A NATUREZA DO URBANO EM ANÍSIO DE ABREU, PIAUÍ - NOTAS SOBRE A CONFORMAÇÃO DA CIDADE (original) (raw)

A URBANIZAÇÃO NO PIAUÍ

A despeito do processo de urbanização no Piauí, inicialmente é discutida a pesquisa de Rebelo (2000) sobre a urbanização no Piauí, que aborda uma sociedade cada vez mais urbana no Brasil e no Piauí. Com relação ao Brasil, a autora menciona que o processo de urbanização foi lento até a primeira metade do século XX, mas se intensificou após a Segunda Guerra

OLHARES SOBRE A CIDADE E AS NARRATIVAS FÍLMICAS DO ESPAÇO URBANO

A prática de documentar e/ou ficcionalizar a cidade significa construir uma reflexão que compreenda as diferentes referências históricas, simbólicas e artísticas relacionadas a fenômenos políticos, econômicos ou espaciais da cidade. Com relação a esse fato, torna-se implícita nas narrativas fílmicas mesclar as perspectivas acerca de um determinado tema contextualizado em tempos e espaços específicos. O olhar sobre a cidade, nesse caso, é uma corrente de análise por meio do qual o indivíduo que " assiste " a cidade, também distribui sentidos afetivos do espaço urbano de convivência durante a produção de um filme. Nesse contexto, é objetivo deste trabalho identificar a cidade a partir de algumas obras cinematográficas que apresentam o espaço urbano através das narrativas documentais e ficcionais dos espaços por onde ocorrem dinâmicas, trajetos, conflitos e associações entre os atores sociais na construção dos lugares e dos sentidos simbólicos da cidade moderna. Conclui-se que ambas as narrativas possibilitam representar a cidade por meio de um " olhar " estético no fazer cinematográfico.

ANÁLISE DA PAISAGEM URBANA DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE Franciely Velozo Aragão 2

RESUMO A paisagem urbana é predominantemente resultado das ações humanas na cidade, sendo representadas por elementos que a compõe e pela percepção de cada indivíduo. Neste contexto surgem dois autores, Lynch e Cullen, que abordam metodologias, respectivamente, para análise perceptiva e visual da paisagem urbana. Para a aplicação destas metodologias e elaboração de um diagnóstico do desenho urbano, escolheu-se um bairro do município de Jesuítas-PR. Deste modo, o estudo teve em uma primeira etapa o entendimento da malha urbana e a identificação de seus principais elementos, vias, limites, pontos nodais e marcos, começando pela diferenciação deles e posteriormente reintegrando os elementos identificados à imagem total. A segunda etapa compreendeu um levantamento fotográfico em um percurso realizado por um transeunte correspondente a visão serial. Para tal objetivo, escolheu-se um trajeto no bairro em que realizou a identificação dos elementos e registraram-se seis pontos, um a cada 50 m. As análises identificam no traçado urbano do município diversos elementos facilmente reconhecidos e organizados e que servem de referência e localização para os seus habitantes.

