O princípio da alteridade de lévinas como fundamento para a responsabilidade ética (original) (raw)
Related papers
O "princípio responsabilidade" como face de uma ética intergeracional
Revista De Direito Fead Phronesis, 2011
The research attempts to analyze the ethics of responsibility of Hans Jo¬nas, and its convergence to an intergenerational ethics, designed from the problems and contradictions of technological advances nowadays. The power of the technique lifted unimaginable levels, because in a remote time it was believed that the interference of man in nature could not have consequences, since it always regenerated itself, but nowadays the situation has completely changed, and today the biosphere has become something perishable. Not only this, the Baconian ideal is so far advanced that even man became his own object, but without a prevision that the changes made in present would result on the future. In this context of progress without limits and anticipating the failure of tradi¬tional ethical, the philosopher postulates the ethic of responsibility. This is a redefinition of the responsibility that goes beyond the relationships between the present, imposed by a human power that is not circumscribed to some innocuous interference in nature, but interferences that affect what we mean by human and world; in other words, is the essence of humanity that is being considered and, as in every area of study, the responsibility for what is being done becomes bigger, that’s because it is all about a humanity bless, and it is beyond us, as responsible for its tenure as authentic life.
Revista Espaco Academico, 2013
Resumo: O artigo examina os temas do acolhimento e da responsabilidade, e centra a discussão na alteridade como fecundidade ética e fundamento da educação. A fecundidade ética não nasce de nenhuma deficiência do eu, mas da súplica que vem da alteridade. Tradicionalmente, a alteridade foi atrelada ao conhecimento e reduzida às categorias do Ser, porém sem o acolhimento da alteridade a fecundidade ética desaparece e, consequentemente, a educação. A fecundidade ética não pode ser programada e ensinada, ainda que possa ser apreendida. O eu nunca decide ser fecundo, pois é chamado à responsabilidade pela alteridade. Portanto, o eu imperialista fala e ensina o Outro, mas jamais escuta e acolhe a sua chamada e nem está disposto a aprender com ele; já o eu fecundo é pura exposição ao Outro e sempre lhe responde: "eis-me-aqui".
Arquitetura ética da alteridade
2018
Vivemos todos os dias no cenário que põe em paradoxo de um lado o ódio e de outro o respeito aos diferentes. E entre aqueles que conseguem não banalizar o outro, os sentimentos envolvidos na realidade cotidiana oscilam em grande parte entre uma passividade que indiferentemente aceita e alguns ímpetos de indignação perplexa2. O que predomina é a fuga para o interior das moradas puras e limpas, distanciando a todos do rosto do outro que insuportavelmente indaga questões éticas. É a indiferente naturalização da violência, que incapacita perceber o padecimento do outro numa postura de cumplicidade com a injustiça3. Neste momento vale lembrar o que dizia Martin Luther King: “A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em toda a parte”.We live every day in the scenario that puts in a paradox on one side the hatred and on the other the respect for the different. And among those who manage not to trivialize the other, the feelings involved in everyday reality fluctuate largely bet...
A responsabilidade como princípio para uma ética da relação entre ser humano e natureza
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação …, 2003
Através do presente texto somos todos admoestados a abandonar uma ética antropocêntrica, da qual vem todos os nossos valores em detrimento dos valores que adicionam o cuidado com os bens naturais e todos os seres vivos. De nosso posicionamento ético provém nosso julgamento de tudo o que é e não é humano, do que adquire predomínio ou proeminência. O antropocentrismo expandiu o pensamento dominador e explorador dos recursos naturais, como se eternamente existissem, se multiplicassem, ou talvez aparecessem por milagre da mãe natureza. Somos convidados a responder e a pensar diferente, a reformular as razões do pensar instrumental, com sua idéia ilimitada de progresso. O autor se confessa otimista ante a emergência do ser humano da gratuidade e da solidariedade, como um conseqüente agir e existir. Por fim um ser ligado a sua sempre presente, mas já abandonada, condição criacional.
Por uma ética da alteridade em tempos de pandemia
Revista PerCursos, 2021
O presente ensaio aborda a pandemia do SARS-Cov-2, causador da Covid-19, e o pensamento contraditório em relação as medidas de isolamento social adotadas pelos governos estaduais no Brasil à luz da filosofia de Emmanuel Levinas. Nesse sentido, o trabalho objetiva trazer outra mirada sobre essa crise, destacando a ética da alteridade como filosofia primeira para o enfrentamento da crise sanitária. No episódio analisado observou-se que a busca por interesses próprios não considera os do outro, não atentando para cuidados relacionados à sua integridade física e mental. O argumento econômico aparece como elemento central para a quebra do isolamento horizontal sobrepondose às vidas. A normalização das mortes como resultado da análise de riscos que não considera a condição humana, produzindo a falsa impressão de que a verticalidade do isolamento seria suficiente para a gestão da crise. Nesse sentido, enfatizamos a necessidade de uma percepção de mundo a partir da ética da alteridade que evidencia e enfatiza a responsabilidade do mesmo com o outro e, principalmente, a necessária preservação da vida como prioridade, acima de quaisquer interesses possíveis.
