APORTES CRÍTICOS PARA UM LETRAMENTO LITERÁRIO NA EDUCAÇÃO BÁSICA (original) (raw)
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LETRAMENTO LITERARIO: UMA EXPERIENCIA ESTETICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Este relato de experiência socializa os resultados de uma prática pedagógica de letramento literário em uma sala de aula de educação infantil. Tal experiência teve como objetivo a formação leitora da criança, na perspectiva da experiência estética, que possibilita ao leitor posicionar-se diante da obra literária, identificá-la, questioná-la e expandir os seus sentidos. Foi desenvolvida pelas duas primeiras autoras deste texto 1 , no interior de um projeto interdisciplinar realizado no Centro de Educação Infantil -CEI -Bertha Müller, em Blumenau -SC, com crianças do Jardim I.
PROPOSTAS AO FORTALECIMENTO DA CULTURA CIENTÍFICA NAS AULAS DE LÍNGUA COM BASE EM LETRAMENTO CRÍTICO
Resumo: O objetivo desta proposta é investigar orientações críticas em tarefas desenvolvidas por alunos nas aulas de inglês como língua estrangeira de modo a discutir a formação de uma orientação translíngue para a educação de línguas. Essa pesquisa justifica-se pela necessidade de práticas que reforcem e ampliem as perspectivas de mobilidade social e reflexividade. Como respaldo teórico, apresentam-se discussões em letramento crítico, com base em Mattos (2015), Rocha (2010) e Rojo (2012), apontando para a relevância de práticas sociais na escola que sejam capazes de promover debate, reflexão e modificações em contextos reais. A prática de sala de aula foi analisada em um período de oito semanas. As tarefas analisadas referiam-se a soluções de problemas e propostas de intervenções sociais. As tarefas foram realizadas em grupos, culminando em uma produção socialmente significativa. Os resultados são analisados a partir de um diário reflexivo e de rodas de conversa com alunos. Palavras-chave: orientação translíngue; letramento crítico; ensino de Inglês; reflexividade.
A APRENDIZAGEM DA ESCRITA NO ENSINO BÁSICO
2016
Prefácio Este livro, intitulado A Aprendizagem da Escrita no Ensino Básico, é, em primeiro lugar, o resultado de um trabalho de natureza acadé-mica. Nessa perspetiva, ele constitui o relato de um trabalho rigoroso que, devidamente sustentado do ponto de vista teórico, caracteriza um objeto – a escrita nos manuais escolares do 5.º ano de escolaridade. Essa caracterização decorre da implementação de um procedimento metodológico rigoroso, que implicou a construção de um sistema de categorias relativamente extenso que cruza o objeto de estudo em duas dimensões: a da ação sobre o contexto de produção escrita e a da ação sobre o processo de escrita. Assumindo que o manual escolar, enquanto instrumento reconfigu-rador das orientações programáticas emanadas da tutela, tem um importante papel de regulação das práticas pedagógicas e constitui, portanto, uma importante fonte de conhecimento do que acontece nas salas de aula, esta obra, para além de evidenciar algum desfasamento entre as propostas de abordagem da escrita e as referidas orientações programáticas, traça um quadro do ensino da escrita que não parece ser muito diferente daquele que outros trabalhos, desenvolvidos ao longo das últimas três décadas, foram evidenciando. Na verdade, apesar do intenso movimento de investigação sobre a escrita que se vem desenvolvendo desde o último quartel do século XX, do qual decorrem profundas implicações relativamente ao modo como olhamos para a escrita e naturalmente para a sua abordagem no contexto da escola, e das sucessivas revisões programáticas que, em maior ou menor grau, foram incorporando algumas dessas perspetivas, é possível identificar, a partir da análise realizada nesta obra, um conjunto de traços configuradores de uma conceção tradicional da escrita como objeto escolar. Destacamos, a partir da conclusão desta obra, alguns desses traços: a associação da produção escrita a atividades de “compreensão de textos literários”; a predominância de práticas viradas para a “expressão da experiência pessoal”, da “sensibilidade” e do “imaginário”; a insistência na produção de textos do tipo narrativo; a perceção da escrita como “atividade predominantemente individual”; a não consideração da 6 A Aprendizagem da Escrita no Ensino Básico diversidade de “intenções discursivas”; a “existência de uma certa “artificialidade das práticas de escrita”, raramente “equacionadas numa efetiva lógica comunicativa” que pressuponha a dimensão da “circulação social dos textos”. Refira-se ainda uma tendência para “o uso do suporte de papel, evidenciando-se uma