À sombra da fogueira: um estudo sobre a censura inquisitorial aos livros (original) (raw)

Usos do livro no mundo luso-brasileiro sob as Luzes: reformas, censura e contestações

Villalta, Luiz Carlos Usos do livro no mundo luso-brasileiro sob as luzes: reformas, censura e contestações / Luiz Carlos Villalta. - 1. ed. – Belo Horizonte, Fino Traço, 2015. 556 p. : il. ; 24 cm. (História ; 53) ISBN 978-85-8054-244-8 1. Censura – Brasil. 2. Liberdade de imprensa. 3. Livros condenados. 4. Segurança interna – Brasil. 5. Imprensa – Censura. I. Título. 2. Série. Este livro assenta-se em grande parte no texto da minha tese de doutorado, Reformismo Ilustrado, Censura e Práticas de Leitura: Usos do Livro na América Portuguesa, defendida em 1999, sob orientação da Profa. Dra. Laura de Mello e Souza, na Faculdade de Filoso a e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Desde então, muito se editou sobre Luzes, censura, livros, leituras no mundo luso-brasileiro e, ainda, sobre a Incon dência Mineira. Para respeitar ao máximo as linhas gerais do texto e não adiar ainda mais sua publicação como livro, incorporei apenas algumas dessas novas contribuições. Ao incorporá-las, tive em vista dar maior solidez às teses centrais aqui expostas e também ser el aos caminhos que trilhei ao longo dos últimos anos. Assim, ampliei a bibliogra a sobre as Luzes e o mundo luso-brasileiro de então, revi referências, subdividi capítulos e incorporei sugestões da banca examinadora, constituída pela orientadora e pelos professores Eni de Mesquita Samara (FFLCH-USP), in memoriam, Fernando Antônio Novais (FFLCH-USP), Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ) e Marisa Lajolo (IEL-UNICAMP), aos quais sou muito grato. Sou muito agradecido também aos amigos do ICHS-UFOP e da FFLCH-USP, que acom- panharam de perto a produção deste estudo, assim como aos da FAFICH-UFMG, que, direta e indiretamente, ajudaram-me a repensá-lo. À Universidade de Coimbra e a Luís Reis Torgal, agradeço pela acolhida e pela co-orientação quando do primeiro estágio de pesquisa em Portugal. À CAPES e à Universidade Federal de Ouro Preto, sou grato, respectivamente, pela Bolsa de PICD e pelo afastamento para desenvolver a pesquisa que deu origem a este livro. Algumas pessoas foram de grande importância no processo de elaboração deste livro, em suas várias etapas, dentre elas quero des- tacar Ana Maria de Almeida Camargo, Laura de Mello e Souza, Lúcia Bastos Pereira das Neves, Luiz Mott, Luís Reis Torgal, Márcia Abreu, Maria Beatriz Nizza da Silva (referência fundamental) e Raquel Glezer, às quais sou muito agradecido. Por m, sou grato à CAPES e ao Programa de Pós-Graduação em História da UFMG, que contribuiu para a publicação deste livro, para o que concorreu o apoio entusiástico da Fino Traço Editora e da FAPEMIG, através do Programa do Pesquisador Mineiro.

A Ambivalência Do Duplo Papel Do Censurador Inquisitorial e Do Crítico Literário No Escrutínio Dos Livros Da Biblioteca No Quixote

2016

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma importante linha critica de Don Quixote de la Mancha, a saber, a intencao do autor de acabar com a leitura, considerada nociva, da forma de livros de cavalaria na epoca, problematizando essa linha critica, atraves da reflexao sobre a tensao presente no duplo papel do personagem Pero Perez, padre censurador e leitor-critico literario dos livros da biblioteca do Quixote, que aponta para a ambiguidade e a ironia, sempre constitutivas do texto cervantino. Mediante a analise interpretativa e critica do texto literario, considerado parodia dos livros de cavalaria, cotejamos a posicao de cervantistas como Americo Castro, Daniel Eisenberg, Mario Vargas Llosa e Octavio Paz para construir nosso argumento favoravel a ambiguidade como solo precario, instavel, que possibilita a postulacao de afirmacoes mutuamente contraditorias como fundamento da Modernidade que o texto representa. PALAVRAS-CHAVE: Quixote. Escrutinio da biblioteca. Ambiguidade...