Ética e Animais - Reflexões Desde O Imperativo Da Alteridade
RESUMO-O artigo tem como objetivo propor a viabilidade de uma proposta de ética que contemple os animais não-humanos como "interlocutores" possíveis de um modelo ético mais geral a partir da inspiração da ética da Alteridade de E. Levinas. PALAVRAS-CHAVE-Ética. Animais. Racionalidade. Alteridade. ABSTRACT-The article seeks to render feasible a proposal of ethics that regards "nonhuman animals" as prospective "interlocutors" within a broader ethical model inspired by E. Levinas's ethics of alterity. KEY WORDS-Ethics. Animals. Rationality. Alterity.
2017
Orientador : Prof. Dr. Paulo Cesar BusatoTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito. Defesa: Curitiba, 25/09/2017Inclui referências : f. 153-61Área de concentração : Direito do EstadoResumo: O presente trabalho tem por tema a teoria da culpabilidade e o seu fundamento éticomaterial. O objetivo geral é desenvolver um novo fundamento ético-material a partir da Ética da Alteridade de Emmanuel Levinas, com uma releitura antropológica realizada pela Ética da Libertação de Enrique Dussel. Os objetivos específicos são: a) verificar os impactos da racionalidade neoliberal nas relações interpessoais e, consequentemente, na teoria da culpabilidade; b) demonstrar, no âmbito da psicanálise, o desenvolvimento de uma nova economia psíquica, desde a racionalidade neoliberal; c) apontar a alteridade como um novo fundamento ético-material para a culpabilidade; d) desenvolver a teoria da culpabilidade e seus reflexos operaciona...
Revista Quaestio Iuris, 2018
RESUMO: Através de uma metodologia dedutiva, por meio de pesquisa bibliográfica atinente ao tema, especialmente doutrinária e jurisprudencial em documentos e obras desenvolvidos no Brasil e internacionalmente, o presente artigo analisa os direitos humanos e os Direitos da Personalidade, mais especificamente no Brasil, em face da perspectiva de São Tomás de Aquino, Norberto Bobbio e Robert Alexy, sob o enfoque da ética da alteridade de Emmanuel Levinás e a perspectiva de Alain Badiou sobre referida hermenêutica. Para tanto, logo após a introdução, com a devida brevidade, primeiramente é apresentada a ótica do jusnaturalismo de São Tomás de Aquino, para, em seguida, apresentar-se o negacionismo de Norberto Bobbio, e, posteriormente, a fundamentação teórica dos direitos humanos e o principio da proporcionalidade de Robert Alexy. Logo após, examina-se tais teorias em face dos pressupostos de Emmanuel Levinás. Logo, debate-se estritamente os Direitos da Personalidade sob uma hermenêutica condicionada pela teoria de Levinás. Por fim, conclui-se que a enunciação atual dos direitos humanos e dos Direitos da Personalidade, para adequação aos pressupostos de Levinás, exigem mutações inclusive em outras searas do Direito, a fim de proporcionar uma devida hermenêutica jurídica em prol do Outro levinasiano e sua infinitude imanente. PALAVRAS-CHAVE: Alteridade; Direitos da Personalidade; Direitos Humanos; Emmanuel Levinás; Hermenêutica. ABSTRACT: Through a deductive methodology and bibliographical research related to the theme, especially doctrinal and jurisprudential in documents and works developed in Brazil and internationally, the present article analyzes the human rights and the Personality Rights, more specifically in Brazil, in face of the perspective of St. Thomas Aquino, Norberto Bobbio and Robert Alexy, under the approach of the ethics of the otherness of Emmanuel Levinás and the perspective of Alain Badiou on his hermeneutics. To do so, after the introduction, with due brevity, first is presented the view of the natural law of St. Thomas Aquino, then to present the negationism of Norberto Bobbio, and, later, the theoretical foundation of human rights and the principle of proportionality of Robert Alexy. Soon after, these theories are examined in the face of the assumptions of Emmanuel Levinás. Therefore, the Personality Rights are strictly debated under a hermeneutic conditioned by Levin's theory. Finally, it is concluded that the current enunciation of human rights and of the Personality Rights, in order to adapt to Levinás' presuppositions, requires mutations even in other areas of Law, in order to provide proper juridical hermeneutics for the benefit of the Levinasian Other and its infinite immanence. KEYWORDS: Otherness; Personality Rights; Human Rights; Emmanuel Levinás; Hermeneutics.