À imagem da tradição: uma reflexão acerca da arquitetura moderna brasileira (original) (raw)
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Uma outra leitura da arquitetura moderna Brasileira
Pós: Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 2012
Uma outra leitura da arquitetura moderna brasileira A historiografia da arquitetura brasileira vem se ampliando consideravelmente, a partir das últimas décadas, com contribuições diversas: de trabalhos de revisão, com base em novas leituras, à exploração de novos temas, fontes e métodos. Mesmo com esse salto quantitativo e qualitativo, os trabalhos panorâmicos ainda são poucos e de naturezas muito distintas: Arquitetura brasileira (1952), de Lúcio Costa; 1970; Quadro da arquitetura brasileira (1970), de Nestor Goulart Reis Filho; Quatro séculos de arquitetura (1977), de Paulo Ferreira Santos; Arquitetura brasileira (1977), de Carlos Lemos. Os trabalhos seguintes, como os próprios títulos sugerem, concentram-se na produção moderna, reconhecida pela maioria dos autores como os anos dourados da arquitetura brasileira, com grande destaque à produção dos arquitetos cariocas:
Origens de uma Arquitetura Moderna Brasileira
A arquitetura moderna brasileira não tem sua origem na sua arquitetura barroca. Ela foi de fato uma invenção deliberada. Tampouco é uma apropriação do movimento moderno arquitetônico europeu. Arquitetos e críticos estrangeiros dispararam perplexas críticas às primeiras curvas brasileiras. O Brasil apresenta-se, com essas duas negações, intencionadamente como origem de algo, como criação tal como é, e não como destino ou ilustre receptor de algumas influências bem manipuladas. Foi o que acelerou, potencializou e diferenciou nossa produção arquitetônica moderna da produção dos demais países latino-americanos, modernizados. E é, por outro lado, aquele mais ressentido, mais nostálgico, ou simplesmente melancólico, o que ainda nos torna latentes expectadores de algum porvir.
Sobre um projeto de 'nação': colonial, modernismo e estilo patrimônio na arquitetura brasileira
6º Seminário Ibero-americano Arquitetura e Documentação, 2019
Em períodos pós-guerra, o cenário da cultura nacional depara-se com um momento de ruptura estética e epistemológica acerca da identidade nacional. Principiando em eventos como a Semana de Arte Moderna e a Exposição do Primeiro Centenário da Independência Política do Brasil, entre 1922 e 1923, este artigo se enraíza na leitura da construção do ideário em torno do patrimônio arquitetônico, em especial a partir da obra de Mário de Andrade, na primeira metade da década de 1920. Reconhecendo a influência de agentes como Ricardo Severo na construção de uma historiografia do pensamento arquitetônico e patrimonial, este trabalho também visa a compreensão do Movimento Neocolonial na construção do imaginário social, suas reverberações nas obras de diferentes agentes nacionais, com destaque a Lucio Costa. Ressalta-se a constante busca por nacionalidade na arquitetura, mesmo que de forma equivocada, nestes movimentos. Com o estabelecimento do SPHAN em 1937, possibilitado pelo ministro Gustavo Capanema, configuram-se novos mecanismos na construção do ideário patrimonial, a partir de instrumentos centrais à preservação da arquitetura eleita como marca da identidade nacional, com destaque ao tombamento. A partir da criação do órgão federal de preservação e sua consolidação enquanto aparelho do Estado na construção da identidade nacional e na preservação do patrimônio eleito, este trabalho também se debruçará sobre a ideia de "estilo patrimônio", conceito que se constituiu a partir de uma série de diretrizes e normativas empregadas nos centros históricos tombados, em prol da homogeneização desses espaços, criando cenários voltados àquela arquitetura setecentista, colonial, demolindo e apagando da história desses locais ícones da arquitetura eclética, num período excludente e parcial da historiografia da arquitetura brasileira. Palavras-chave: IPHAN; estilo patrimônio; Movimento Moderno; arquitetura colonial.