Lúcio Flávio sobre a censura ao livro e à adaptação cinematográfica (artigo)

Literatura e Autoritarismo (UFSM), v. 1, p. 12-21, 2014

O livro Lúcio Flávio passageiro da agonia, escrito por José Louzeiro, e publicado pela Editora Civilização Brasileira em 1975, gerou quatro pareceres discordantes, tendo sido finalmente liberado. Em um segundo momento, a possibilidade da adaptação do livro para filme foi tema de parecer prévio do Departamento de Censura de Diversões Públicas, DCDP, que indicou cortes e modificações. E, por fim, em um terceiro momento, o filme foi examinado, foi vetado e, depois de cortes e modificações, liberado para maiores de 18 anos. Esse artigo reconstrói e analisa os passos principais da tumultuada trajetória desse livro e também de sua adaptação cinematográfica pelo DCDP. O filme Lúcio Flávio – passageiro da agonia, dirigido por Hector Babenco, com roteiro de José Louzeiro, Hector Babenco e Jorge Duran, protagonizado por Reginaldo Faria, lançado em 1977, foi visto por mais de cinco milhões de pessoas e foi uma forte denúncia da polícia violenta e corrupta.

Repressão e resistência: censura a livros na ditadura militar (tese)

São Paulo: USP, 2011

Reimão, S., Repressão e resistência: censura a livros na ditadura militar RESUMO: Este estudo aborda a censura oficial à cultura e às artes e, especificamente, a livros de ficção de autores brasileiros durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). No primeiro capítulo delineamos um panorama histórico da atuação censória dos governos militares e também buscamos identificar os livros de autores brasileiros vetados. Nos capítulos seguintes nos detemos em alguns casos de vetos censórios a livros de ficção de autores brasileiros, destacadamente, Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, Dez Estórias Imorais, de Aguinaldo Silva e Em Câmara Lenta, de Renato Tapajós. Abordamos também os vetos aos contos “Mister Curitiba”, de Dalton Trevisan, e “O cobrador”, de Rubem Fonseca. A pesquisa utilizou fontes bibliográficas e documentais, destacadamente pareceres dos Serviços de Censura de Diversões Públicas (SCDP) e da Divisão de Censura de Diversões Públicas, DCDP. O estudo dos atos censórios em relação a livros nos possibilita delinear alguns elementos dos mecanismos de censura e também refletir sobre a repercussão da censura no universo da produção da cultura brasileira. Palavras chave: censura, livros, ditadura militar brasileira. Reimão, S. , Repression and Resistence – Censorship of books during the Military Dictatorship ABSTRACT: This work´s aim is to analyze the government´s official censorship regarding cultural and artistic activities, especially fiction books by Brazilian authors during the military regime (1964-1985). In the first chapter, besides tracing a historical panorama of the military regime´s censorship activities, we relate our search in identifying those books which were in some way vetoed by the government. In the following chapters, we take a closer look at fiction books by Brazilian authors that were censored. Namely: Feliz Ano Novo (Happy New Year, by Rubem Fonseca); Zero (by Ignácio de Loyola Brandão); Dez Estórias Imorais (Ten Imoral Stories, by Aguinaldo Silva); Em Câmara Lenta (In slow-motion, by Renato Tapajós). We also discuss the vetoes regadring two short-stories: “Mister Curitiba” (“Mister Curitiba”, Dalton Trevisan), and “O Cobrador” (“The charger”, by Rubem Fonseca).This research made extensive use of the appropriate literature and relevant documents, markedly official statements by SCDP/DCDP (the responsible organ for censorship). By conducting this study, we believe that we can trace some of the mechanisms inherent to censorship, as well as provide a discussion of its repercussion in the larger panorama of Brazilian culture. Keywords: censorship, books, Brazilian military dictatorship.

