As Varinas de Lisboa (original) (raw)

Dos Varona de Burgos aos Barahona de Lisboa

Armas & Troféus, 2009

Um dos aspectos mais interessantes no estudo das genealogias familiares, e que ultrapassa a mera identificação de gerações, é o de quando existe uma história para contar, e no caso deste ramo da família Barahona ou Baraona, ou indo à sua origem-Varona <> Barona-, aí está ela! E essa história, com algumas estórias, sobre quem foram estes Barona-ourives de ouro, tratantes de diamantes, homens de leis, morgados, religiosos, proprietários fundiários, militares, académicos…-, originários de uma família com solar na cidade de Burgos em Castela /Espanha e cujo genearca do ramo português veio para Lisboa antes do início da dominação dos Habsburgo (1580), faz parte do completo, e longo no tempo, processo de habilitação para Familiar do Santo Ofício (FSO) de João Baptista Walles, instruído a partir de 1713 até à passagem da respectiva Carta em 1727, e disponível na Torre do Tombo, em Lisboa (TT-Pº Hab. FSO M.58 Dil. 1107). Deve acrescentar-se que sem o processo de habilitação para FSO deste terceiro neto do genearca da família em Portugal, Andrés de Varona, a presente reconstituição genealógica teria sido uma tarefa muito mais complicada. No Apêndice A transcrevemos partes desse processo, assim como fazemos algumas análises sobre o mesmo. Metodologia e conteúdo Para quem não está muito ligado a estas coisas da genealogia devo dizer que não se trata de nenhuma "rocket science". O genealogista limita-se, com muita paciência e trabalho, aliados ao prazer e curiosidade da descoberta, a compilar informações que tem obrigação de relacionar e contextualizar, por forma a escrever um texto coerente que deve ser de leitura atractiva e fácil. Esperamos bem que assim seja! Recorremos, sempre que possível, a fontes primárias, que nos ajudam a escrever a verdadeira História de Família, e mesmo assim, há por vezes erros passados ao papel, ou ao pergaminho, pelos próprios escribas, que, ou entenderam mal a informação colhida, ou maliciosamente a corromperam, utilizando um termo querido de épocas passadas.Aliás, embora o perfeccionismo, ou melhor, a transmissão de informação da forma mais correcta possível, deva ser um dos objectivos principais do genealogista, é difícil, se não impossível de atingir, devendo contudo ser objecto de sistemática perseguição, e cruzamento, nos quase inesgotáveis fundos existentes, por forma a melhorar trabalhos anteriores. Trabalhar em genealogia de modo algum é sinónimo de estaticismo, pelo contrário, é uma contínua procura de novas fontes, um verdadeiro "wip"(work in progress). O presente estudo diz fundamentalmente respeito à genealogia das quatro irmãs Barahona Monteiro Gonçalves Simões, desde o seu 15º avô Varona, utilizando a grafia espanhola, Barona em português, ou Barahona tal como é hoje utilizado (v. §1 em Linhas Genealógicas). Introduzimos adicionalmente treze ramos colaterais-do §2 ao §14-, menos aprofundados e com tronco comum ao ramo estudado, que serão por si só motivo de interessante pesquisa nas suas linhas descendentes, já que a sua ascendência Barona/ Barahona fica identificada com este trabalho. Acrescentamos três Apêndices: o A referente à principal fonte deste trabalho-o processo de habilitação para Familiar do Santo Ofício de João Baptista Walles; o B, sobre a instituição do morgadio por Gines de Barona, sua mulher e filho, e sua extinção, e, finalmente o C onde transcrevemos e comentamos a Lenda da Varona. Sem eles este trabalho não seria tão rico.

Os Escravos na Lisboa Joanina

ghp.ics.uminho.pt

Foi propósito deste breve estudo avaliar a expressão do indivíduo escravo na sociedade de Lisboa na primeira metade do século XVIII, como se organizou e estruturou social e familiarmente e que estratégias de integração e participação engendrou numa sociedade que lhe era adversa e de total subordinação ao outro, mas na qual exerceu um papel fundamental.

A Seria, a Varina eo Governador de Macau: Intervenções artísticas e espaço público nos bairros de casas económicas de Lisboa

On the w@ terfront, 2004

No subcapítulo 3.4 analisa-se a evolução do programa sofrida até finais da década de 40, já que, logo nos primeiros anos, se começa a verificar a insuficiência dos pressupostos iniciais para colmatar as carências de habitação, sendo criados, ao longo do tempo, dois novos programas que lhe foram complementares. Dividiu-se este subcapítulo em três partes, que correspondem, aos momentos de viragem na evolução do programa: e que tiveram início em 1938; em 1943 e 1945. O capítulo 3.5 dedica-se ao estudo dos processos de construção dos bairros de casas económicas levando em conta a articulação entre os momentos de parcelamento, urbanização e edificação, que,

A Última Olaria de Faiança de Coimbra

Centro oleiro com maior produção nacional e projeção internacional, Coimbra foi desde o século XVI um importante centro produtor de faiança. Contando com centenas de olarias, que compunham o Bairro das Olarias, chega ao século XXI com apenas uma, que haveria de encerrar em 2007. “A Última Olaria de Faiança de Coimbra” representa a última memória das olarias coimbrãs, através do registo e estudo de tradições seculares. Da autoria de Luís Sebastian e Filipa Formigo, a publicação, numa edição da Direção Regional de Cultura do Norte, Museu de Lamego e Vale do Varosa, apresenta de forma acessível e clara as bases necessárias ao entendimento e fruição da faiança portuguesa como um bem cultural, histórico e artístico, pretendendo contribuir para o reconhecimento da importância da indústria cerâmica coimbrã na História da cidade, região e país e ainda para a recuperação da identificação da cidade de Coimbra com o seu passado histórico-industrial.

