Economia e liberdades: a concessão de alforrias em época da faina aurífera em Mariana na segunda metade do século XVIII.1 (original) (raw)

2016, Anais do V congresso Latinoamericano de história econômica.

INTRODUÇÃO As alforrias foram pesquisadas para Mariana e seu termo na segunda metade do século XVIII: "originalmente Arraial do Carmo até o ano de 1711, quando El-rei D. João V lhe deu foral, e o nome de Vila Real do Carmo, criada cidade episcopal em 1745" (Casal, 1976, p. 169). Foi a primeira cidade da Capitania de Minas Gerais elevada a tal para poder tornar-se sede de bispado ainda no auge da exploração aurífera. A cidade de Mariana está junto à margem direita do Ribeirão do Carmo, que foi inicialmente ocupado em 1696 pelas bandeiras de Miguel Garcia e do Coronel Salvador Furtado (Fonseca, 1995). A total ocupação do Ribeirão do Carmo, somente se operou em 1700, "numa extensão de duas léguas, pelas barrancas do mesmo, prosseguindo, depois, os descobrimentos rio abaixo, que de acordo com as esperanças, deu boas pintas" (Lima, 1962, p. 31). Com os novos descobrimentos a jurisdição da cidade foi em muito aumentada, abrangendo os sertões dos rios Pomba, Muriaé e Doce. Cercada por vários arraiais criados no território administrativamente dependente da sede do município, esses compunham o termo de Mariana, que do ponto de vista eclesiástico era composto por 12 freguesias, 53% delas pertencendo à zona da mata e só desmembradas a partir dos anos trinta do século XIX (Casal, 1976, p. 137) Quando da criação da Capitania de Minas Gerais em 1721, a coroa optou por fixar a sede em Vila Rica, que foi elevada a cabeça da comarca e passou a ter importância administrativa e política. Mariana tinha a Câmara como provedora de renda e o fato de ser um centro administrativo regional lhe dava importância. Para esta cidade afluíam pessoas com os mais diversos interesses, fazendo dela uma das três principais da Capitania que pelo comércio e riquezas pesavam nas arrecadações reais. Com Vila Rica e Sabará formava os núcleos urbanos mais importantes de Minas Gerais. Em 1750 ocorreu a instalação do Seminário da Boa Morte transformando assim a cidade em centro educacional.