Oralidade, formação docente e ensino de Língua Portuguesa (original) (raw)
Related papers
Letramento escolar e formação do professor de Língua Portuguesa
Lingüística Aplicada: suas faces e interfaces, 2007
O que é 'ser um mestre'? Primeiro, ser um mestre não é transmitir o que se tem na cabeça. Ser um mestre é obrigar o outro a exercitar, por si mesmo, sua própria inteligência. Mestre é aquele que diz ao aluno: olhe, observe, julgue, decida, compare, deduza... Mestre é alguém que ordena. Se costuma dizer que isso é horrível: um mestre que ordena. Seria preferível que fosse um que só transmite. Não é verdade. O importante é que o mestre coloque o outro [o aprendiz] na obrigação de valer-se de sua própria inteligência. (Rancière, Jacques. "Entretien", tradução minha)
Formação de professores de português como língua adicional
Cadernos de Linguística
Este relatório apresenta os resultados de um projeto de pesquisa no nível de pós-doutorado que culminou no desenvolvimento de um curso de uma especialização lato sensu em docência de Português como Língua Adicional (PLA). As seguintes questões norteadoras guiaram esse projeto: (1) quais são as fundamentações teórico-pedagógicas que informam a formação de professores de PLA e outras línguas adicionais (LAs)? e (2) quais são os principais critérios para a escolha daquelas fundamentações? Doze professores de seis instituições de ensino superior ministrando disciplinas relacionadas ao estágio docente obrigatório de línguas adicionais responderam um questionário. A análise das respostas demonstrou que (1) as abordagens comunicativas informam a formação de professores de LAs; e (2) o efeito retroativo contribui para a adoção de tais abordagens. As abordagens comunicativas, por servirem de base a vários exames de proficiência, têm informado a formação de professores de LAs. Construtos teór...
Letramento e inovação no ensino e na formação do professor de Língua Portuguesa
O objetivo neste capítulo é o de sistematizar resultados de análise de dados relacionados à didatização de saberes acadêmico-científicos sobre leitura/escrita na pós-alfabetização e na formação regular e continuada de professores de Língua Portuguesa. A questão específica que pretendemos abordar é de ordem teórico-metodológica e diz respeito à modelização, no campo aplicado dos estudos da linguagem, do que se costuma designar genericamente por variáveis contextuais escolares, ou de contextualização na escola, da inovação trazida ou inspirada pela ciência linguística e sancionada por documentos oficiais.
Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa
1. COMPREENDENDO A LÍNGUA PORTUGUESA Para falarmos do ensino da língua portuguesa, dos seus conteúdos e de suas metodologias, é necessário fazer uma reflexão rápida sobre como a percebemos, para que possamos compreender sua natureza dinâmica não só em seus aspectos de uso individual da fala, mas também nos de uso coletivo, no caso, a língua. O fato é que a fala, a linguagem e a língua sempre serão objetos de trabalho do professor desta disciplina. Voltando rápido ao início da história do nosso idioma, é importante colocar que, desde os idos da colonização portuguesa, no Brasil, pelo fato de os jesuítas terem difundido a língua portuguesa, fazia-se uso dos dois idiomas: o tupi-guarani e o português. Muitos anos depois, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real. É importante registrar que, com a chegada de muitos imigrantes da metrópole, o tupi já estava sendo suplantado pelo português. E depois da expulsão dos jesuítas, foi fixado o português, definitivamente, como o idioma do Brasil. Sem contar com as influências recebidas de imigrantes europeus depois da independência brasileira. De lá pra cá, são várias as situações que determinaram o ensino da língua portuguesa nas escolas. Ângelo (2005), em sua tese de doutorado, apresenta este percurso, considerando alguns fatos em seus respectivos tempos. Vejamos: "Até o fim do Império as disciplinas que compunham o ensino da língua portuguesa foram a retórica, a poética e a gramática, fundidas numa só disciplina português somente nas décadas finais do século XIX. Apesar dessa fusão, persistiram, de fato, essas disciplinas convivendo com individualidade e autonomia, o que pode ser comprovado, segundo a autora, pela convivência de dois manuais didáticos diferentes e independentes durante as cinco primeiras décadas do século XX: as gramáticas e as coletâneas de textos. A partir dos anos 1950, com a transformação progressiva das condições sociais e culturais e das possibilidades de acesso à escola no país, começa a ocorrer uma transformação no conteúdo da disciplina português: gramática e texto começam a constituir uma disciplina com um conteúdo articulado: 'Assim, nos anos 1950 e 1960, ou se estuda a gramática a partir do texto ou se estuda o texto com os instrumentos que a gramática oferece.' (Soares, 2002:167). Entretanto, tal articulação ou 'fusão' progressiva não deixou, na verdade, que a gramática perdesse a sua primazia sobre o texto, talvez explicada pela força da tradição que vem desde os tempos do sistema jesuítico ou pelo espaço vazio que o abandono