A AUTOCOSNCIENCIA EM SÃO TOMAS DE AQUINO (original) (raw)

A TEORIA DO CONHECIMENTO EM TOMÁS DE AQUINO: DA ABSTRACTIO À INFUSIO

A entrada do pensamento de Aristóteles no corpus teórico medieval, a partir de meados do século XII, trouxe, entre tantas outras afirmações, o adágio segundo o qual não há ciência do singular, mas apenas do universal. Em outras palavras, a escolástica se baseou na consideração de que o intelecto é incapaz, por natureza, de compreender o individual. Se a experiência sensível só se depara com realidades singulares, o pensamento só pode apreender o que nelas há de específico ou genérico, ou seja, de universal. i A teoria do conhecimento em Tomás de Aquino, centrada na abstractio, não pretende ser mais do que o prolongamento, e talvez mesmo apenas a repetição, da teoria aristotélica da abstração. Isso porque segue escrupulosamente, a despeito de uma terminologia ligeiramente diferente, passo a passo a construção do conhecimento explicitado na Metafísica de Aristóteles. Segundo Tomás, o conhecimento se constitui, com efeito, no processo abstrativo em que o intelecto agente fornece ao intelecto possível a espécie inteligível, de caráter geral ou universal, obtida a partir da espécie sensível produzida pelos sentidos e retida na imaginação. ii A espécie sensível, também denominada de fantasma sensível ou simplesmente imagem, é uma representação, já imaterial, da realidade material. Como em Tomás de Aquino o que faz com que o ser, por si mesmo universal, se individualize é a matéria, dizer realidade material equivale a dizer realidade singular. iii Por isso ressalta que a imaterialidade da espécie sensível não a isenta das condições ou propriedades da matéria, entre elas principalmente a quantidade, princípio último da individuação. Assim, o conhecimento sensível lida apenas e tão somente com objetos singulares, o que o impede de se constituir em ciência. iv O intelecto, entretanto, não tem por objeto a imagem ou espécie sensível-embora esta lhe seja imprescindível-, mas, atuando sobre a mesma, logra desvincular-se das condições materiais que a singularizam, abstraindo então a quidditas ou essência universal, aqui chamada de espécie inteligível. v

A JUSTIÇA EM TOMÁS DE AQUINO

RESUMO Em seu Tratado de Justiça, Tomás de Aquino, inicialmente, analisa o direito como objeto da justiça. Traz à lume a justiça como virtude, e m que a ação deve conduzir, necessariamente, à retidão. Dentre as teorias da justiça de destaque, encont ra-se seu pensamento retumbante, que pondera justiça aliada à fé e à razão. Levando em consideração o conjunto de interesses do homem , Tomás de Aquino, sob a influência das Santas Escrituras e de O Filósofo, converte uma nova forma de pensar. Através de pesquisa bibliográfica, pura e qualitativo-exploratória, formulou-se estudo descritivo-analítico sobre a ideia de Justiça para Tomas de Aquino. Ideia esta expressa e analisada junto à Seção II da Parte II, questões 57 a 63 de sua Suma Teológica-Tratado de Justiça. Palavras-chave: Justiça; Tomás de Aquino; Direito.

CONCEITO DE LEI NATURAL EM TOMÁS DE AQUINO

Nelson Santos, 2024

Este trabalho pretende destacar, de forma introdutória, a partir da Summa Teológica (STh. Ia-IIae, q. 94) como Tomás de Aquino define e justifica a Lei Natural, estabelecendo relações com a Prudência, tendo como eixo norteador a noção de bem comum, numa perspectiva transcendental. O texto destaca ainda como esses bens comuns conduzem a uma visão normativa do papel das inclinações humanas naturais na concepção de Lei Natural, inferindo daí, uma ética natural.

TOMÁS DE AQUINO E OS DIREITOS HUMANOS

Revista de Direito de Franca, 2021

RESUMO Esta dissertação tem por objetivo geral estudar e reavivar os ensinamentos acerca da obra do Jusfilósofo e teólogo de Paris, Tomás de Aquino, e analisar como sua obra "Summa Theologiae", além de ser uma obra religiosa, é, acima de tudo, um tratado extremamente importante para o estabelecimento do Direito Constitucional e dos Direitos Humanos, tendo influenciado o sistema político interno em vários países ocidentais e resultado na elaboração de análises na política internacional, através da sua influência na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que moldou o Direito Internacional por meio do estudo da história do desenvolvimento jurídico e filosófico do conceito de Direitos Humanos, assim como o Brasil, inicialmente nas organizações internacionais, posteriormente internalizou características daquela Declaração Universal em sua Constituição de 1988, bem como isso afetou a forma como veio a participar da Organização das Nações Unidas, São examinados os principais pontos assumidos pelos jusfilósofos na Idade Moderna e Contemporânea e como o resgate dos conceitos de Aquino foram reestabelecidos no Direito após os horrores da Segunda-Guerra, permitindo uma nova interpretação constitucional, sendo Direito Natural, mas este que apoia o Direito Positivo, afastando a retórica positivista mais agressiva de "dura lex, sed lex". Do trabalho, conclui-se que o Direito Constitucional tem sob a influência dos conceitos de Tomás de Aquino base sólida para fundamentar a necessidade de proteção dos Direitos Humanos.

O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE TOMÁS DE AQUINO

RESUMO Esse artigo tem como objetivo apresentar importantes abordagens pedagógicas do pensamento de Tomás de Aquino, teólogo e filósofo do século XIII. Com este objetivo se busca evidenciar valores, estratégias e princípios que imprimem qualidade à educação de ontem e de hoje. A compreensão de sua pedagogia, objeto deste trabalho, é desafiante, pois Tomás é um pensador que além de trazer consigo uma vasta e profunda produção de escritos, não apresenta um tratado específico sobre o tema, ou seja, o pensar pedagógico do Aquinate encontra-se disperso nas milhares de páginas que configuram suas obras. Mesmo assim, o presente estudo, sedimentado em sua antropologia, se debruça sobre os escritos do Aquinate, especialmente sobre o De Magistro, para evidenciar a necessária e sólida base, para que a educação da contemporaneidade seja eficaz em integrar a diversidade e promover a cidadania. São objetivos específicos: identificar o papel do mestre e do aluno na arte de aprender; e, evidenciar os principais elementos do processo educacional do Aquinate. Palavras-chave: Educação. Mestre. Aluno. Homem.

Autônomo no Pensamento de Santo Tomás de Aquino

Revista Eletrônica Espaço Teológico.

Neste breve escrito pretendemos refletir acerca de uma concepção atinente ao pensamento de Santo Tomás de Aquino, conforme exposta nas obras de Francis Schaeffer, mormente em seu livreto, A Morte da Razão[1]. Concepção essa que perpassa não apenas a trilogia à qual pertence esta obra, mas a todo o pensamento do autor em questão. Grosso modo, podemos dizer que Francis Schaeffer advoga encontrar na obra de Santo Tomás de Aquino, a ideia de uma autonomia da razão, mas não apenas isso, e sim uma autonomia da razão frente ao problema soteriológico. Portanto, pretendemos averiguar se esta tese de Schaeffer se justifica ou não; para tanto, nos reportaremos não apenas à obra em questão, mas, sobretudo, aos escritos do próprio Santo Tomás de Aquino, que com certeza são abundantes na discussão sobre o status da razão, tanto no estado pré-queda, quanto no estado pós-queda, lembrando que este último é o mais relevante para a presente discussão. [1]Escape From Reason (1968). Referir-se a est...