D. Afonso V determina na cidade de Lisboa o derrube de alguns atravessadouros de balcões e sacadas existentes e proíbe a construção de novas estruturas semelhantes (1474) (original) (raw)
Related papers
Área 'non aedificandi' em domínio privado. História breve do interstício entre prédios em Portugal
Revista de Morfologia Urbana, 2015
Partindo dos dispositivos jurídicos em vigor (Código Civil e Regulamento Geral das Edificações Urbanas) e recuando até às antigas influências jurídicas (romanas e islâmicas), neste artigo procura-se perceber como os interstícios entre prédios em Portugal foram estabelecidos ao longo do tempo pela ordem jurídica. São contextualizadas e analisadas as antigas normas da almotaçaria e as normas contemporâneas, procurando perceber inovações e persistências. Por fim, realça-se a importância deste conhecimento para o estudo da forma urbana portuguesa. Palavras-chave: interstício entre prédios, restrições e servidões, normas jurídicas, forma urbana, Portugal Starting from the current legal instruments (Portuguese Civil Code and General Regulation of Urban Construction) and retreating to the old legal influences (roman and islamic), this article seeks to understand, in the portuguese context, how the interstices between buildings were established over time by law. The old legal rules of the almotaçaria and contemporary legal rules are contextualized and analyzed, seeking for innovation and persistence. Finally, it is highlighted the importance of this knowledge to the study of portuguese urban form. Keywords: interstice between buildings, restrictions and easements, legal rules, urban from, Portugal
Mateus do Couto e a fortificação de Lisboa: dois documentos memoriais inéditos (1695)
Acusando uma respeitável idade em 1695, ano da sua morte 1 , Mateus do Couto assina duas cartas testemunhais de obras que supervisionou em Lisboa: a fortificação de Lisboa e a Torre da Pólvora da Lapa da Moura. Homónimo de um seu tio falecido em 1664 2 , também arquiteto das Obras Militares (1629), do Santo Ofício (1634) e mestre das fortificações da barra do Tejo, Mateus do Couto nasceu em data desconhecida, possivelmente na segunda década do século XVII, matrimoniando-se com Luísa Gomes em 1648, por sinal irmã mais nova da esposa do seu tio. Além desta evidente cumplicidade familiar, também nos cargos que ambos ocuparam ao longo da vida se verificou uma forte interligação profissional, sublinhada, de resto, na transmissão dos cargos por morte do mais velho, como foi o caso bem conhecido do cargo de «Arquitecto das Obras Militares» (1669) 3 . Mas ao contrário do tio, Mateus do Couto teve pela força das circunstâncias um maior protagonismo nas obras militares, particularmente entre os anos de 1647 a 1678. É disso exemplo a conhecida carta de padrão de D. Pedro II pela qual se relevam, um a um, os muitos serviços que Mateus do Couto prestou à Coroa: «(…) no ministerio das fortificações das marinhas desta côrte e Estremadura, fortes da costa, praça de Cascaes, Setuval, Santarem, Abrantes, Pinhel, Brelenga, fortes da barra e fortificações de Lisboa, praças da provincia do Alemtejo e outras obras do reino, e no posto de ajudante 1 Mateus do Couto faleceu em Oeiras, sendo aí morador, a 4 de novembro de 1695: Cf. PORTELA, Miguel -Os Mateus do Couto: Mestres-de-obras do Real Mosteiro da Batalha. Jornal da Golpilheira, dezembro de 2005, p. 23; ANTT, Paroquiais de Oeiras, Óbitos, Liv. O1, cx. 26, fl. 77. 2 Ibidem; ANTT, Paroquias de Lisboa, Encarnação, óbitos, Liv. O5 cx. 26, fl. 91v. 3 Cf. VITERBO, Sousa -Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Constructores Portuguezes ou a Serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1899, vol. I, p. 258.
História. Revista da FLUP, IV sér., vol. 5, Porto, Faculdade de Letras, pp. 93-117 (ISSN: 0871-164X).
A torre defensiva que D. João II mandou construir em Cascais: novos elementos para o seu estudo R E S U M O Mandada edificar por D. João II na extremidade Sul de Cascais, a torre de Cascais terá começado a ser construída em 1494. Neste estudo aduzimos novos dados que permitem uma proposta interpretativa mais segura quanto à problemática cronológica em torno da construção desta torre e que revelam igualmente alguns dos bombardeiros que serviram na mesma. Palavras-chave: Torre de Cascais; Cronologia de Construção; Bombardeiros; Sismos. A B S T R A C T The tower of Cascais, ordered by D. João II at the southern extremity of Cascais, may have started to be built in 1494. On this study we use new data to propose a safer interpretation to the chronologic problem concerning the construction of this tower and to reveal some of the bombardiers that served in it.
Revista CPC, 2019
A caracterização arquitetónica e construtiva de um edifício é fundamental em qualquer processo de intervenção. A proficiência desses processos depende, em grande medida, do conhecimento profundo do edifício e da correta interpretação das alterações que nele se tenham operado. A reconstituição construtiva, sobretudo de edifícios mais antigos e que foram submetidos a maior número de intervenções no decurso do tempo, nem sempre é possível, dada a inexistência ou a insuficiência de registos escritos do seu projeto inicial, ou das suas sucessivas alterações. Existem, porém, exceções que se referem principalmente a edifícios com maior notabilidade, onde é possível revisitar o processo projetual, através de registos coevos, e, no caso de obras mais recentes, identificar e analisar os estratos referentes às várias intervenções, através da análise documental geralmente depositada em arquivos institucionais. Neste artigo procede-se à possível reconstituição arquitetónica e construtiva dos ele...
O lugar da Sé de Lisboa em Portugal durante os reinados de D. Dinis e D. Afonso IV (1279-1357)
2019
Orientadora: Profa. Dra. Marcella Lopes GuimarãesDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa : Curitiba, 23/08/2019Inclui referências: p. 120-131Resumo: A presente dissertação analisa as adições góticas feitas à Sé de Lisboa durante os reinados de D. Dinis e D. Afonso IV, entre os anos de 1279 e 1357, com patrocínio desses reis e do comerciante lisboeta Bartolomeu Joanes. O Claustro de iniciativa dionisina, a Capela de São Bartolomeu erguida por disposição testamentária de Joanes e a Cabeceira reconstruída por D. Afonso foram feitos no estilo em voga na cristandade latina, o Gótico. Pretende entender as razões que levaram esses agentes a empreender esforços nas referidas obras e qual o lugar que ocuparam no contexto de sua construção. Busca este objetivo através da atenta observação do objeto material e de suas relações com a sociedade que o produziu, através de uma série de questões que se desdobr...