Intelectuais e a censura em Portugal: o caso do livro Luuanda, de José Luandino Vieira

Revista Brasileira de História

RESUMO Este artigo apresenta os fatos que marcaram a premiação e a censura ao livro Luuanda, do autor angolano José Luandino Vieira, a partir de documentos da Polícia Internacional e de Defesa do Estado/Direção Geral de Segurança (PIDE/DGS) do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa (Portugal), e de bibliografia portuguesa e angolana. A partir daqueles acontecimentos, analisa alguns dos caminhos da censura no regime fascista de Salazar e aponta o tratamento diferente que este deu aos intelectuais portugueses e ao autor angolano.

(Re)visitando o Estado Novo no Brasil: uma análise da censura e a difusão cultural dos livros nas bibliotecas

Em Questão, 2018

O artigo traz uma discussão sobre as relações da censura com as medidas de implementação da difusão cultural dos livros nas bibliotecas no Estado Novo no Brasil. Configura-se como uma abordagem teórica de cunho histórico, bibliográfico e documental, em que foi adotado o conhecimento indiciário sobre as quais evidenciam-se os aspectos interpretativos de outras formas do saber que partilham das pistas e das pegadas por meio do conhecimento indireto. São feitas considerações sobre o desenvolvimento do Instituto Nacional do Livro nas bibliotecas, sob a influência do Estado Novista, e sobre a relação da censura com o Departamento de Imprensa e Propaganda, com o qual estava coligada aos interesses do governo em questão em relação à expansão e à difusão dos livros. Considera-se que o livro e a leitura foram um esforço grande na política de Vargas com o Estado Novo, com a criação do Instituto Nacional do Livro, um ato perigoso, diga-se, na propaganda, instanciado em nome da moral e dos bon...

Livros, editoras e oposição à ditadura

Estudos Avançados, 2014

O período da abertura política no Brasil (1974-1985) foi marcado, no campo da edição de livros, pelo surgimento ou revitalização de "editoras de oposição", ou seja, editoras com perfil nitidamente político e ideológico de oposição ao governo ditatorial. Compunham um universo que englobava desde editoras já estabelecidas, como Civilização Brasileira, Brasiliense, Vozes e Paz e Terra, até as surgidas naquele período, como Alfa-Ômega, Global, Codecri, Brasil Debates, Ciências Humanas, Kairós, Livramento, Vega, entre outras. Algumas dessas editoras mantinham vínculos estreitos com partidos ou grupos políticos oposicionistas, caracterizando-se como editoras de oposição engajadas; outras não estabeleciam vinculações políticas orgânicas ou explícitas mas, por seu perfil e linha editorial, representaram iniciativas políticas de oposição. Minha hipótese é de que o surgimento ou a revitalização das editoras de oposição no período em foco, em particular as que classifico como engajad...

UMA PESQUISA DE CAMPO SOBRE A INCIDÊNCIA DE ILUSTRAÇÕES NOS LIVROS DIRIGIDOS AO PÚBLICO ADULTO

This article presents the result of a systematic exploratory research that investigated the occurrence of illustrations in books for adults. The goal was to elaborate, through sampling, a small overview, and to delineate a possible tendency in the field of editorial illustration. It was found that there is a very small supply of illustrated fiction oriented to mature audiences, that there are differing quantities of illustrated fiction and non-fiction titles, that there is a greater percentage of illustrated titles in the the best sellers section than in new releases section, and that there is no agreement among the academia, the editors and the bookstores about the definition of literary genres.

A censura dos livros de médicos portugueses

Cultura, 2012

A justiça na Antiguidade A censura dos livros de médicos portugueses descrição metodológica dos exemplares conservados nas bibliotecas da Universidade de Coimbra The censorship of Portuguese physicians printed books. A methodological description of the copies possessed by the libraries of the University of Coimbra

Luzes e sombras: a censura de livros na capitania da Bahia (1811-1821)

Revista Complutense de Historia de América, 2017

This article reveals the establishment of a Censorship Committee of printed matter, which functioned between 1811 and 1821 in the Captaincy of Bahia, in Brazil. The Committee’s implementation process is investigated, as well as certain biographical and political aspects of the censors. In addition, the manuscripts submitted to the Committee have also been studied, by virtue of 44 existing letters from the Arquivo Publico do Estado da Bahia. The institution, as of yet unknown in Luso-Brazilian History, reveals new information about the Captaincy of Bahia on the eve of the War of Independence.