Lucía Tennina – Cuidado com os poetas! Literatura e periferia da cidade de São Paulo (original) (raw)
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Tennina, Lucía. Saraus das periferias de São Paulo: poesia entre tragos, silêncios e aplausos
Este artigo apresenta um panorama do movimento dos saraus da periferia a partir da hipótese de que os saraus da periferia articulam uma nova concepção do espaço “periferia”. O trabalho parte da análise das fórmulas rituais que nele se desenvolvem e as variadas dimensões de construção de identidades periféricas pensadas desde a ideia de cultura. A análise atinge também os estilos dos poemas que costuma se declamar nesses espaços. O artigo insiste em marcar as diferenças entre os saraus da periferia, principalmente diferenças geográficas e temáticas, fazendo referência também à gestão das políticas culturais que dialoga com esse movimento de saraus da periferia. Finalmente, reflete-se aqui em relação com o processo atual dos saraus da periferia, a partir da desterritorialização de muitos deles.
Trajetórias de escritores e os saraus literários nas periferias de São Paulo
PragMATIZES - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura, 2022
A pesquisa constituiu em objeto de estudo a emergência de saraus literários nas periferias da cidade de São Paulo, entre 2014 e 2016, por meio do estudo das trajetórias de seus escritores. Articulando as dimensões da cultura e da educação, a pesquisa se concentrou nos estudos sobre cultura, sob a perspectiva sociológica de Pierre Bourdieu, interrogando os processos históricos de aquisição de capital cultural, relacionando origem social, trajetória escolar e os saraus literários. O trabalho de campo foi realizado em quatro saraus literários, em diferentes regiões de São Paulo. Visando a identificar a posição dos bairros nos quais os saraus acontecem, e onde faríamos a pesquisa de campo em seguida, realizamos um estudo estatístico das características sociodemográficas da população residente nestes bairros. Por meio da consulta a redes sociais (Facebook), compusemos uma primeira lista de 22 saraus literários que aconteciam regularmente em São Paulo, com atividades divulgadas em redes...
As trajetórias de poetas nos saraus das periferias de São Paulo
Lutas Sociais, 2022
que teve por objetivo investigar os processos que estão na origem do envolvimento de sujeitos em saraus de literatura nas periferias da cidade de São Paulo. A pesquisa se concentrou nos estudos sob a perspectiva de Pierre Bourdieu. O estudo de campo foi realizado em quatro saraus da cidade. Foram realizadas análises sociodemográficas dos bairros. Por meio de questionários foi realizado um perfil do público destes eventos. E foram realizadas entrevistas com poetas/escritores, dando importância, sobretudo, às suas trajetórias. Concluiu-se que o acesso à escolarização, com destaque para o ensino superior, influencia em disposições para atuação no campo literário. Os poetas e escritores que participam dos saraus desenvolvem práticas literárias profissionalmente, e muitos deles dependem dessas ações como uma de suas fontes de renda.