O Sistema viário da Lisboa Medieval

Fragmentos de Arqueologia, nº 2: Meios Vias e Trajectos, 2018

In this article we will try to reconstitute, as far as possible, the city’s road system in the medieval period, attempting to describe its various levels: the primary level where connections were made between the city center and the city gates, outlining the main axes of city traffic; the secondary level and its connections between the primary routes and the various sectors of the city; the tertiary level where occurred the access to buildings. Although it is not feasible to fully reconstruct all the complexity of the Lisbon medieval road system, it is possible to understand the global evolution of this system throughout the medieval period through the comparison between the data from archaeological excavations and the elements of the documentary archive. In this sense, it is also relevant to observe how the existing road system in late antiquity has partially subsisted in the road system of the medieval period. We will also observe how some parts of the city were redesigned at some crucial moments in the city’s history and how these changes in urban morphology influenced the road system of this period. Neste artigo tentaremos reconstituir, na medida possível, o sistema viário da cidade no período medieval, descrevendo os vários níveis que o compunham: o nível primário onde se efectuavam as ligações entre as portas da cerca urbana e o centro da cidade, delineando os principais eixos distribuidores da circulação da cidade; o nível secundário onde se realizavam as ligações entre as vias primárias e os vários sectores da cidade; o nível terciário onde ocorriam os acessos aos edifícios. Apesar de não ser viável reconstituir de forma integral toda a complexidade do sistema viário da Lisboa medieval, é possível compreender a evolução global deste sistema ao longo deste período medieval através da confrontação entre os dados provenientes de escavações arqueológicas e os elementos possibilitados pelo arquivo documental. Neste sentido, é também relevante observar o modo como o sistema viário existente na antiguidade tardia terá subsistido, de forma parcial, no sistema viário do período aqui estudado. Observaremos também como algumas partes da cidade foram redesenhadas em alguns momentos cruciais

As árvores da cidade de Lisboa

Árvores e Florestas de Portugal – Nº 7 | Floresta e Sociedade – Uma História em comum, 2007

Chegamos ao Século XXI, com um valor médio de área de espaços verdes por cada lisboeta de 9,1 m2/habitante, se não incluirmos o Parque de Monsanto, e de 26,8 m2/habitante se o incluirmos. Este índice de área de espaço verde por habitante corresponde a áreas maioritariamente cobertas por árvores e, por isso, é conhecido por “índice verde”. Foi generalizado para as grandes cidades do mundo e caracteriza a relação entre o número de habitantes e as áreas permeáveis e plantadas com árvores, infraestruturadas para passeio, estadia e recreio, que se entremeiam no espaço construído, impermeável e frequentemente de alta densidade que ocupa o resto da cidade. O índice de Lisboa só inclui jardins e parques públicos a cargo da Câmara Municipal de Lisboa (CML), porque são estes que oferecem recreio e estadias à população e para os quais a autarquia investe em manutenção, restauro e vigilância. É intenção deste trabalho apresentar valores das áreas arborizadas de Lisboa obtidos de fontes seguras e informação quantificada, para reduzir o efeito perverso da informação subjectiva que serve por vezes os defensores do ambiente mas que também contra eles se vira por falta de rigor e precisão. Será também apresentada a evolução dos movimentos internacionais que foram introduzindo ao longo da história o “verde” na cidade e a forma como influenciaram o construir da cidade de Lisboa. Para esta serão apresentadas as espécies arbóreas de arruamento que foram sendo usadas desde 1929 e que constituem a massa de árvores que faz parte da vivência da cidade e da sua imagem.

Vazios Urbanos e a Metrópole de Lisboa

A cidade de Lisboa tem uma centralidade dispersa. A cidade tem problemas de gestão da sua ou das suas centralidades, tanto a nível turístico como funcional. As opções para promover a reabilitação e criar novo não têm sido equiparadas. Pode comparar-se o fenómeno de sucesso da Expo 98 com o fenómeno de cidade difusa da Alta de Lisboa, e em relação à reabilitação e regeneração urbana muito pouco se tem feito. As políticas desajustadas e a falta de processos de governança local tem provocado o surgimento de vazios urbanos tanto no interior da cidade histórica e tradicional, como na cidade moderna.

As Procissões na Lisboa Barroca

Colóquio Espaços e Formas de Sociabilidade, 2009

No contexto da Lisboa quinhentista, seiscentista e setecentista, a igreja de S. Roque assumiu um papel particular, servindo de palco para inúmeros acontecimentos, que da igreja inaciana se estenderam à cidade. A festa que predominou em Portugal à época, a celebração de carácter religioso, cruzou-se no tempo e no espaço com demonstrações civis. Estas, se por um lado se manifestavam de forma mais evidente em expressões artísticas como o teatro, a ópera ou simples concertos de câmara, também resultaram em acções comemorativas ou faustos régios (nascimentos e apresentações de infantes/as, baptismos, casamentos e cerimónias fúnebres), tocando a religiosidade, quer enquanto testemunho de devoção, quer por ocorrerem no espaço sagrado do templo cristão.