HÉRACLES/MELQART: A FACE GREGA DE UMA DIVINDADE FENÍCIA (original) (raw)

O ÉTICO E O MIMÉTICO - HEGEL E GIRARD

2021

O ÉTICO E O MIMÉTICO NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS: UMA LEITURA DA FUNÇÃO PEDAGÓGICA DA FAMÍLIA, NA FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL, A PARTIR DO CONCEITO DE MÍMESIS DE RENÉ GIRARD

O ESPELHO DE HERÁCLITO Por Neyde Lantyer

Revista Caros Amigos, 2015

Tive o prazer de estar presente à abertura do grande prêmio de fotografia contemporânea de Portugal, o Novo Banco Photo, no Museu Coleção Berardo, em Lisboa, ao qual concorre este ano o brasileiro Ayrson Heráclito. Originalmente destinado a artistas portugueses, o prêmio foi expandido aos demais países lusófonos a partir de 2011. Alem de Heráclito, natural de Macaúbas-Bahia, concorrem Ângela Ferreira, de Maputo, Moçambique, e Edson Chagas, de Luanda, Angola. Ambos os artistas luso-africanos têm trajetórias destacadas em premiações e eventos seminais para as artes contemporâneas, a exemplo da Bienal de Veneza. Diversas entre si, suas obras se alinham esteticamente à fotografia artística contemporânea européia ao tempo que, em maior ou menor grau, se relacionam com o debate pós-colonialista, que trata da desconstrução da hegemonia cultural ocidental, debate esse que tem permeado a atmosfera político-filosófica nas ex-colônias portuguesas da África, em décadas recentes. A presença de Ayrson Heráclito com a obra "A Reunião das Margens Atlânticas" é uma oportunidade para refletirmos sobre o lugar da arte brasileira em relação à produção das ex-colônias portuguesas. Para isso, é necessário nos atentarmos para o próprio conceito de 'lusofonia', que ultrapassa a unidade utópica da língua, compreendendo que assim como lusófonos são aqueles que falam o idioma luso-ou seja, todos os países que foram colonizados por Portugal-lusófonas são tambem, por efeito, as marcas da colonização, sua memória e as identidades culturais que se formaram no seu esteio, tanto quanto suas feridas, com todas as consequências extensivas à várias gerações. Tais questões estão profundamente e de todas as formas, relacionadas à África e aos nossos vínculos históricos com aquele continente. O REENCONTRO DAS MARGENS A "Reunião das Margens Atlânticas", como o título antecipa, é um esforço artístico por promover um 'reencontro' simbólico das duas bordas do oceano que guardam, em seus lados opostos-e no caminho que as separa (e une)-uma história viva. As oito fotografias e os dois vídeos exibem uma performance que executa um ritual de "sacudimento", como os que são realizados nos candomblés da Bahia, que consiste de tomar nas mãos ramos de certas folhas e batê-los nos cantos da casa para afugentar os maus espíritos e as energias estagnadas. Não por acaso, o projeto expositivo de Ayrson Heráclito se apresenta na forma de um espelho, confrontando imagens realizadas em Salvador-Bahia, e na ilha de Goreé, no Senegal. As fotografias coloridas, primorosamente fotometradas para produzir um chiaroscuro em tons quentes, ampliadas em escala humana, junto aos vídeos de dimensões e tonalidades similares, encaram uns aos outros no espaço de uma sala escura, de um lado, Brasil e do outro, África. Luz-e-sombra, cores, formas, o movimento repetitivo dos performers, o som que produzem nos vídeos e a organicidade do conjunto provocam um impacto emocional imediato, em contraste com os trabalhos expostos nas salas anteriores, que demandam mais tempo para serem assimilados. Imbuídos de uma estética mais "racional", com reminiscências da Escola de Dusseldorf, a moçambicana Ângela Ferreira e o angolano Edson

A RECEPÇÃO DE HERÁCLITO NA FILOSOFIA DE NIETZSCHE

2019

A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Heráclito na filosofia de Nietzsche. Para isso, buscamos três aspectos de convergência entre Nietzsche e Heráclito, apontados pelo próprio filósofo alemão em Ecce homo. O primeiro aspecto é a concepção de uma filosofia dionisíaca em Nietzsche que pode ser remetido a Heráclito por conta da tese de que tudo flui (πάντα ῥεῖ), e que, portanto, afirma o devir. O segundo aspecto é do combate (πόλεμος) como princípio universal, pelo qual podemos notar convergência com a noção nietzschiana de vontade de poder, tendo em vista que este conceito é tomado como uma luta constante sem um equilíbrio final. O terceiro aspecto de convergência está relacionado com o fogo (πῦρ) de Heráclito. Tomado como princípio cosmológico, o fogo é a base para a tese estoica de conflagração (ἐκπύρωσις) cósmica, com a qual afirma-se que o mundo periodicamente se destruirá e renascerá pelo fogo a cada grande ano do devir. Nesse sentido, buscamos relacionar a doutrina nietzschiana do eterno retorno com uma interpretação da Stoa sobre Heráclito que atribui ao filósofo pré-socrático a tese da conflagração cósmica.

