Museu Histórico Nacional - CATALOGO DA EXPOSIÇÃO O RETRATO DO REI DOM JOAO VI - Ed. PAULO KNAUSS (original) (raw)
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O mito do Preste João surgiu em meados do século XII, divulgado por meio de uma misteriosa carta em que o próprio personagem apresenta-se como rei e sacerdote cristão, disposto a ajudar os cristãos contra os muçulmanos, já que era um tempo de Cruzadas. Ao mesmo tempo, a carta faz uma longa descrição do grande reino do Preste João, que possuiria diversas características paradisíacas. Com o tempo, o mito continuou fazendo parte do imaginário medieval, sendo resgatado pelos portugueses no século XV durante a expansão marítima. Durante o reinado de Dom João II (1481-1495), a busca pelo reino mítico do Preste João é assimilada com o interesse pelo Oriente, manifestado pelo envio de expedições organizadas para este fim, destacando-se a de Pêro de Covilhã e Afonso de Paiva. Por isso, utilizando como base a Carta do Preste João das Índias a crônica Vida e feitos d’elrey Dom João segundo, de Garcia de Rezende, a pesquisa busca compreender quais foram os motivos que levaram D. João II a interessar-se pelo Preste João, bem como o processo de ressignificação do mito de acordo com o contexto político português do século XV. Palavras-chave: Preste João; Expansão Marítima Portuguesa; Dom João II.
Acervo, Rio de Janeiro, v. 36, n. 3, p. 1-21, , 2023
O artigo examina a coleção Gabinete de d. João VI, sob a custódia do Arquivo Nacional. A documentação tem sua origem em escritos reservados, pertencentes ao então regente e depois rei. A ideia é atentar para o acervo enquanto objeto de pesquisa, destacando a trajetória dos papéis e demonstrando as possibilidades de pesquisas específicas, que podem notabilizar prioridades de atuação governativa de d. João VI na administração do império português a partir da cidade do Rio de Janeiro.
Os raios do rei ofendido: a coleção de canhões do Museu Histórico Nacional
Revista da Cultura, 2019
A Coleção de Canhões do Museu Histórico Nacional. Violati Fulmina Regis é uma frase em latim que significa "os raios do rei ofendido". Era uma gravação feita nos canhões de bronze espanhóis do século XVIII e aparece em uma pequena peça de artilharia das coleções do Museu Histórico Nacional-MHN, fundida em 1741 e que foi capturada aos espanhóis em torno da Colônia do Sacramento, em 1776. Iniciamos esse artigo usando a frase de uma arma espanhola, pois ela tem em si uma sé-rie de significados: o mais óbvio é o literal, que significa que o canhão dispara os raios (projé-teis) de um rei que foi ofendido por um inimi-go. Os franceses tinham um costume semelhan-te, pois gravavam em seus canhões a frase Ulti-ma RatioRegis, "o último argumento dos reis" em latim, a frase tendo o mesmo sentido da usa-da na Espanha: o canhão era a palavra final de um monarca contra aqueles que se recusavam a cumprir seus comandos. As frases que eram gravadas nas armas indicavam um costume muito comum, o de se dar características quase de um ser vivente aos canhões. Inicialmente, os calibres eram classifi-cados com nomes exóticos e marciais, como "dragão", "falcão", "falconete" (pequeno falcão), "quebranta muros ou "despertador", esses dois últimos lembrando o papel das armas contra Canhão espanhol de 1741 muralhas: os tiros das peças derrubavam os mu-ros ou despertavam os defensores ao bater neles. Mais tarde, tanto franceses quanto espanhóis batizavam cada canhão: no Museu Histórico Nacional, há peças com os nomes: "Advino" (Adivinho), "Tiberio" (imperador romano) ou "El Mongivelo", o nome espanhol para o Monte Etna, um importante vulcão na Itália. Talvez um dos canhões mais famosos no Brasil seja o para-guaio "El Cristiano", que significa, "o Cristão", um nome que não parece muito adequado a uma arma, mas que foi dado devido à origem de sua matéria prima, sinos de igrejas. Em outros casos, a arma vinha com uma frase ou dizeres, visando à moral dos combaten-tes: ainda no MHN há um canhão, fundido por um alemão, em 1631, que trabalhava em Ham-burgo, Alemanha. Este tem os seguintes dizeres-em português arcaico-"A Deus peço seu favor , [para] nas batalhas que tiver sair vencedor".
Análise do " Arquivo Histórico " do Museu Nacional de Soares dos Reis Percursos narrativos
Este estudo procura demonstrar a importância da arquivística na organização da informação contida numa instituição como o Museu Nacional de Soares dos Reis. Para tal estudo se concretizar, foi necessária uma pormenorizada abordagem à contextualização da instituição, desde a sua inauguração em 1833, procurando clarificar a natureza e a origem da informação e os seus produtores. Depois, efectuamos um recenseamento dos documentos do arquivo, dividindo-os em dois fundos, o do Museu Municipal do Porto e o do Museu Nacional de Soares dos Reis. Posto isto, recorremos á aplicação das ISAD(G) na descrição intelectual de ambos os fundos, e efectuado um quadro de classificação. Enquanto decorreu esta fase, foi realizado um levantamento sobre as condições e necessidades de conservação e preservação do arquivo. Tendo em conta o repto – percursos narrativos - foi realizado também um estudo de caso sobre o legado de Cristiano Augusto da Silva, em que procuramos demonstrar a dinâmica que o arquivo pode trazer a uma instituição tão grandiosa como o Museu Nacional de Soares dos Reis e a sua importância para fins de investigação e de aplicação pedagógica.