EPISTEMOLOGIA DO NTU: UBUNTU, BISOIDADE, MACUMBA, BATUQUE E “X” AFRICANA (original) (raw)

UBUNTU: UMA ANÁLISE ETIMOLÓGICA

UBUNTU: UMA ANÁLISE ETIMOLÓGICA, 2018

Ubuntu é a fundação e construção da filosofia africana. Apesar das variações dos "membros" desta família, toda ontologia e epistemologia da filosofia africana são baseadas no Ubuntu.

ESTEREOTIPIA DO MUÇULMANO NEGRO PARA IBN BATUTTA

LOPES, R. C.. ESTEREOTIPIA DO MUÇULMANO NEGRO PARA IBN BATUTTA. Ipsis Libanis, Rio de Janeiro, v. 1, p. 91-107, 2017. Disponível em: http://www.icbl.com.br/ipsislibanis/admin/uploads/artigo201702090932246340.pdf este texto trata da construção do estereótipo de muçulmano negro para Ibn Batutta, viajante muçulmano do medievo oriental. Dada a abertura do conceito de representações sociais para Moscovici, inserimos a discussão sobre raça para entender ela como um intermediário também na construção da subjetividade. Assim sendo, encontramos alguns comportamentos observados por Batutta que serviram de estrutura para a construção da modalidade de conhecimento sobre um grupo social específico. Abstract: This text deals with the construction of the black Muslim stereotype to Ibn Batutta, Muslim traveler of the Eastern medieval. Given the openness of the concept of social representations of Moscovici, we enter the discussion of race to understand it as an intermediary also in the construction of subjectivity. Thus, we find some behaviors observed by Batutta that served as a framework for building this type of knowledge of a particular social group. Introdução Este trabalho versará sobre a construção de uma representação através de uma situação de trânsito geográfico. No caso, o olhar que um muçulmano branco-Ibn Batutta – elaborou e foi levado a elaborar sobre muçulmanos negros no decorrer de uma de suas

UBUNTU: ANCESTRALIDADE E ESPIRITUALIDADE NA PERSPECTIVA DE UMA FILOSOFIA AFRICANA

Tese defendida no Programa de Pós Graduação em Ciências das Religiões da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, 2023

Sendo o Ubuntu uma antiga filosofia que traz um novo paradigma possível ao mundo contemporâneo, ele se constitui como uma pedagogia da ancestralidade que pode ensinar o mundo a viver coletivamente sua pluralidade de modo empático, solidário, fraterno e acolhedor. Portanto, o presente trabalho, o primeiro desenvolvido na área da Ciência da Religião e Teologia a abordar a ancestralidade e a espiritualidade na filosofia africana, tem por objetivo demonstrar que o Ubuntu é fundamental para a construção de uma nova subjetividade que conecta tudo o que existe e que, apesar das tentativas de apagamentos oriundas do colonialismo, resistiu e se estabelece como algo fundamental para a transformação e a construção de uma sociedade plural e que fomente uma cultura de paz. Através de uma abordagem qualitativa e a partir de pesquisa exploratória com suporte bibliográfico filosófico e histórico, o texto estabelece um diálogo interdisciplinar entre a Ciência da Religião e a Filosofia, particularmente com a Filosofia da Religião, situando-se no âmbito das Ciências Empíricas da Religião, pautando-se em uma orientação metodológica afrocentrada que passa pela compreensão do matriarcado, da ancestralidade, da espiritualidade e do biocentrismo, elementos presentes na cultura e nas religiões afro-diaspóricas e que constituem o Ubuntu, um dos principais conceitos da filosofia Africana. As leituras assinalaram para questões estruturantes e estruturais do ponto de vista social, político, econômico e religioso, que negam possibilidades e ocultam caminhos para a construção de subjetividades e de conexões que permitam as transformações sócio-culturais necessárias para um mundo plural e coletivo. Dentre estas questões, as principais são o racismo, a subalternização e os apagamentos epistemológicos, fronteiras constituídas pelo eurocentrismo para legitimar apenas as epistemologias produzidas no continente europeu. Apesar destes fatos, foi possível compreender que a Filosofia Africana fundamentada no Ubuntu se relaciona com a pluralidade, conectando o imanente e o transcendente, tecendo um complexo universo não suportado pelo estatuto epistemológico dicotômico da filosofia ocidental, mas que cabe, enquanto objeto de estudo, dentro estatuto epistemológico da Ciência da Religião. A partir dessa compreensão, é possível afirmar que há uma ancestralidade que conecta a todos os seres vivos, os mortos, os não-nascidos, os humanos e os não-humanos, gerando uma interdependência em tudo que existe e que relaciona passado, presente e futuro numa grande rede de partilhas e pertencimentos que nos humaniza em uma práxis coletiva denominada de Ubuntu.