HERACLES E O FEMININO AMEACADO

Estudos Sobre o Teatro Antigo, 2010

RESUMO. Na tragédia Héracles de Eurípides e em As Traquínias de Sófocles, Héracles representa uma ameaça ao feminino. Nessas peças, suas esposas, Mégara e Dejanira, são vítimas das desmedidas do herói. O grande destruidor de monstros revela-se ele próprio monstruoso. Mégara e Dejanira sofrem com

A DIVISÃO DAS BELAS ARTES: KANT E HEGEL

Griot : Revista de Filosofia, 2018

O presente artigo aborda numa perspectiva filosófica a relação entre a divisão das artes belas propostas por Kant e Hegel. Objetiva explicitar as aproximações e distanciamentos entre a divisão das belas artes apresentadas pelos filósofos citados, apontando suas semelhanças e diferenças. Fundamenta sua análise nas obras Crítica da Faculdade do Juízo de 1790 e Cursos de Estética de 1820-21, respectivamente elaboradas por Immanuel Kant e Friedrich Hegel. Realiza uma análise comparativa entre a divisão das artes belas kantiana e hegeliana. Apresenta inicialmente a divisão das artes belas na perspectiva kantiana, abordando o conceito de arte bela, sua classificação e sua hierarquia, segundo o filósofo de Königsberg. Em seguida, expõe a divisão das artes segundo Hegel, apresentando o seu conceito de belo artístico, as formas de arte simbólica, clássica e romântica, expondo e analisando também as artes particulares de acordo com o filósofo de Stuttgart. Conclui afirmando que, apesar das diferenças entre ambas análises sobre a divisão das belas artes, tais como a defesa de Hegel em relação belo artístico e a de Kant ao belo natural, a afirmação hegeliana que há uma ciência do belo enquanto a concepção kantiana é de que não há ciência do belo, por exemplo, os filósofos em destaque concordam, entre outros aspectos, que a poesia ocupa o lugar mais alto na hierarquia das belas artes, sendo a mais livre e espiritual delas.

PELOTÕES ESPECIAIS DE FRONTEIRA: AS DUAS FACES DE UMA MESMA MOEDA

Congresso Latinoamericano de Sociología - ALAS, 2017, trabalho apresentado no GT 07: Desenvolvimento territorial, desigualdades e descentralização. Geovana Gabriela Bardesio, Letícia Pincelli, Fábio Régio Bento. Disponível em: http://alas2017.easyplanners.info/opc/?page=listadoCompleto

HERÁCLITO E OS EVENTOS PERFORMATIVOS

exto apresentado no IV Seminário de Filosofia Antiga,UERJ, 2010 e publicado no livro Filosofia e Arte na Grécia Antiga ed.RIo de Janeiro : Nau /Hexis, 2011, v.1, p. 83-1001.

PARA LEITORES EXTEMPORÂNEOS: QUANDO HERÁCLITO ENCONTRA NIETZSCHE

2020

RESUMO: Este ensaio procura demonstrar que Heráclito poderia ser considerado leitor de Friedrich Nietzsche. Esta especulação sustenta-se, basicamente, sobre a decisão estilística de Nietzsche em escolher seus leitores, sobre as vivências partilhadas entre o filósofo alemão e o grego e da presença de Heráclito, em Ecce homo, como aquele com quem Nietzsche mais se sentia acolhido. O interesse mais evidente do jovem professor da Basileia sobre o filósofo obscuro se vê na destinação de tempo que ele dá em seu curso de 1873. Mais do que examinar as alternativas conceituais, o autor de O nascimento da tragédia quer aprender com as vivências dos pré-platônicos, sobretudo com seu filósofo trágico por excelência. Embora a relação estudada entre Nietzsche e Heráclito reconheça a óbvia questão cronológica, este ensaio fabula sobre possibilidades da anacronia de Heráclito leitor de Nietzsche. ABSTRACT: This essay argue that Heraclitus could be considered a reader of Friedrich Nietzsche. This speculation rests, essentially, on Nietzsche's stylistic decision to choose his readers, on the shared experiences between the german philosopher and the greek. After that, the Heraclitus's presence in Ecce homo as the one with whom Nietzsche felt most welcomed. Finally, the most evident interest of young Basel's professor in the obscure philosopher can be seen in the time allotment he gives in his lectures of 1873. Rather than examining the conceptual alternatives, the author of The Birth of Tragedy wants to learn from the pre-platonics's experiences, mainly with his tragic philosopher par excellence. Although the studies about the relationship between Nietzsche and Heraclitus acknowledges the obvious chronological question, this essay fables about anachronical possibilities of Heraclitus as a reader of Nietzsche.

O SER EM HEIDEGGER: Mística?

2011

Heidegger foi um filosofo que revolucionou o mundo da Filosofia pela sua perspicacia em relacao ao questionamento do ser (sein). Teve a ousadia de voltar a Antiguidade filosofica e tentar um novo comeco para a Filosofia, ja que o ser caira no esquecimento e nao mais pensado como ser, mas entificado por ela. Nessa investida de pensar o ser originariamente, supomos que, em Heidegger, ha algum elemento que possivelmente adequa-se a uma Mistica em que a verdade do ser se manifeste ao dasein e uma nova perspectiva, um novo comeco possa se descortinar. O pensamento contemplativo e a atitude de abertura em espera (Gelassenheit) proporcionariam a verdade do seer (seyn)