RAUL POMPÉIA E A QUESTÃO NATURALISTA (original) (raw)
RESUMO: Este artigo pretende retomar a discussão acerca da obra do escritor brasileiro Raul Pompéia, especialmente a partir de seu romance O Ateneu, de 1888, realizando uma leitura que o afaste da "escola naturalista", na qual, o mais das vezes, tem sido incluído. Para isso, será revisitada a fortuna crítica do escritor, bem como sua obra propriamente dita, a fim de encontrar ali traços de uma literatura de vanguarda que, antes do Modernismo de 1922, apontava para outros rumos dentro da literatura brasileira. Palavras-chave: Raul Pompéia; O Ateneu; Literatura Brasileira; Crítica Literária. ABSTRACT: This article seeks to retake the discussion about the work of Brazilian writer Raul Pompéia, especially from his novel O Ateneu, from 1888, performing a reading that moves him away from the "naturalist school" in which, most of the times, he has been included. For such, the writer's critical fortune will be revisited, as well as his own work, in order to find there traces of an avant-garde literature which, before 1922's Modernism, pointed in another directions inside Brazilian literature. Não sem alguma previsibilidade, é Dante quem nos fornece o começo-que é o meio-deste texto. Perdido em um pesadelo, presumidamente por se haver afastado da virtude em Cristo, encontra-se cercado por uma selva apavorante e, sem muita noção de como escapar dali, começa a descer por uma encosta, mas acaba sendo acossado e impedido de continuar, consecutivamente, por três feras que lhe impedem a passagem: "una onza leggera e presta molto" (ALIGHIERI, 1998, p.26), um "leone./Questi pare che contra me venisse"(ALIGHIERI, 1998, p.26/27) e, por último, "una lupa, che di tutte brame/sembiava 55 Doutorando em Literaturas no Programa de Pós-graduação em Literatura da UFSC.