O Curso Terminal do Douro entre a Tardoantiguidade e a Integração na Monarquia Asturiana: Rede Viária e Estruturas Defensivas (2012); Lower Douro river bassin between Late Antiquity and its integration in the Asturian kingdom: road network and defensive structures (2012) (original) (raw)
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Povoamento e Organização Do Território Do Baixo Douro Na Época Da Monarquia Asturiana
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Partindo de uma breve descrição do meio físico do Baixo Douro e dos grandes itinerários que o atravessavam, analisa-se o seu povoamento e a sua organização na época da monarquia asturiana com base em testemunhos documentais e materiais. Vista a forma como as presúrias e o modelo de organização baseado nas civitates serviram para a monarquia asturiana integrar o vale do Douro na sua esfera de influência, não deixamos de aflorar as mudanças que têm lugar a partir de finais do milénio, as quais acabariam por levar à implementação de um outro modelo de organização do território.
Construir, Navegar, (Re)Usar o Douro da Antiguidade
2018
Em maio de 1999 reunimos em Portugal, em Tongobriga, um conjunto de investigadores franceses, espanhóis e portugueses, com o intuito de refletirmos sobre a emergência e desenvolvimento das cidades romanas no norte da Península Ibérica. Procuramos, então, analisar, em conjunto, perspetivas que a investigação arqueológica tinha proporcionado sobre a ocupação do território do Noroeste peninsular pelos romanos no espaço da sub-meseta norte e, especificamente, na bacia do rio Douro. Juntamos nessa mesa-redonda investigadores de várias universidades e instituições, tais como José António Abásolo Alvarez e Armando Coelho Ferreira da Silva na abordagem ao território aquando da chegada dos romanos e
Em 1143 quando o rei-imperador Afonso VII reconheceu a seu primo, o conde portucalense Afonso Henriques, a possibilidade de utilizar o título de rei de uma unidade política que recebeu o nome de Portugal, o novo reino estava de costas voltadas para o seu litoral, o qual, era ainda muito circunscrito. Na verdade, o espaço do Condado Portucalense agora transformado em reino, localizavase sobretudo entre os rios Minho e Mondego, uma zona onde os núcleos urbanos eram ainda escassos, distribuindo-se os mais importantes pela área mais interior de vales fluviais ou pelas médias altitudes. Raros eram os que se localizavam na linha costeira, uma vez que apenas o burgo de senhorio episcopal do Porto ocupava um morro sobranceiro ao rio Douro, na imediata proximidade da sua foz. Por outro lado, os pólos urbanos mais importantes do nóvel poder político ou seja, a 1ª capital condal localizada em Guimarães e, Coimbra, a cidade com a qual o novo rei mostrava ter mais sintonia eram ainda claramente interiores.
RESUMO Entre a segunda metade do século IX e o final da centúria seguinte, o território situado entre os rios Douro e Mondego foi um campo aberto à expansão asturiana e leonesa. Dessa dinâmica colonizadora chegou até hoje um conjunto apreciável de docu-mentação, um número restrito de materiais tipo-lógicos descontextualizados arqueologicamente e um ou outro monumento que, na sua complexa história, integra elementos relacionáveis com o que se conhece da arte asturiana e leonesa. Neste artigo, proponho um conjunto de hipóteses acerca da evolução de um território específico, inte-grado numa longa duração civilizacional. Diferentes agentes, imbuídos de distintas ambições, foram responsáveis pela alteração da paisagem e deixa-ram marcas físicas da sua acção. A reconstituição histórica deste fenómeno não é fácil nem isenta de dúvidas, tal como problemática é a caracterização dos principais monumentos e respectivos programas fundacionais. As igrejas de Balsemão e de Lourosa continuam a ser os mais eloquentes testemunhos nesta área, mas há novos companheiros de viagem como a torre de Trancoso, o sítio do Prazo ou as recentes descobertas na área da Senhora do Barro-cal. O mais vasto panorama, contudo, comporta silêncios, hiatos e duvidosas realizações que importa questionar e contextualizar. ABSTRACT Between the second half of the 9th century and the end of the next, the territory between the Douro and Mondego rivers was an area open to the Asturian and Leonese expansion. Of that colonizing dynamics, a considerable number of documents has survived, as well as a limited group of archaeologically decontex-tualized typological materials and a few monuments, which in their complex history, include elements that can be related to what is known of the Asturian and Leones art. In this article, I propose a number of hypotheses about the evolution of a particular territory over a long civilization period. Different agents, imbued with distinct ambitions, were responsible for the landscape change and left physical marks of their actions. The historical reconstruction of this phenomenon is neither easy nor free from doubt, and the characterization of the main monuments and corresponding foundational programs is also problematic. The Balsemão and Lourosa churches remain the most eloquent testimony in this area, but they have new travel companions, such as the Trancoso Tower, the Prazo venue or recent discoveries in the area of Senhora do Barrocal. The wider picture, however, includes silences and dubious realizations that are important to question and contextualize.
Pretende-se, com base no acervo arqueológico pré-histórico da região fronteiriça de Campo de Caparinho, Vilar de Perdizes, Montalegre (Norte de Portugal) demonstrar a possibilidade e premência de um diálogo entre passado e presente, como forma de desenvolvimento sustentado. Trata-se de uma área com profusão e diversidade de monumentos arqueológicos da Pré-História Recente, inseríveis, sensivelmente, entre o IV e o II milénios AC e que temos vindo a estudar desde 2002. A escavação de um túmulo, de uma depósito sob um “abrigo” gravado, de várias gravuras rupestres entre as quais destacamos a do “Penedo do Matrimónio”, uma das mais imponentes do conjunto, permitem pensar este local como um sítio especial, cheio de sentidos, gerador de uma memória emocional e de identidade socio-cultural. Mas a história deste local também pode ler-se pelos testemunhos arqueológicos da permanência de cultos pagãos durante o cristianismo bem como pelos vestígios de um sistema agro-silvo-pastoril em extinção. Assim sendo e tendo em atenção o conjunto patrimonial pré-histórico e histórico ou antropológico desta área fronteiriça a autora efectua uma reflexão sobre a sua reintegração no quotidiano dos presentes, enquanto elementos geradores de novas identidades e de desenvolvimento sócio-cultural.