Quando a borda não enquadrava: as transgressões nas miniaturas de manuscritos medievais (original) (raw)

A miniatura na arte sacra tridentina no Império Português: os casos de Josefa de Óbidos e João de Deus e Sepúlveda

História (São Paulo)

RESUMO: Este artigo busca compreender a presença de miniaturas na pintura sacra setecentista no Império Português por meio da análise de duas pinturas produzidas em dois espaços diferentes: “A virgem e São José dão um colar a Santa Teresa”, de autoria da pintora portuguesa Josefa de Óbidos para a igreja da Ordem das Carmelitas Calçadas de Cascais, Portugal, e “Jesus consola Santa Teresa lembrando os trabalhos dos fundadores”, do pintor pernambucano João de Deus e Sepúlveda, cuja obra ainda se encontra na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em Recife, Brasil. Utilizando-se de paradigmas teóricos como a concepção de arte persuasiva, engenho, decoro e maravilha, pretende-se analisar as miniaturas desses painéis dentro do contexto de produção de imagens sacras pela Igreja Tridentina, usando como base os tratados de pintura elaborados por Alberti, Paleotti e Borromeu.

Astrologia e manuscritos medievais: interfaces

Agália - Revista de estudos da cultura, 2010

Jewish astrological manuscripts of the Middle Ages are a rich source for a better understanding ofmedieval culture and history of science. Firstly, I will relate astrology with Christian Europe; next, I will present the relationship of the Jews of the Middle Ages with the interpretation of the alleged messages from the stars. As a result of the interest in astrology, various texts on the subject were written and translated, and many of them are still unedited. Before concluding, I will examine three astrological guides: Ms. Laud Or. 282 and Ms. Laud Or. 31 0, both from the Bodleian Library, in Oxford, and El libro conplido en los iudizios de las estrellas, by Abenragel. The systematization of knowledge here opens new perspectives of research for Philology, Historical Linguistics and History, among other fields.

RENDERS, Helmut. “A gravura Uma miniature do mundo do século 19 de John W. Barber: o motivo dos dois caminhos em perspectiva presbiteriana de 1825”. In: Paralellus, Recife, PB. vol. 10, n. 23, p. 121-143 (jul./dez. 2019).

Paralellus, 2019

Resumo Esse estudo analisa a gravura “Uma miniatura do mundo do século 19” composta e criada em 1826 por John Warner Barber (1798-1885), presbiteriano e pintor estadunidense. A narrativa visual é autônoma em comparação a outros quadros que tratam do tema dos dois caminhos, sejam eles dos países baixos ou de origem católicos ou protestante, ou do mundo anglo-saxão, ou de contemporâneos como François Georgin (1801-1863) ou Charlotte Reihlen (1805-1868). Palavras chave: Linguagens da religião; cultura visual religioso; motivo dos dois caminhos; Presbiterianos; John Warner Barber. Abstract This study analyzes an engraving by John Warner Barber (1798-1885), a Presbyterian and American painter. It is an autonomous visual narrative in comparison to other paintings dealing with the subject of the paths, whether from the Netherlands, or from Catholic or Protestant origin, or from the Anglo-Saxon world, or works by contemporaries such as François Georgin (1801- 1863) or Charlotte Reihlen (1805-1868). Keywords: Languages of religion; religious visual culture; the motive of the two ways; Presbyterians; John Warner Barber. Resumen Este estudio analiza un grabado de John Warner Barber (1798-1885), presbiteriano y pintor estadounidense. Se trata de una narrativa visual autónoma en comparación con otros cuadros que tratan el tema de los caminos, ya sean de los Países Bajos, o de origen católico o protestante, o del mundo anglosajón, o obras de contemporáneos como François Georgin (1801- 1863) o Charlotte Reihlen (1805-1868). Palabras clave: Lenguajes de la religión; cultura visual religiosa; motivo de los dos caminos; Presbiterianos; John Warner Barber.

Dificuldades na edição de manuscritos latinos medievais de lição única

2020

O autor analisa doutrinas variadas sobre a edição crítica de textos latinos medievais, procurando lidar, de forma satisfatória, com as regras e procedimentos preconizados pelas diversas teorias de crítica textual aplicável a textos latinos medievais, particularmente aos de manuscrito único.

Problemas de transliteração na edição de textos medievais

A edição de um texto medieval é um processo de mediação que afasta o texto do seu modo original de representação, de acordo com a perspectiva interpretativa do editor. Neste artigo faço a distinção entre transcrição (reprodução do conjunto de caracteres presente no texto) e transliteração (substituição de um conjunto de caracteres), e argumento que (1) a transcrição de um texto medieval é tanto mais fiel ao manuscrito original quanto menos operações de transliteração envolver, e (2) as edições conservadoras para estudos linguísticos devem idealmente constituir-se através de transcrições estreitas que impliquem um mínimo de operações de transliteração. São em seguida discutidos quatro tipos de edição, de diverso grau de conservadorismo, ilustrados através de um testamento privado de 1210.

Normatividade, unanimidade e reforma nos códices medievais de Alcobaça: dos tempos primitivos ao abaciado de Frei Estêvão de Aguiar

Revista de História da Sociedade e da Cultura

A partir de um inventário dos textos de cariz normativo presentes entre os códices produzidos no scriptorium do mosteiro de Alcobaça durante os séculos medievais, pretende-se equacionar a sua importância e funcionalidade, tanto na consolidação de uma unanimidade que Cister procurava construir e afirmar em torno de um mesmo ideal de vida, fiel ao espírito original da Regra de São Bento, como na reforma que, desde as primeiras décadas do século XV, se procura introduzir no cenóbio alcobacense por via de abades fortemente marcados por experiências de renovação da vida religiosa e próximos da corte régia. Atender-se-á, de forma particular, ao abaciado de Frei Estêvão de Aguiar (1431-1446) e ao seu esforço de tradução dos textos normativos fundamentais da Ordem como caminho para uma proposta renovada de vivência do ideal cisterciense.

Cotejo entre variantes gráficas em manuscritos goianos dos séculos XVIII e XIX

Filologia e Linguística Portuguesa

A Filologia nos permite, através de critérios adequados, editar manuscritos antigos, conservando, em sua transcrição, o máximo possível, suas formas originais, o que possibilita, dentre vários estudos, o de caráter ortográfico. O corpus desta pesquisa é composto por quarenta cartas goianas redigidas entre os anos de 1751 e 1752, cujas edições fac-similar e semidiplomática estão disponíveis em Xavier (2012). Também faz parte do corpus a edição semidiplomática de um processo de partilha e inventário de bens de Catalão-Go, de 1851, a qual encontra-se em Pires (2015). O objetivo da pesquisa foi analisar variações gráficas presentes nos documentos referidos, comparando-as com as grafias presentes em instrumentos normatizadores da escrita da época, como os dicionários de Bluteau (1712-1728) e de Moraes Silva (1813), a fim de averiguar a consonância ou não entre elas. Primeiramente, foram coletados todos os vocábulos com variações gráficas, a saber, vocálicas e consonantais. Após a coleta,...