ALCÂNTARA, M. H. M.. A escravidão no Brasil no imaginário de Darwin: a consciência histórica dos sujeitos como possibilidade no ensino de História. In: CORREIA, H. H. S.; DUARTE, O. C.; SOUZA, V. A. (Org.). Isto não é um mapinguari. Marília,SP: Poisesis Editora, 2015; (original) (raw)
2015, A escravidão no Brasil no imaginário de Darwin: a consciência histórica dos sujeitos como possibilidade no ensino de História.
A proposta desse trabalho é propor uma “leitura” de fragmentos de documentos, deixados por sujeitos históricos, para verificar a relação entre o contexto e as estruturas de um tempo histórico, a atuação, e principalmente, a construção de um imaginário por parte destes, para representar o mundo (na perspectiva de um determinado tempo) em que habita, que o constrói e que ajuda a construí-lo, parafraseando Le Goff (1999). O objetivo principal é analisar como Charles Darwin, em sua visita ao Brasil em 1832, relata em seu diário uma das instituições que marcaram o país no século XIX: a escravidão. O cientista britânico, obviamente, descreve o sistema escravista brasileiro pela “lupa” sociocultural que o define, quanto sujeito histórico que é, portanto, é possível verificar nestes relatos pontos tanto quanto paradoxais, para nós, que vivemos neste século XXI. No entanto, muito tranquilamente compreensível se tomarmos o seu lugar histórico. Como perceberemos a frente, como foi possível que construções tão paradoxais, nos relatos e na forma de ver o mundo fossem condicionadas em Darwin, mesmo se “revisitarmos” o seu tempo histórico? Acreditamos que a teoria sobre a “instituição social do imaginário” de Castoriadis e até mesmo a experiência do tempo na construção de um sentido histórico de Rüsen, nos ajudarão a perceber tal condicionamento