Literatura marginal': os escritores da periferia entram em cena
Dedico este trabalho ao professor Júlio Simões e aos escritores que protagonizam a movimentação cultural aqui registrada. AGRADECIMENTOS Este trabalho é dedicado ao meu orientador, o Dr Júlio Assis Simões, como forma de retribuição à seriedade e à atenção que me dispensou nesses últimos anos. A ele eu agradeço todas as leituras atentas, sugestões, críticas e estímulos que me ajudaram a desenvolver esta pesquisa. E agradeço também por ser, desde a graduação, o grande incentivador da minha carreira. Agradeço a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, que me concedeu a bolsa sem a qual esta pesquisa não teria se viabilizado. As professoras Lilia Schwarcz e Marta Amoroso, pelo incentivo de sempre; e a Andrea Saad Hossne e ao Antonio Sergio Alfredo Guimarães, pelas aulas estimulantes. Agradeço especialmente a professora Angela Alonso por todos os apoios dados, por ser exemplo de didática e dedicação aos estudos, e pelas críticas essenciais feitas no meu exame de qualificação. E ao professor Heitor Frúgoli, pela leitura atenta do meu relatório de qualificação e pelas importantes sugestões teóricas e jornalísticas que me foram dadas. Aos "argüidores camaradas", que leram a primeira versão desta dissertação e fizeram comentários estimulantes: Daniela Amaral, Isadora Lins, Angelita Garcia e Kleber Valadares. A estes dois últimos agradeço também por terem sido interlocutores em diferentes momentos da pesquisa. E ao Adriano Ropero, querido revisor do texto final. Aos amigos que são parceiros de longa data e que contribuíram muito para o desenvolvimento desta pesquisa, emprestando livros, sugerindo reportagens jornalísticas e me acompanhando nas atividades de campo: Camila Silva, Clodoaldo Paiva, Geraldo Santos, Kleber Valadares, Márcio Calixto e Ronaldo de França. Pelo carinho que vem de longe, mas sempre chega até o meu coração: Elaine Bulgarelli, Juliana Santana, Bruno Camargo e Gebert Aleixo. As amigas da pós-graduação, pelas valiosas cervejas, Isadora Lins França (minha querida irmã de orientação) e Isabela Silva. Ao casal Isa e Dri, agradeço o apoio emocional dado na reta final do trabalho. Ao meu pai, pelo computador providencial que me foi presenteado no primeiro ano da pós-graduação e por existir, e a minha irmã, por ter me ensinado inglês e pelas caronas fundamentais. A minha priminha do coração Elizangela Maria, pela ajuda. E ao meu padrinho Alceu Bruno e ao amigo José Júlio Leite, pelo interesse e carinho. A Maria José, que não contente em ser minha tia, me deu seu filho para batizar e colocou a sua casa à disposição para que eu pudesse redigir os capítulos da dissertação com tranqüilidade. Agradeço o abrigo, as risadas, os comentários, os filhos e as comidinhas feitas especialmente para dar inspiração. Ao meu afilhado Cleiton Sá, por ser a estrela que ilumina a minha vida há treze anos, e ao seu irmão, Clóvis Sá, pela amizade e por todas as ajudas sobre informática. Ao Zé, amigo de longa data que se tornou parceiro, assistente de pesquisa de todas as horas, fotógrafo dos eventos, travesseiro, colo e meu amor. Agradeço o apoio financeiro, a paciência, as massagens e todos os cuidados que contribuíram para que eu pudesse cumprir mais uma etapa da minha carreira. Aos livreiros José Adão e Marciano Lourenço, pelos prazos generosos para pagamento dos livros, pelas conversas e poesias. As profissionais com as quais trabalhei nos últimos cinco anos, agradeço as oportunidades que me permitiram continuar estudando e o tratamento fraternal que me ofereceram: Ana Paula Corti, Bel Santos, Denise Botelho, Regina Facchini e Vera Lion. Agradeço a todos os escritores com os quais tive contato ao longo do trabalho, sobretudo aos que me concederam entrevistas. Sou grata ao Ferréz, ao Sacolinha e ao Vaz, que me emprestaram suas histórias de vida e seus textos. Gostaria de deixar também registrada a minha gratidão ao Allan, ao Buzo e ao Dugueto pela atenção que me deram, e ao casal Robson Canto e Neide, pela companhia nos eventos. E muito especialmente ao Sacolinha, sempre disponível, sempre generoso. É preciso sugar da arte Um novo tipo de artista: o artista cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbecializa um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que armado da verdade, por si só, exercita a revolução. Sérgio Vaz RESUMO Resumo: Este trabalho busca analisar a apropriação recente da expressão "literatura marginal" por escritores oriundos da periferia, tomando como ponto de partida o conjunto de autores que publicaram nas três edições especiais Caros Amigos/ Literatura Marginal, nos anos de 2001, 2002 e 2004. A pista deixada por essas publicações era que, mais do que o perfil sociológico dos participantes ou um determinado tipo de literatura, a junção das categorias literatura e marginalidade por tais escritores encobria uma atuação cultural específica, que está relacionada a um conjunto de experiências e elaborações compartilhadas sobre marginalidade e periferia, assim como a um vínculo estabelecido entre criação literária e realidade social. Por isso, além de apresentar empiricamente essa nova geração de escritores marginais, esta pesquisa visou articular a formação interna do grupo e seu significado mais geral, buscando demonstrar como um conjunto de idéias e vivências compartilhadas possibilitou que moradores da periferia, tradicionalmente excluídos como sujeitos do processo simbólico, pudessem entrar em cena para produzir sua própria imagem, dando origem a uma intensa movimentação cultural em bairros da periferia paulistana. Palavras-chave: literatura marginal, escritores da periferia, cultura da periferia, movimento literário, movimento cultural.