A NATUREZA NA CIDADE: AS ÁREAS VERDES COMO UMA DAS FEIÇÕES DA NATUREZA NA CIDADE CAPITALISTA

Revista Científica ANAP Brasil, 2016

Quando se pensa no conceito de natureza, as concepções são bastante variadas. Para algumas pessoas, a ideia de natureza é aquela “pura” ou “intocada”. Para outras ela é os espaços rurais, que se contrapõem aos urbanizados. E existem aquelas para quem a natureza é concebida como tudo que é contrário ao homem e suas práticas. Na história mais recente, Serpa (2013) afirma que a natureza está associada inconscientemente pelas pessoas às formações vegetais, aos córregos e rios. Tais elementos, quando sobrevivem ao processo de urbanização, acabam por se destacar na paisagem da cidade, adquirindo novas funcionalidades e significados, sobretudo, sob os interesses do capital privado. O autor afirma que “a necessidade de natureza” nunca esteve tão evidente, respaldando a preocupação com a qualidade ambiental e de vida da população, e colocando no centro do debate sobre os problemas ambientais urbanos, a manutenção das Áreas Verdes Públicas – as AVPs. A relação com as áreas verdes consiste no fato das mesmas serem, na maioria dos casos, áreas livres de construções e que abrigam diferentes espécies da fauna e flora, podendo contar com a presença de cursos d’água e outros elementos antagônicos às paisagens das áreas densamente construídas, caracterizadas pelo concreto, pela quantidade elevada de veículos automotores e seus ruídos, etc. O destaque dado as AVPs, entretanto, esconde de fato um jogo de interesses entre as classes dominantes, o poder público e a coletividade, sobretudo, na escala local. Isso significa que a promoção das AVPs pode se dar em virtude dos seus benefícios sociais, ambientais e estéticos, contudo, ocultando-se os econômicos, pois estes não são interessantes ao discurso da qualidade ambiental promovido pelo poder público e pelos agentes privados responsáveis em produzir e consumir o espaço (SERPA, 2013; NUCCI, 2008). Neste sentido, as AVPs são planejadas e concebidas como espaços públicos, todavia, que se concretizam no contexto de um grande projeto imobiliário, direcionado a parcelas específicas da população. O que se tem na verdade são os elementos naturais, que materializados na área verde, são apropriados para serem vendidos e consumidos enquanto natureza pura, já que os espaços verdes públicos têm a capacidade de reorganizar as dinâmicas e arranjos socioespaciais em seu entorno, a partir do momento em que são implantadas, servindo justamente como instrumento de requalificação e revitalização de setores urbanos desvalorizados e degradados ambientalmente, mas que se tornam interessantes aos investimentos do capital privado, quando beneficiados por uma rodovia, pela proximidade de um grande complexo comercial, pelo incentivo fiscal cedido pelo poder público para a apropriação de certos lotes urbanos, por exemplo, (WENZEL, 1991). Logo, o objetivo desse trabalho é realizar uma abordagem teórica, considerando aspectos característicos da produção do espaço urbano, que contribuem e direcionam ações para que espaços públicos sejam apropriados privadamente por determinados grupos da sociedade, servindo, igualmente, no processo de reprodução do capital privado em escala local.

(Re)Estruturação Da Cidade e as Novas Expressões De Centralidade Urbana Na Cidade De Ananindeua, Amazônia Paraense

2021

As cidades brasileiras, entre elas as amazônicas, vêm passando por múltiplas, sucessivas e complexas transformações socioespaciais no limiar do século XXI. Tais transformações encontram-se vinculadas à urbanização do território, (re)estruturação de cidades metropolitanas e não metropolitanas. Situada na Amazônia paraense, a cidade de Ananindeua revela-se, no momento atual, como espaço de intensas “metamorfoses” socioespaciais, associadas a ações do Estado, a territorialização de novos agentes econômicos do comércio e serviços, que atuam em múltiplas escalas. O presente artigo objetiva analisar de que maneira os novos agentes de comércio e serviços vem interferindo na (re)estruturação da cidade e na (re)produção do centro e da centralidade urbana em Ananindeua-PA, a partir dos anos de 2000. Quanto aos procedimentos metodológicos, realizou-se levantamento bibliográfico e documental, observações sistemáticas qualitativas, registros fotográficos, produção cartográfica e entrevistas semi...

PRAGMÁTICA DE UMA METÁFORA: A CIDADE FERIDA DE ARQUÍLOCO A PÍNDARO

Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2017

Ce travail passe en revue les occurrences de l’image de la cité blessée dans la poésie grecque d’Archiloque à Pindare. Après regarder cette figure dans des vers de Solon, on se tourne vers quelques questions de méthode sur l’analyse des métaphores dans une langue ancienne; ensuite, la notion de corps civique fait l’objet d’une petite digression; enfin, on lit quelques passages d’Archiloque, des Theognidea et de Pindare en vue de dégager les enjeux pragmatiques de la figure de la cité blessée.