Reparar o irreparável: a luta dos familiares pela memória dos mortos pelo Estado. (original) (raw)
2019, Reparação como política: reflexões sobre as respostas à violência de Estado no Rio de Janeiro / ISER
Esse texto foi escrito a seis mãos: de uma mãe que está na luta há mais de 15 anos, Ma-ria Dalva Correia; de outra que se juntou à primeira há quase sete anos, Maria de Fátima Silva, a Fatinha; e de uma pesquisadora que as acompanha na luta, Natasha. Esses fragmentos de memórias e estilhaços foram construídos e reconstruídos a partir de conversas entre nós, da presença em atos públicos, do acompanhamento dos casos, inquéritos e processos, de vivências na luta e na dor, e, sobretudo, da troca de afetos. Refletimos juntas sobre as dimensões subjetivas, simbólicas e desafiadoras da reparação. Se-ria possível reparar o irreparável? Retomamos, aqui, alguns momentos-chave nas trajetórias de Dalva e Fatinha para pensar sobre o tema da reparação em suas diversas formas, revivendo os instantes da morte e da dor, das múltiplas violações de direitos e acusações sofridas pelos mortos e suas famílias, passando por etapas marcantes na luta pela memória de seus filhos e a construção de outras narrativas sobre os assassinatos e as histórias das vítimas.