A EPISTEMOLOGIA À NU

PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, 2023

Nosso objetivo é o de compreender como chegamos a nos tornar essas intelectuais que somos, consumidoras e reprodutoras de teorias importadas das universidades europeias e norte-americanas, e, porque o privilégio epistêmico resguardado a um grupo limitado de pensadores oriundos de países hegemônicos foi sendo construído ao longo do processo modernidade/colonialidade. Esses desajustes e incoerências estão 'solidamente' justificados em estruturas de conhecimento que são epistemicamente racistas e sexistas. Para entender, e, então, desnaturalizar, essa relação de 'superioridade/ inferioridade' epistêmica é fundamental que tenhamos em mente os processos históricos mundiais que produziram essas estruturas de conhecimento fundadas no racismo e no sexismo. Mesmo diante de um verdadeiro monopólio do conhecimento advindo do Norte Global, aceito por uma grande parcela da intelectualidade situada em um Sul Global, se concordamos que a teoria emerge da realidade, ou seja, é uma conceitualização de experiências sociais e históricas, portanto dependente das visões de mundo e sensibilidade de seus formuladores, então poderíamos concluir que currículos baseados em experiências localizadas nas experiências de autores de apenas cinco países (França, EUA, Alemanha, Inglaterra, Itália) são provincianos. Ocorre, porém, que nem todos pensam assim. Ao contrário, o conhecimento produzido pelos autores desses cinco países é investido de tal universalidade que não se reconhece que essa limitação geográfica seja um problema, seja um sinal de provincialismo. Como chegamos a essa situação? Por que nós, intelectuais de universidades do Sul-Global, aceitamos passivamente essa opressão epistêmica, esse colonialismo do conhecimento? Para entender, e, então, desnaturalizar, essa relação de 'superioridade/ inferioridade' epistêmica é fundamental que tenhamos em mente os processos históricos mundiais que produziram essas estruturas de conhecimento fundadas no racismo e no sexismo.

A MITOPOESE NAGÔ: TRANSE E INDIVIDUAÇÃO NO CANDOMBLÉ KETÚ

A mitopoese nagô: transe e individuação no Candomblé Ketú, 2020

The present work proposes a brief analysis of the trance of possession in the context of initiation into Candomblé Ketú, a complex process full of symbolisms, as a journey of individuation, according to the Analytical Psychology of Carl Gustav Jung. It is not the intention of this work to exhaust the object, which is very profound, but to introduce it in a way to stimulate future research on the subject.

UBUNTU/BOTHO COMO UMA ECOFILOSOFIA E ECOSOFIA

Resumo: Problemas ambientais enfrentados pela humanidade no século XXI requerem um reexame das crenças e valores que os produziram, em primeiro lugar. Neste artigo, o pesquisador discute alguns dos principais desafios enfrentados pela região sul-africana. O pesquisador aponta que se as respostas para os problemas ambientais locais se pretendem significativas (tornar possível um futuro mais sustentável), então será necessário um esforço coletivo por parte da sociedade e ao mesmo tempo uma conexão com os valores individuais ou os valores de grupos específicos. O filósofo norueguês Arne Naess argumentou que pode haver um acordo em princípios ambientais pelas culturas, regiões e nações e esses princípios podem ser apoiados por uma gama de ecofilosofias que estão alinhadas com os princípios acordados. Naess referiu-se a filosofias que apoiam princípios de ecologia profunda como ecofilosofias ou ecosofias. Orientado pela posição de Naess, nesse artigo, o pesquisador argumenta que o ubuntu/botho é uma ecosofia que está alinhada com os princípios do movimento da ecologia profunda (MEP). Ademais, que o ubuntu pode servir como a ecofilosofia/ecosofia que oriente políticas e práticas responsáveis pelos urgentes problemas ambientais enfrentados pela região sul-africana.

BATUQUE, SAMBA E MACUMBA -OS TRAJES DE BAIANA A

Capítulo do livro: Dos bastidores eu vejo o mundo - cenografia, figurino, maquiagem e mais. Vol.4, 2020

O presente artigo parte do livro Batuque, Samba e Macumba, que reúne as aquarelas pintadas por Cecília Meireles (de 1926 a 1934), para verificar a influência dos trajes de baiana-social e religioso-sobre o traje de baiana no carnaval. Nesse processo, ressalta o caráter performático dessa indumentária nas três instâncias, acrescida do gesto e do ritmo, destacados nos estudos visuais de Cecília.

ETNOENTOMOLOGÍA BANIWA

Resumen: Se recoge el conocimiento etnoentomológico de los indios baniwa residentes en la ciudad de São Gabriel da Cachoeira, en el noroeste del estado de Amazonas, Brasil. Se obtuvieron datos, mediante diversas técnicas etnográficas, a partir de 46 sujetos de ambos sexos con edades que oscilaban entre 29 y 98 años. Los entrevistados tienen un conocimiento bien organizado de la biología, ecología y etología de los insectos, y ese acervo cultural tiene valor práctico en el funcionamiento de la sociedad baniwa, puesto que los insectos se usan como alimento, medicina, diversión y como cebo para la pesca. Varios insectos son objeto de creencias populares y se consideran asociados a enfermedades. Muchos de estos conocimientos de los baniwa tienen relación con la entomología académica, pero hay creencias que sólo se ven explicadas en la ciencia de los baniwa a través de relatos mitológicos y en el contexto del conjunto de conocimientos de este pueblo. Palabras clave: Etnoentomología, sociedad indígena, cultura, Amazonia, Brasil.

A "NAÇÃO KETU" DO CANDOMBLÉ EM CONTEXTO HISTÓRICO: SUBGRUPOS IORUBAS NA BAHIA OITOCENTISTA

África, margens e oceanos: perspectivas da história social, 2021

O texto foi publicado como capítulo de livro coletânea "África, margens e oceanos: Perspectivas da história social" , organizado por Lucilene Reginaldo e Roquinaldo Ferreira. Uma abordagem comparativa sobre a demografia do tráfico de cativos iorubás é complementada por dados biográficos sobre os ancestrais mais importantes de vários terreiros históricos da Bahia, especialmente a Casa Branca, bem como uma análise da trajetória dos cultos aos orixás patronos da Casa Branca, como insumos para uma releitura do papel de pessoas oriundas do Reino de Ketu na história do candomblé da Bahia.

JOAQUIM NABUCO, EPICTETO E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Neste artigo veremos como Joaquim Nabuco juntou literariamente suas forças a Epicteto na luta contra a escravidão no Brasil, fazendo uma distinção entre a escravidão dos tempos antigos e a moderna e demonstrando que a instituição da escravidão corrompe as demais instituições sociais e ameaça a sociedade como um todo, tornando-a iníqua.