Cooperifa e a literatura periférica: poetas da periferia e a tradição literária brasileira
São tantas pessoas que fazem parte desse trabalho que provavelmente serei injusto com alguém, mas de antemão, se algum nome não for citado, sinta-se parte importante desse processo. Inicio pelo meu orientador Emerson da Cruz Inácio, pessoa por quem tive amor à primeira vista. Por sua hombridade, seus iluminados conhecimentos acadêmicos e de vida, agradeço pela paciência e, acima de tudo, pela dedicação que dispensou a este orientando que chegou e precisou ser lapidado. Gostaria de lembrar do professor Mário Lugarinho com quem tive o prazer de conviver e conhecer o homem culto e prestativo com quem aprendo a cada segundo. Aos amigos que reconheci Sandra Salavandro e suas importantes dicas; Sinei Sales pelas incríveis e necessárias aulas particulares, Victor Palomo, Bruninho, Arnaldo, Luana e Daviane que encaram minhas loucuras de poeta e aceita participar de meus devaneios, amigos que carrego para sempre. Ao mestre Tigrão da Associação Cultural Corrente Libertadora por abrir um mundo desconhecido para um menino do Jardim Ângela. Vera Alves, do Instituto Espaço Arterial, pessoa amável e de coração sem fundo, sem você isso não existiria. Um agradecimento especial à COOPERIFA que é o principal responsável por minha vida de poeta e desse trabalho existir, não obstante, agradeço por manter a literatura viva. Nós sabemos as dificuldades que enfrentamos diariamente para nos manter vivos no universo literário, longe dos holofotes e câmeras de TV, em compensação fazemos literatura da mais pura beleza. Aos amigos de todos os saraus, em especial, Márcio Batista parceiro do dia a dia e de muitos títulos santistas, Sérgio Vaz por ser o responsável por tudo isso, mas principalmente, por ser a pessoa maravilhosa que é, homem sábio, justo e um grande amigo. Agradeço o grupo Racionais mc's por me mostrarem a verdade, em especial, KL Jay e Edi Rock, amigos e ídolos, sou muito grato por estar perto de vocês mesmo que como um mero fã que quer um motivo para estar próximo. Z'África Brasil, Gaspar, meu irmão, Funk Buia, Pitchô e DJ Tano. Minha família, que sempre acreditou em mim, meus irmãos Edilene, Clodoaldo, Luciane e Edneia, que está com Deus ao lado de nosso pai, Mariano. Minha mãe, Maria, obrigado por sempre me apoiar. Meus filhos Vinícius e Artur, meus amores e razão da minha vida. Marília Carolina, a pessoa com quem estarei o resto da vida dedicando todo o meu amor. Agradeço, por fim, a banca avaliadora pela oportunidade de ser lido por vocês que são minhas referências. Obrigado. Periferia, viela, cortiço. Você deve está pensando O que você tem a ver com isso? Racionais mc's RESUMO MARINHO, Márcio Vidal. COOPERIFA E A LITERATURA PERIFÉRICA: poetas da periferia e a tradição literária brasileira. 2015. xx f. Dissertação (Mestrado)-Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas , São Paulo, 2015 Trataremos neste trabalho da poética surgida a partir da produção literária e do sarau da COOPERIFA (Cooperação Cultural da Periferia). Por meio das análises dos poemas advindos desse movimento cultural, verificaremos a contribuição dessa produção à Literatura Brasileira e ao cenário cultural que favorece o surgimento de escritores oriundos dos espaços historicamente marginalizados pelos contextos culturais e sociais hegemônicos brasileiros.
