empírico da pesquisa abrange um ritual umbandista em homenagem a Iemanjá ocorrido anualmente na cidade de Cametá-PA. Nas análises apresenta o corpo afrorreligioso interligado ao universo simbólico e à ancestralidade da cultura afro-brasileira presentes no ritual de Iemanjá. Por fim, enfatiza as contribuições da Lei 10.639/03 aos processos de resistência cultural como caminhos para se pensar uma educação democrática e antirracista.

Da educação eurocêntrica à educação antirracista: uma introdução

Dialogia, 2021

O presente artigo busca discutir os encontros e tensões entre a educação eurocêntrica e a educação antirracista no contexto educacional brasileiro, a fim de observarmos não somente o alcance do racismo institucionalizado, mas também os desdobramentos práticos e simbólicos de uma ação e um discurso educativos pautados em processos diversos de silenciamento e invisibilização do próprio racismo.