Para uma cartografia de infâncias queer no currí- culo escolar (original) (raw)
Resumo Infâncias queer, desidentificadas dos padrões de gênero e sexualidade instituídos, estão presen-tes no currículo escolar, aquecem nossas pesquisas e docências, incendeiam nossas certezas e enchem o território curricular de chispas incandescentes e incontroláveis. Este artigo, instalando-se nos estudos do campo curricular de perspectiva pós-crítica, tem como objetivo discutir o mapa do fazer cartográfico, desenhado para a realização de uma pesquisa de mestrado, que investigou as resistências e os modos de vida forjados pelas crianças queer e suas infâncias-que chama-mos de "fogueirinhas"-no currículo dos anos iniciais do ensino fundamental, de uma escola pública de Belo Horizonte. Para cartografar infâncias queer, faz-se necessário entrar em um jogo de experimentação de posturas brincantes e inventivas, em um devir-criança, que nos possibilite desmantelar a lógica adulto-centrada e criar procedimentos de pesquisa mais sensíveis aos movi-mentos minoritários dessas infâncias. Palavras-chave: Currículo. Infâncias queer. Cartografia. Percursos metodológicos. For a queer childhood cartography in the school curriculum Abstract Queer childhood, unidentified from established gender and sexuality standards, are present in the school curriculum, warm our research and teaching, ignite our certainties and fill the curriculum territory with incandescent and uncontrollable sparks. This article, based on post-critical perspective curricular field studies, aims to show the map of cartographic designed to conduct a master's research that investigated the resistances and lifestyles forged by queer children and their childhood, which we call "litte bonfires" in the curriculum of the early years of elementary school, at a public school in Belo Horizonte. To map queer childhood it is necessary to enter into a game of experimentation of playful and inventive postures, in a becoming-child attitude, that enables us to dismantle adult-centered logic and create research procedures more sensitive to the minority movements of these childhood.