Uma trajetória de pesquisa sobre rizoma e educação musical (original) (raw)
2005, Anais do XI Simpósio Paranaense de Educação Musical
SANTOS, Regina Marcia Simão. Uma trajetória de pesquisa sobre rizoma e educação musical. In: SIMPÓSIO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 11, 2005, Londrina. Anais do XI Simpósio Paranaense de Educação Musical, Festival de Música de Londrina. Paraná, 2006, CD ROM. Há dez anos, exatamente em 1995, pela primeira vez usei o termo rizoma em uma conferência. Isso aconteceu no IV Simpósio Paranaense de Educação Musical, por ocasião do XV Festival de Música de Londrina, na conferência que intitulei de "Crítica, Prazer e Criação". Recorri a essa metáfora para dizer de "uma concepção de currículo onde se define de modo peculiar o planejamento de ensino" (Santos, 1995, p. 30). Era quase tudo que eu podia dizer naquele momento, ao procurar descrever algumas experiências que vínhamos desenvolvendo. Mesmo assim, uma certa "surdez" em relação a esse termo se deu naquele auditório. Portanto, é com grande prazer que volto a Londrina para, a convite, participar da 11ª edição desse Simpósio, que tem como tema "Por uma educação musical rizomática". Parabenizo sua equipe organizadora por ter assumido um tema que, para uns, é tão controvertido e temido, ou puro modismo, e por outros é até banalizado ou ridicularizado, envolvendo uma série de mal-entendidos e reduzindo-se a um pensamento enigmático. As metáforas da árvore e do rizoma têm favorecido o debate entre especialistas de diversas áreas, entre elas a da educação, e parece agora ecoar na educação musical. Gagliard, em texto datado de 1993, diagnosticava que naquela ocasião eram ainda muito raras as experiências na condução de um currículo não linear, e que ele chamava de dinâmico-dialógico (Gagliard, 1993). Corazza e Tadeu vão falar, em texto escrito dez anos depois, que pesquisas numa perspectiva deleuze-guattariana apenas estavam começando, nos anos finais da década de 90: "apenas se começa a descobrir Deleuze" (Corazza & Tadeu, 2003, p. 36). Uma consulta aos ANAIS dos encontros anuais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (ANPEd) e periódicos dessa área corrobora isso: o pensamento de Deleuze e Guattari está presente nos debates travados nos encontros da ANPEd no final dos anos 90, em torno das tendências póscríticas e pós-estruturalistas em educação (