Intersecções de gênero, sexualidade e refúgio: teorias de RI e o local (original) (raw)
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Os problemas de gênero e sexualidade na questão do refúgio
2019
Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (IRI) Os problemas de gênero e sexualidade na questão do refúgio: identificações, dissidências e elegibilidade Me. Ricardo Prata Filho ricoprata@gmail.com [Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB); Mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Doutorande em Relações Internacionais também pela PUC-Rio]
É relevante falar do refúgio fundamentado pela orientação sexual e identidade de gênero?
O refúgio decorre em função do fundado temor de perseguição com base nas cinco principais razões enumeradas no Estatuto dos Refugiados de 1951 (com protocolo de 1967), são essas; raça, religião, nacionalidade, opinião política e pertencimento a um grupo social específico. O fundado temor de perseguição em razão do pertencimento a um grupo social específico engloba a temática das minorias sexuais; indivíduos que deixam um país em função de um fundado temor de perseguição gerado por conta da sua Orientação Sexual e Identidade de Gênero. A problemática desse artigo é o silêncio sobre o tema Refúgio LGBTI no direito internacional e na política internacional durante o século XX. É explorada a hipótese de que o estigma social e as dificuldades técnicas para pesquisa do tema criam a falsa percepção de inexistência ou pouca relevância do problema.
Rumberas, travestis e a Goméia: Desafios à territorialidade masculina
JOÃOSINHO DA GOMÉA, 2022
Sinopse Foi nesse passo que eu saí da minha aldeia... E assim, de Angola trouxe o dendê e entrou na mata, pegou a folha, cantou e se encantou no ngunzo do inquice africano, que juntou com o caboclo que é brasileiro. Porque: “meu pai é brasileiro, minha mãe é brasileira, o que eu sou, eu sou brasileiro”. Sim “brasileiro imperador”. Joãozinho da Goméia misturou Matamba, Mutalambô e caboclo Pedra Preta ao Barravento e ao Samba de Caboclo. Ele viveu a única maneira de ser afro-brasileiro, que quer dizer plural, diverso, dono do seu corpo. E isso ele soube mostrar no candomblé com a muzenza, com a roupa sagrada, com a menga no peji; e com esta mesma sacralidade e liberdade viveu o samba, o carnaval, pois nada é mais sagrado do que a afirmação do desejo, da sexualidade, e de ser “Tata-inquice”. A fala aberta e ampla de Joãozinho trouxe novos sentidos para o que é santo, porque são muitos e diferentes santos. E esta busca pelo santo que é inquice misturado com santo da Igreja, expõe-se no mesmo entendimento de que Matamba é Santa Bárbara, que santo é caboclo que está na natureza, no bicho, na mata, na água. O caboclo é um santo ecológico. Sem dúvida, Joãozinho manteve as memórias que identificam a civilização Bantu nas suas tradições do candomblé Angola. Ele recuperou as memórias do modelo do candomblé de caboclo baiano. Ele trouxe do samba urbano carioca outras memórias que se uniram às demais memórias, todas experimentadas neste sentido de beleza afro, estética que marca as memórias construídas e transmitidas por ele no candomblé e na festa pública do carnaval. Joãozinho mostrou que o sagrado é carnal, é vida, é sangue, e que o divino é humano. E com este meu relato, homenagem a Joãozinho da Goméia, louvo todos os sagrados, todos os desejos, todas as linguagens do corpo que manifestam ludicidade, fé e alteridade. Mukuiu Raul Lody Sumário Joãosinho da Goméa: um criador de brasis Inês Gouveia, Andrea Mendes, Nielson Bezerra, Marlúcia Santos de Souza (Org.) PARTE 1 – MEMÓRIA E REPRESENTATIVIDADE Capítulo 1 - João da Goméia – pedrinha miudinha, lajeiro tão grande nos estudos brasileiros Inês Gouveia e Izi Ferro Capítulo 2 - O narrador João da Goméia/Tata Londirá: azuelando e encantando para além das narrativas coloniais Jackeline Rodrigues Mendes e Marta Ferreira Capítulo 3 - “Na mata tem morador”: da presença e saber Caboclo no Brasil encantado de Joãozinho da Goméia Luiz Rufino Capítulo 