fraca adesão à utilização do computador como ferramenta de produção, revisão e apresentação cuidada de textos, em prol da comunicação e partilha de conhecimentos”. Do movimento de investigação sobre a escrita acima referido, o único aspeto que, de algum modo, se evidencia nas propostas de abor-dagem da escrita tem a ver com a conceção processual da mesma, traduzida na assunção da planificação, textualização e revisão como conceitos chave, embora se possa questionar se os mesmos são vistos em toda a sua extensão, isto é, tal como são perspetivados original-mente no modelo de Flower e Hayes, ou seja como componentes, que, recursivamente, emergem no quadro de um processo cognitivo com-plexo e não como meras fases de uma sequência de tarefas que que o texto escrito é o resultado. O interesse deste livro não se confina, no entanto, à sua condição de trabalho de investigação, avaliável em função da relevância do conhe-cimento produzido e da adequação da metodologia seguida nessa construção. Ele pode ser encarado como uma ferramenta de trabalho para os professores de Português, já que nele é possível encontrar pistas interessantes para a abordagem da escrita na escola. As categorias de análise, organizadas em dois vetores e concretizadas num conjunto de subcategorias e indicadores, não só evidenciam a extensão e a complexi-dade da escrita como providenciam um elenco de aspetos, muitos deles normalmente ignorados, que deveriam necessariamente ser trabalhados na aula quando se assume como objetivo a promoção de competências de expressão escrita. Esta obra pode ainda constituir uma ajuda aos professores no momento em que são chamados a tomar decisões relativas à adoção de um manual já que, a partir das categorias de análise propos-tas, é possível definir critérios relevantes a ter em conta nesse contexto. Também os editores, os autores de manuais e os avaliadores dos mesmos poderão ser vistos como destinatários deste texto, devendo as conclusões aqui apresentadas ser objeto de uma profunda reflexão da sua parte. Na verdade, aqui se evidencia que o modo como se trabalha a escrita na escola não parece ser o mais adequado e continua a ser necessária uma profunda transformação nesse campo. E os manuais escolares, pela força reguladora que possuem, podiam dar um impor-tante contributo nesse sentido. José António Brandão Carvalho
Letramento literário no Ensino Fundamental
Educação, Escola & Sociedade
Este artigo apresenta resultados de pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado Profissional em Letras da Universidade Estadual de Londrina (UEL), finalizada em março de 2023. A partir da constatação de que grande parte dos estudantes matriculados nos oitavos anos, embora decodificasse a escrita, demonstrava considerável falta de compreensão dos textos lidos, conforme dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)-2018 e da Prova Brasil-2019, elaboramos um material pedagógico a partir da obra A face oculta: uma história de bullying e cyberbullying, de Maria Tereza Maldonado, apoiado nas etapas sugeridas pela “sequência básica” desenvolvida por Cosson (2009): motivação, introdução, leitura e interpretação. A proposta didática objetiva tanto desenvolver o letramento literário quanto discutir um tema pertinente ao universo adolescente e escolar, o bullying.
LETRAMENTOS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: EXPERIÊNCIA COM REALIDADE AUMENTADA NO PIBID
Anais do I SEMET - Seminário de Multiletramentos, Educação e Tecnologias, 2017
O presente trabalho reúne a articulação de concepções de prática pedagógica, letramentos digitais e de experiências formativas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID. Neste estudo, resultante do desenvolvimento e análise de uma experiência com a utilização de um aplicativo de Realidade Aumentada, opera-se a problematização de uso de dispositivos móveis de comunicação no contexto da sala de aula do Ensino Fundamental, em duas Escolas da Rede Municipal de Salvador. Ademais, são relacionadas as contribuições dos autores que debatem a contemporaneidade, tensionando o papel formativo das relações didáticas mediadas pelo uso de linguagens emergentes e de novas tecnologias digitais no contexto das aulas. A experiência culmina com a ampliação das possibilidades de aprendizagens relacionadas à docência levando os envolvidos -estudantes, licenciandos e professores regentes- a assumirem papéis compartilhados de descobertas e autorias, colocando os estudantes da educação básica no centro do processo de produção de novas leituras, interações e operações com linguagens, tecnologias e estéticas.