Arquitetura contemporânea e sociedade brasileira
Arquitetura contemporânea e sociedade brasileira, 2021
Vivemos em uma sociedade em processo constante de mudanças, de ressignificações, um processo cada vez mais acelerado pela tecnologia e isso pode ser percebido diretamente na arquitetura e no urbanismo. É necessário que se discutam essas transformações de maneira crítica para que a produção dessa área seja concreta, de qualidade e aplicável ao cotidiano. Este livro apresenta textos que trazem à tona discussões pertinentes acerca do já construído e do porvir das edificações e do urbano. A percepção de que o espaço que vivemos tem uma importância histórica e que não se pode simplesmente apagar o passado (ou demolir, neste caso) e iniciar uma nova jornada, livre de tudo, é imprescindível para criarmos metodologias que analisam essa trajetória dos bens históricos materiais e imateriais e a seleção do que deve ser mantido dessa caminhada. O que cuidar, como cuidar devem ser perguntas recorrentes no pensamento dos produtores do espaço. Relevante também os estudos sobre como podemos manter tradições e métodos construtivos vernaculares e aplicar novas tecnologias e aprendizados para aumentar a qualidade do viver. É um caminho para dar consistência e valorizar cada traço da identidade desses métodos auxiliando no processo de permanência dos mesmos. Discute-se a maximização da qualidade do urbano, dos espaços coletivos, dos quais a população deve se apropriar para gerar um sentido. Discutir o ambiente coletivo em várias esferas e escalas nos faz refletir como nossa própria ação cotidiana pode interferir na construção desse espaço. O debate se expande além da totalidade da cidade grande e passa pelos pequenos locais dessa, como praças ou suas rotas caminháveis, onde intervenções pontuais podem trazer respostas positivas. Vai também para os municípios médios e pequenos, uma vez que todos são afetados por essa realidade de constante transformação e que precisam de interferências que antecipem situações e não apenas resolvam os problemas já surgidos. Todo debate do urbano deve considerar o contexto, sua história e a implicação que esses projetos podem causar nas comunidades, e esse debate se estende ao pensarmos o futuro de nossas cidades. O que podemos fazer, como pensar e agir para construirmos um urbano melhor? Tomando nossa história, nossa produção como base podemos debater e construir espaços repletos de memória, de identidade, de qualidade e modernidade em nossas casas e nossas cidades.
Brasilidade x Modernidade na arquitetura brasileira do início do século XX
Longe de significarem um mau começo, conferiram desde logo, pelo contrário, a arquitetura portuguesa na colônia, esse ar despretensioso e puro que ela soube manter, apesar das vicissitudes porque passou, até meados do século XIX" [...] (COSTA, 2007, p.87) Ao levantar-se a discussão da modernidade e da própria brasilidade no início do século XX, acabamos aproximando outras questões que, de um modo ou de outro, nos vão sendo apontadas tanto como fios condutores, quanto como pano de fundo, deste mesmo debate. Por exemplo, nossas influências circundantes no território, e tudo o que foi importado de maneira direta ou indireta, conflitaram na essência desta brasilidade e, além disso, foram alguns dos dínamos para o salto desta modernidade em solo nacional. Ao pensarmos a modernidade e o modernismo, tocamos, de fato, além da inovação intrínseca, na tradição dela contraditóriaou mesmo nela envolvida. Pois, de certa
A modernização da arquitetura brasileira na passagem do século XIX
Resumo: O presente artigo tem como objetivo analisar a modernização da arquitetura brasileira na passagem do século XIX e as primeiras décadas do século XX, marcadas pelo processo de industrialização e urbanização. No âmbito da arquitetura brasileira e seu caráter, quais aspectos estariam ligados a essa modernização? Uma nova arquitetura passará a modificar o espaço e a paisagem colonial, a arquitetura eclética, com a profusão de réplicas de estilos históricos classicistas, e sua força no ornamento arquitetônico, bem como a Arquitetura Moderna e suas tendências, ambas transmitindo novos valores artístico-culturais, evidências e percepções de sociedades em transformação e transição. A metodologia de trabalho apoia-se na revisão de bibliografias especializadas sobre o tema. O trabalho dialoga com a História da Arquitetura e do Urbanismo e alguns dos seus conceitos como: composição, volumetria, ornamento e estilo arquitetônico, entre outros.
O sentido da arquitetura moderna brasileira.[2002]. 5p
2006
A ocasião da comemoração dos quinhentos anos do descobrimento do Brasil estimulou a muitos, em todas as áreas do conhecimento, a olhar para trás e tentar entender um pouco melhor o que havia acontecido nesses cinco séculos. No campo da arquitetura não foi diferente, e essa olhada em direção ao passado tomou a forma, em alguns casos, de uma análise histórica a partir de blocos produtivos bem identificados como, por exemplo, a arquitetura colonial, a neo-clássica, etc. Nesse panorama abrangente se destaca o período que vai de 1930 a 1960, que culmina com a construção de Brasília, durante o qual a arquitetura brasileira atingiu seu ponto máximo.