Um caso de homonímia sacra: o orago da igreja de São Gonçalo (Vitória-ES) (original) (raw)
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D. Frei Gonçalo de Sousa, Comendador-Mor da Ordem de Cristo
Cadernos Barão de Arêde, 2015
tal existem fontes que o confirmam, mas não sabemos, até hoje, quem foi a sua mãe. E quando nasceu? Vamos de seguida tentar situar a data aproximada do seu nascimento, já que não existe qualquer fonte documental que nos permita situar com exactidão esse acontecimento. Dos Nobiliários mais conhecidos, realçamos o Livro de Linhagens do séc. XVI, em edição da Academia Portuguesa de História, de 1956, com introdução de António Machado de Faria, a partir de um códice existente na Biblioteca do Marquês de Fronteira, e também a "História Genealógica da Casa Real Portuguesa" de D. António Caetano de Sousa, cujo Tomo XII, parte 2ª, englobando o título Sousas, foi editado em Lisboa em 1748. O primeiro foi escrito, com grande probabilidade, por alguém que vivia junto da corte, pelo que lhe podemos atribuir grande fidedignidade, nomeadamente no que refere às genealogias referentes à época em que viveu Gonçalo de Sousa e os seus descendentes próximos. Quanto ao segundo, é também bastante considerado pelo seu rigor. Suportámo-nos nas duas obras para descrever as genealogias incluídas neste trabalho, além de pesquisar outras fontes que iremos citando ao longo do texto.
Apresento neste artigo um cenário introdutório acerca da identidade religiosa da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), sinalizando para suas concepções teológicas e enfatizando a flexibilização do discurso sobre sexualidade e gênero e a automarcação identitária da mesma como radicalmente inclusiva e relacionada aos Direitos Humanos. Trata-se de um texto em processo e inconclusivo, fundamentado em entrevista com o reverendo da unidade paulistana da ICM, Cristiano Valério, e análise de escritos do ex-reverendo fluminense da ICM, Márcio Retamero.
Os conflitos religiosos são resultados de um longo processo de hierarquização espiritual, racial e epistemológica, que operam a partir de um padrão de poder, cuja ideologia/racionalidade ocidental é posicionada enquanto matriz superior às demais religiões. Assim, as práticas religiosas e culturais afro-brasileiras são constantemente invisibilizadas, alvos de perseguições e identificadas como atrasadas; colocadas no lócus da subalternidade. As ações de violências (físicas, simbólicas e psicológicas), que atingem os geossímbolos religiosos afro-brasileiros, possuem em seus atos uma dimensão espacial e etnicorracial. Destarte o presente trabalho traz como horizonte analítico o debate acerca das relações raciais e religiosas que envolvem conflitos urbanos entre grupos religiosos das vertentes neopentecostais e as religiões afro-brasileiras, materializadas no terreiro Egbè Ilê Asè Oloyatorun, que está assentado no bairro periférico Jardim Bom Retiro no município de São Gonçalo.
Revista Habitus, 2023
Igrejas e irmandades dedicadas a santos pardos instaladas no Rio de Janeiro vem recebendo pouca atenção por parte dos pesquisadores tanto no que se refere ao perfil demográfico dos irmãos quanto a uma melhor compreensão do seu papel religioso e social nos períodos colonial e imperial. Esta era a situação observada para os fregueses da igreja de São Gonçalo Garcia, agravada pela ausência do seu Estatuto Compromissal. A análise de 556 registros de óbito da freguesia do Santíssimo Sacramento, no entanto, possibilitou o conhecimento de vários aspectos sobre a sua identidade, sendo um ponto relevante o fato de formarem um coletivo bastante diversificado, revelando um compromisso pouco rígido quanto às regras de ingresso na irmandade. Verificou-se, ainda, a estreita relação entre os assuntos da fé e da sociabilidade com a ordenação e ocupação de um espaço então desabitado, desvalorizado e insalubre.
Coloquio Do Museu Pedagogico Issn 2175 5493, 2014
O texto discute, a partir de pesquisa realizada no município de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, o emprego o dos termos "crente", "evangélico" e "cristão" à luz da a teoria funcionalista, especialmente, discutindo o conceito de ressemantização. A pesquisa aponta para o caráter elástico e a flutuação de sentido das terminologias evangélico e cristão, e crente, empregadas, a princípio para caracterizar uma prática religiosa, mas que passam a ser termos balizadores de concepção de mundo. O estudo atesta que a trajetória de mudança de um elemento lingüístico é um reflexo de, pelo menos, três aspectos diferentes: o tempo, a cognição e o uso.
Resumo Para além de uma “sociologia do catolicismo em declínio”, como bem definia Antonio Pierucci, o presente trabalho busca nas margens do pluralismo cristão brasileiro (também designado como neocristianismo) novas indagações, desafios metodológicos e perspectivas a fim de compreender o fenômeno religioso na modernidade. Deslocando o olhar para as Testemunhas de Jeová de Cravinhos, SP, procuramos formas de entendimento de como a percepção do “atual estado das coisas” (correspondente êmico da noção de Modernidade e que precederia o Armagedon ou “final dos tempos” e o restabelecimento do reino de Deus na Terra) e a urgência da tarefa de conversão determinada pelos evangelhos (kerigma) determinam a atuação do grupo na sociedade e a interação com outras denominações cristãs. Tendo como central a noção de crença e sua relação com o estudo bíblico que é característico do grupo, pretendemos traçar como a teodiceia do grupo corresponde a uma complexa imersão no texto sagrado de referência, implicando em diretrizes estritas quanto a conduta e abrangentes a vários aspectos da vida dx devotx, especialmente nos dilemas oriundos das tensões tidas como próprias dos tempos atuais. Será na sua escatologia e na sua interpretação dos “sinais dos tempos” que procuraremos compreender como as simpáticas e persistentes Testemunhas de Jeová empreendem sua sociodiceia religiosa no seio da modernidade – muitas vezes se valendo dos recursos tecnológicos proporcionados por ela a fim de manter o crescimento continuado no número de adeptos, numa ambiguidade reveladora. Palavras-chave: Testemunha de Jeová; Crença; Modernidade; Escatologia.
Em maio de 1697, Gonçalo Peixoto da Silva de Macedo de Carvalho, fidalgo da Casa do rei D. Pedro II e donatário do concelho de Penafiel, morador em Guimarães, contrata os mestres de obras de pedraria João Moreira (concelho da Maia) e Manuel Fernandes (Braga), para levarem a cabo, um projeto segundo o risco de António de Andrade, imaginário (Guimarães). Esta empreitada integrava-se numa verba testamentária de Gonçalo Lopes de Carvalho e Camões proprietário da Casa dos Carvalhos (Guimarães), na qual mandava que na sacristia da Igreja de São Domingos, de Guimarães, se fizesse uma capela tumular. Como tutor dos seus filhos dirige a empreitada o seu sogro e tio Gonçalo Carvalho. Em dezembro de 1697, a capela e sacristia estavam quase concluídas, visto Gonçalo de Carvalho declarar que estava em condições de proceder ao adorno do interior.