da retórica e poética deixou. Nos anos 1970 e início dos anos 1980, com a implantação da Lei 5692/71, a educação foi posta a serviço do desenvolvimento do país e a língua passou a ser considerada instrumento para esse desenvolvimento. Coincidentemente nos anos 70 surge como quadro referencial para análise da língua a teoria da comunicação, transposta da área dos meios eletrônicos da comunicação: 'A concepção da língua como sistema, prevalente até então no ensino da gramática, e a concepção da língua como expressão estética, prevalente inicialmente no ensino da retórica e da poética e, posteriormente, no estudo de textos, são substituídos pela concepção da língua como comunicação.'" (SOARES, 2002: 169 apud ÂNGELO, 2005, p.27) Ainda segundo Magda Soares, aconteceu nos anos 1970 e 1980, a publicação de textos escritos por linguistas e documentos oficiais voltados ao ensino da língua materna que apresentavam críticas ao ensino, então existente, e propunham um novo direcionamento a ele. E ela declara e defende que "a imagem de ensino tradicional de Língua Portuguesa construída nesses textos é a de um todo homogêneo, um ensino que se repetiu sem alterações. Essa imagem foi se transformando, ao longo das últimas décadas, em um conhecimento definitivo e tem possibilitado escrever a história desse ensino. [...] O ensino tradicional não pode ser
Oralidade, Leitura, Escrita e Formação De Professores
fólio - Revista de Letras, 2019
Este trabalho, fruto da reflexão conjunta de docentes que atuam na formação de professores em nível superior, visa a apresentar algumas considerações acerca de temas que permeiam as discussões em torno do ensino de língua materna e de literatura: a oralidade, a leitura, a escrita e o letramento. A partir de experiências como coordenadores de projetos vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, o Pibid, este texto foi construído com base nos seguintes objetivos: a. refletir sobre a oralidade e a escrita; b. pensar o papel da escola no desenvolvimento da competência de leitura e de escrita em uma perspectiva que considere, também, a formação de professores de língua materna.
2019
Elaborado por Maurício Amormino Júnior-CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. www.atenaeditora.com.br APRESENTAÇÃO A história preocupa-se com o estudo do homem no tempo. O tempo é compreendido como algo complexo, não linear e os documentos produzidos no passado são vestígios que podem ser interpretados sob diferentes perspectivas. O conhecimento histórico é construído num processo constante de reflexão com os autores, as fontes e as relações sociais. Essa construção torna-se uma tarefa atenta aos contextos e com rigor quando o pesquisador problematiza suas fontes. Neste processo de construção o passado é lido a partir do presente utilizando fontes-que podem ser escritas, orais, fotográficas, entre outras-e em diálogo com outras ciências como a filosofia, a sociologia, a teologia, a antropologia e etc. Essa diversidade de fontes, temas e diálogos estão presentes nos textos apresentados nesta coletânea. Diferente das ciências exatas a história está sempre em busca dos porquês. Ao encontrar uma possível resposta o historiador pode modificar análises feitas anteriormente e provocar novas investigações sob outros pontos de vista. Assim espera-se que esta obra possa, além de divulgar textos recentes, estimular novas pesquisas.
Critérios Para a Avaliação Da Oralidade No Ensino De Língua Portuguesa
Letras
Em se tratando da avaliação da aprendizagem de modo geral, é necessário que o professor tenha clareza dos objetos de ensino e das expectativas de aprendizagem, para que estes se articulem de forma coerente aos procedimentos metodológicos adotados. Isso também se aplica ao ensino da modalidade falada da língua portuguesa. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio é discutir o ensino da oralidade e sua avaliação, bem como propor critérios avaliativos para o acompanhamento da aprendizagem da língua falada. Para embasar a discussão, são trazidos alguns estudos, tais como Schneuwly (2004) e Melo e Cavalcante (2007).
Abordagem Textual e Ensino De Língua Portuguesa
2008
RESUMO: Este artigo discute a abordagem textual no que se refere a leitura, producao e analise linguistica, no ensino fundamental, verificando ate que ponto as mudancas esperadas apos os PCN vem sendo colocadas em pratica efetivamente e quais as dificuldades para uma abordagem textual em sala de aula. Com base na analise de livros didaticos e dos PCN, comparando as propostas pedagogicas aos pressupostos teoricos que as norteiam - principalmente as teorias do texto, como Linguistica textual e Analise do Discurso -, serao enfatizados topicos referentes a coesao e a coerencia, principalmente sintaxe, pontuacao, articulacao textual e organizacao tematica. ABSTRACT: This paper aims to discuss the textual approach to reading, writing and linguistic analysis on the elementary level of education in order to verify what changes have been made since the implementation of the PCN and the difficulties concerning the adoption of a textual approach within classrooms. By analyzing didactic books a...