Belo Horizonte literária: a cidade e a poesia
Opiniães, 2016
O presente artigo pretende mostrar como a cidade de Belo Horizonte, capital mineira, desde a sua inauguração e principalmente com as primeiras décadas do século XX, esteve ligada intimamente à poesia como espaço de produção e como temática poética. Com Carlos Drummond de Andrade e os modernistas de A Revista, de 1925, a cidade entra na cena literária brasileira e se torna uma importante referência na produção literária e intelectual do país.
Geografia e Literatura: Uma Leitura Da Cidade Na Obra Poética De Paulo Leminski
Revista da Anpege, 2005
L'ÊTRE AVANT LA LETTRE la vie en close c'est une autre chose c'est lui c'est moi c'est ça c'est la vie des choses qui n'ont pas un autre choix (LEMINSKI, 2002b:5) Paulo Leminski 2 , já no fi nal da década de 1980, era um nome conhecido. Mesmo nos rincões do Brasil, seu nome era ouvido, sobretudo por aqueles jovens instigados pela Filosofi a, pela Música e pela Literatura. Em Rondonópolis, no interior do estado de Mato Grosso, antes mesmo de nossa entrada, como aluno, no curso de Graduação em Geografi a, no ano de 1989, tínhamos tido notícias de um jovem poeta: Paulo Leminski. Uma década e meia após esse nosso primeiro contato, novo encontro se estabelece no fi nal do curso de graduação em Letras na Universidade Federal do Paraná. Agora, como uma voz poética que traduz uma leitura da cidade; não só aquela em que nasceu e viveu-Curitiba 3-, mas, também, em outras em Resumo As mediações estabelecidas entre os poetas e a cidade foram pouco discutidas pela Geografi a. Assim, pretendese, com esse trabalho, analisar a cidade que se constrói na obra poética de Paulo Leminski, tendo como referência sua trajetória intelectual, sobretudo as infl uências presentes na construção de sua poética, mas, também, as mediações construídas em relação às cidades em que viveu, particularmente a de Curitiba.
Literatura e periferia(s): a emergência de outras vozes na literatura brasileira
e-cadernos ces, 2021
As expressões literárias da considerada literatura Marginal-periférica brasileira assentam, na atualidade, nas mais diversas áreas do conhecimento em importantes discussões a partir do, e sobre, o espaço narrativo e discursivo das periferias que, para além dos conceitos de espaço ficcional e literatura, realismo e literatura, possibilitam consideráveis debates, sobretudo sobre a natureza identitária e simbólica de sujeitos/personagens periféricos. Em vista disso, neste artigo buscamos analisar, a partir das noções de linguagem, discurso e subjetividades em recortes discursivos dos contos Rolézim e Espiralreunidos na obra O sol na cabeça (2018) do escritor Geovani Martins, morador da favela da Rocinha, uma das maiores favelas da América Latinacomo são possíveis outros modos de significar a construção identitária dos personagens, em face das marcas históricas de representações.
Poéticas Periféricas: Novas vozes da poesia soteropolitana
Livro com poemas de 100 autores, o livro é resultado do trabalho coletivo de vários protagonistas de saraus, slams, grupos e coletivos de artistas da palavra, que representam quase 3 milhões de vozes da capital baiana. Organizado por Valdeck Almeida de Jesus. Registra parte da produção literária de Salvador e traz denúncias contra o genocídio da juventude negra e periférica, racismo, homofobia, racismo religioso, machismo e todas as opressões. E também tem poemas de amor, sonhos e alegria. A publicação pretende dar visibilidade, proporcionar a compilação de poemas para fontes de pesquisas, além de valorizar o movimento de leitura e escrita, bem como fortalecer políticas de formação de leitores e facilitar o acesso à produção poética da periferia para os interessados. Além disso, o projeto é um instrumento de estímulo à criação poética para fortalecer o trabalho em grupo já realizado pelos diversos coletivos. A publicação deve facilitar a circulação da produção poética através dos saraus e slams e fomentar o mercado editorial local. A obra foi selecionada na Primeira Chamada do Calendário das Artes 2017, da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Livre para baixar para leitura, divulgação, pesquisa, trabalhos escolares e literários. Proibido a comercialização sem a devida autorização dos autores e da editora.