INTERFACE ENTRE ESCRITA CRIATIVA E LETRAMENTOS ACADÊMICOS NO ENSINO DE ESCRITA NA UNIVERSIDADE
Artigo publicado no volume 10 da Diálogo das Letras, 2021
O presente artigo surgiu de questionamentos sobre o que ensinar, no componente curricular Língua Portuguesa, oferecido como disciplina não específica, nos anos iniciais de cursos de graduação diversos. Paralelamente ao fato de não haver encaminhamentos didáticos explícitos quanto a esse ensino "” pelo menos, não no grau de detalhamento que se verifica nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio "” verificam-se as conhecidas queixas sobre as dificuldades de leitura e escrita dos alunos. Neste artigo, defendemos que o ensino de Língua Portuguesa deve assumir seu protagonismo como meio de capacitar o estudante a administrar autonomamente suas formas de aprender e de produzir conhecimentos, constituindo-se em uma disciplina de ensino de escrita (e de leitura) em consonância com a cultura das diversas disciplinas gerais e específicas, que constituem qualquer que seja a área de conhecimento no qual se insere o curso superior. Para a realização desse fim, propomos uma articulação interdisciplinar entre duas diferentes abordagens do ensino de escrita: a da Escrita Criativa e a do modelo de Letramentos Acadêmicos, de modo que dessa articulação possa advir uma prática pedagógica que propicie o desenvolvimento da competência escritora e leitora dos textos acadêmicos. Acreditamos que a interface entre os preceitos da Escrita Criativa e o do modelo de letramentos acadêmicos possa fornecer contribuições significativas para responder à pergunta sobre o que ensinar no componente curricular de Língua Portuguesa nos anos iniciais de cursos de graduação de diversas áreas, sem prejuízo dos níveis educacionais subsequentes.
A RAZÃO EMBOTADA: ENSAIOS DE CRÍTICA LITERÁRIA
A razão embotada: ensaios de crítica literária, 2016
A obra "A razão embotada: ensaios de crítica literária", de autoria do prof. Andrey Pereira de Oliveira, do Departamento de Letras da UFRN, é composta por 14 ensaios que discorrem acerca de obras das literaturas brasileira e universal.
LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DE CASO
REVELLI – REVISTA DE EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E LITERATURA, 2015
Este artigo apresenta reflexões sobre o resultado de pesquisa realizada visando incentivar a produção autônoma de textos tendo como princípio o fato de que o aluno é capaz de produzir textos mesmo não sendo alfabetizado. Para tanto, com fundamentos de Soares (1998, 2002, 2008), uma sequência didática foi pensada na perspectiva de alfabetizar letrando, contemplando aulas de leitura e produção de texto, para turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, de escola pública de Marabá, estado do Pará. Estudiosos como Kleiman (2005); Tfouni (2006) e Soares (1998, 2002, 2008) têm discutido o tema do letramento e alfabetização, todavia, observa-se que há uma lacuna em produções que abordem reflexões sobre os resultados de atividades práticas. Refletindo sobre os resultados da pesquisa e com base e novas leituras pudemos constatar que por vezes, o letramento presente na escola mascara ideologias dominantes que homogeneizam as práticas sociais de leitura e escrita (STREET, 2014). Como forma de evitar essa prática, torna-se premente considerar a cultura local, admitindo que os envolvidos no processo, alfabetizados ou não, são capazes de produzir conhecimento e criar seu próprio material de estudo. O professor, nesse caso, se apresenta como mediador de práticas de letramento sociais necessárias à elaboração desse material, que tem significado para aquela cultura. O projeto ora apresentado foi realizado com o apoio da Secretaria Municipal de Educação de Marabá-PA, em parceria com o Centro de Formação Continuada de professores da Universidade de Brasília, financiado pelo Programa PróLetramento do Ministério da Educação. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Leitura e produção textual.
LETRAMENTO CRÍTICO EM UM CURSO DE DEBATES DO ISF-UFS: ANÁLISES E POSSIBILIDADES
Anais Eletrônicos do V SEFELI, 2019
A língua, na perspectiva do Letramento Crítico (LC), é entendida como discurso, sendo permeada por relações desiguais de poder e por ideologias através das quais construímos e atribuímos sentidos, em práticas sociais contingentes (JORDÃO, 2013). Não é possível, portanto, pensar a língua inglesa como sendo neutra. Propõe-se, dessa forma, que o ensino de línguas auxilie os alunos a refletir sobre suas próprias interpretações e a se responsabilizar por suas leituras, que são sempre conflituosas, por serem construções ideológicas, e que trazem consequências sociais (MENEZES DE SOUZA, 2011a). Partindo da teoria do LC, este trabalho objetiva analisar as possibilidades de desenvolvimento do LC nos alunos, em um curso de debates em língua inglesa. O curso em questão foi ofertado pelo programa Inglês sem Fronteiras para duas turmas de alunos e servidores da Universidade Federal de Sergipe que estivessem no nível B2 (intermediário alto), de fevereiro a abril de 2019. Trata-se de uma pesquisa quantitativa-qualitativa de cunho analítico-interpretativo (YIN, 2010), que envolve a análise de questionários, de aulas do curso e de textos que discutem a teoria do LC.