I SÃO PAULO E A LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS (original) (raw)

RESUMO O objetivo desse artigo é analisar as transformações espaciais em locais importantes da cidade de São Paulo a luz da forma atual que se encontra o capitalismo, no caso, sob a égide da financeirização. Para isso utilizarei as ideias propostas por David Harvey acerca da necessidade, para a acumulação de capital, da expropriação do próprio espaço. Dessa maneira, buscarei demonstrar como a cidade de São Paulo passa por um processo de elitização e gentrificação dos espaços públicos centrais tendo por enfoque duas localidades: o Vale do Anhangabaú e a região do Bom Retiro. A partir das formulações da professora Ana Fani, tentarei apontar como esse processo esta totalmente ligado à lógica da financeirização da economia mundial. PALAVRAS-CHAVE: Privatização; Espaço; Expansão Capitalista; Direito à Cidade. I. A mercantilização espacial O atual estágio de desenvolvimento do capitalismo monopolista financeiro acentua cada vez mais as radicais transformações sociais da humanidade, as condições de vida metamorfoseiam-se dentro de uma veloz dinâmica puxada pela esteira do processo de acumulação capitalista. A vida social passa a ser modelada a partir do predicado do capital que modifica praticamente todas as relações humanas, sejam elas de cunho supérfluo ou essencial, não importando o caráter da relação e sim que elas se adequem a lógica do capital. Tal lógica não fará diferenciação sobre nada, tratando apenas de impor uma constante homogeneização sobre a vida humana. Isso torna-se claro quando analisamos a forma que coisas como: habitação, saúde, educação, emprego e os mais diversos serviços sociais básicos aparecem na sociedade capitalista, no presente momento, como as mais novas formas de acumulação de capital. O neoliberalismo e sua política de privatizações é a forma encontrada atualmente para que o capital avance sobre setores até então oferecidos pelo Estado e aceitos consensualmente pela