Georges Bataille, Michel Leiris e a experiência do sagrado no entreguerras (original) (raw)

2014, Religião & Sociedade

Georges Bataille (1897-1962) e Michel Leiris (1901-1990) se conheceram no ano de 1924 em Paris. A esta altura Bataille, que havia se formado na conceituada École des Chartes, era funcionário da Biblioteca Nacional e Leiris, que tinha uma breve formação em química e começava a estudar poesia, frequentava os agitados cír-culos artísticos que desembocariam no movimento surrealista 1. Apresentados por um amigo comum, eles se tornariam a partir daí grandes amigos e parceiros intelectuais, fato demonstrado por sua volumosa correspondência (1924-1962) 2. Pouco recuperados pelo campo das ciências sociais no Brasil, com raras exce-ções, esses franceses, de difícil classificação em apenas uma área do conhecimento, foram revisitados com mais frequência pela filosofia e pelas letras em geral 3. Apesar de terem atuado profissionalmente em áreas distintas-Bataille foi funcionário da Biblioteca Nacional durante quase toda a vida e Leiris foi antropólogo do Musée de L'Homme a partir dos anos 1930-pode-se dizer que ambos foram escritores e pen-sadores sociais de destaque. Além das obras literárias que escreveram, suas reflexões em torno da vida social são documentos importantes da temperatura de uma época e dialogam com boa parte da teoria antropológica precedente. Trata-se neste artigo de um esforço de reinserção: ler Bataille e Leiris do ponto de vista da antropologia, tentando trazê-los para os debates da disciplina.

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