Da diversidade ao comum: práticas artísticas, cidadania e políticas sociais / From diversity to the common: artistic practices, citizenship and social policies (original) (raw)

2017, RELACult -Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade

Este trabalho aponta problematizações acerca de políticas relacionadas à diversidade, identidade cultural e cidadania, relacionando-as com situações localizadas em experiências artísticas que envolvem a participação de populações diagnosticadas por questões ligadas à saúde mental, vulnerabilidade social e deficiências, dentre outras condições desviantes. Destacam-se aspectos insistentes de formas coloniais, constituintes das relações de poder diante da atual incorporação de lógicas de mercado ao Estado, marcadas pelo neoliberalismo que afeta os processos de produção e realização artístico-culturais e a execução de políticas sociais. Esses processos desafiam a instauração de espaços comuns e de convivência e exigem experimentações para que deslocamentos se produzam. As situações apresentadas têm como característica o estabelecimento de comunidades que não se encaixam em definições identitárias, o que dificulta o acesso dessas populações às políticas culturais e de cidadania, já que se localizam nas fronteiras de certas identidades ou tem como critérios de agrupamento diagnósticos sociais e/ou de saúde. No entanto, são experiências que parecem trazer elementos que desafiam a lógica das políticas identitárias e a noção de identidade e diversidade cultural, pois instauram circunstâncias de desencaixe a esta lógica. Serão apontadas estratégias que vêm sendo implementadas por agentes que atuam neste no âmbito intersetorial desse campo, considerando os modos de produção da subjetividade contemporânea, a fim de discutir articulações entre ações estéticas e éticas relacionadas às políticas públicas atuais. This work points to questions about policies related to diversity, cultural identity and citizenship, relating them to situations embedded in artistic experiences that involve the participation of populations diagnosed by issues related to mental health, social vulnerability and disabilities, among other deviant conditions. Emphasis is placed on colonial forms of power relations in the face of the current incorporation of market logic to the state, marked by the neoliberalism that affects the artistic-cultural production and realization processes and the implementation of social policies. These processes challenge the establishment of common spaces and coexistence and require experimentation for displacements to take place. The situations presented have as a characteristic the establishment of communities that do not fit into identity definitions, which makes it difficult for these populations to access cultural and citizenship policies, since they are located at the borders of certain identities or have the criteria of grouping social and / or health diagnostics. However, these are experiences that seem to bring elements that challenge the logic of identity politics and the notion of cultural identity and diversity, since they set up circumstances to undo this logic. Strategies that have been implemented by agents that work in this field will be pointed out in an intersetorial way, considering the forms of production of contemporary subjectivity in order to discuss articulations between aesthetic and ethical actions related to current public policies.