4 - João da Goméia: Enfrentamentos contra-hegemônicos e midiartivistas do Rei do Candomblé Ricardo Oliveira de Freitas Capítulo 5 - Guerra no Candomblé: Os bastidores da disputa por poder entre os filhos de santo de Joãozinho da Goméia (1971-1972) Andréa Nascimento Capítulo 6 - Rumberas, travestis e a Goméia: Desafios à territorialidade masculina Rodrigo Daniel Hernández Medina PARTE 2 – A MEMÓRIA E A CIDADE Capítulo 7 - João e o mar: da Bahia de Todos os Santos à Baía de Guanabara Andrea Mendes Capítulo 8 - A Cidade e Joãozinho da Goméia nos anos de 1950 e 1960 Marlucia S. Souza Capítulo 9 - Joãozinho da Goméia, Memória e Patrimônio: Os usos do acervo do Instituto Histórico da CMDC Tania Amaro e Antônio Augusto Braz Capítulo 10 - Rastros e lastros da presença de Joãozinho da Goméia no Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias Adriana Batalha dos Santos Capítulo 11 - Duque de Caxias e a Goméia: memória, patrimônio e os usos do passado Eliana Laurentino e Nielson Bezerra Capítulo 12 - Dimensões da memória em Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias Gabriel Haddad Gomes Porto, Leonardo Augusto Bora e Vinícius Ferreira Natal Sobre os Autores Descrição Editora : FINO TRACO EDITORA LTDA Especialidade : ISBN : 8580544564 ISBN13 :9788580544565 Páginas : 308 Publicação:2021 2º Edição
Sexualidades, localidades e deslocamentos em diferentes escalas
O Público e o Privado , 2022
O conjunto de artigos enfeixados neste número temático pretende apresentar experiências de cunho eminentemente etnográfico capazes de expressar desdobramentos recentes ocorridos na produção brasileira acerca da relação entre sexualidade, deslocamentos e experiências localizadas em distintas escalas. Especialmente no que diz respeito às pesquisas que envolvem gênero, sexualidade e outros marcadores sociais da diferença, os deslocamentos provocados pelas reflexões a partir de contextos que não aqueles consagrados pela literatura – os grandes centros urbanos, as capitais e as metrópoles – ensejam questionar alguns lugares-comuns recorrentes, tais como a perspectiva de que a realização plena da sexualidade estaria distante das cidades de origem desses sujeitos, ali percebidos como diferentes, “outros”, impertinentes. Como se experiências afetivo-sexuais deslocadas das cisheteronormatividades só fossem possíveis em contextos cosmopolitas e metropolitanos.
Perdido na tradução: gênero, sexualidades, lugar e o projeto antropológico
Cadernos de Campo, 2024
Tendo como princípio a produção de Marcia Ochoa e a própria etnografia do autor, este ensaio pretende pensar a performatividade e relacionalidade do lugar na produção antropológica brasileira, especialmente aquela voltada ao estudo do gênero e da sexualidade. Atentando para o destaque recente sobre os estudos desenvolvidos em contextos não metropolitanos, o texto visa compreender como a discussão sobre lugar é influenciada pelos efeitos de projetos voltados à expansão do ensino superior e as disputas no campo dos direitos sexuais.
Migrações nacionais, gênero e relações sociais de dominação
Dimensoes Revista De Historia Da Ufes, 2011
Resumo: Este artigo é um recorte da pesquisa comparativa Migrações e Gênero. Mães solteiras migrantes: Brasil, França e Canadá. Direitos Humanos, Direitos sociais. É aqui apresentada-preliminar e parcialmente-a pesquisa realizada com mães migrantes em Planaltina (DF), na região Centro-Oeste do país, que evidenciou o caráter gendrado, racializado/etnicizado, de classe dos fluxos migratórios. O universo pesquisado foi selecionado junto a 2.500 mães solteiras, com crianças da rede pública de ensino, sem reconhecimento paterno, convidadas a indicar o nome do pai pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A metodologia adotada incluiu entrevistas em profundidade e grupos focais. O trabalho tem um duplo horizonte: produzir reconhecimentos e conhecimentos e devolvê-los à comunidade de Planaltina; formar lideranças femininas para atuação em redes com o projeto Promotoras Legais Populares (PLP-UnB).