Os leitores como comunidade discursiva (original) (raw)
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Análise da comunidade discursiva leitora e escritora de fanfictions
Anais do Seminário de Pesquisa, Pós-Graduação, Ensino e Extensão do Câmpus Anápolis de CSEH (SEPE), 2016
Este trabalho objetiva a análise da comunidade discursiva de leitores e escritores do gênero fanfiction. Pautada na teoria de Swales (1992, 1993, 1998), esta análise procura esboçar, conceitualmente, como as práticas da comunidade convergem na sistematização de atividades mediadas por ferramentas e estratégias comunicativas. Inserido nos fenômenos oriundos da convergência midiática (JENKINS, 2009), este estudo parte do interesse de documentar as ações de uma cultura essencialmente participativa, que, a partir da apropriação de conteúdo autoral, vem transformando as relações entre a indústria e o consumo. Empiricamente falando, os dados da pesquisa foram obtidos por meio de imersão dentro da comunidade discursiva alvo do estudo. Além disso, foram também utilizados questionários anônimos para a obtenção de resultados mais precisos e menos sujeitos à parcialidade do sujeito-pesquisador. O campo desta pesquisa foi demarcado em torno do website Nyah! Fanfiction, pela sua influência e reputação dentre a comunidade leitora e escritora de fanfictions do Brasil. Palavras-chave: Comunidade Discursiva. Fanfiction. Convergência de Mídias. Cibercultura.
Semata, 2018
O trabalho sintetiza a primeira fase de um projeto sobre práticas e discursos relativos à leitura no Brasil comparando consumos literários reais e o corpus sancionado academicamente e, em conse- quência, a proposta (implícita e explícita) de modelo de consumo literário, no que diz respeito aos produtos que deveriam ser lidos e às formas em que eles devem ser consumidos. Para a elaboração dos resultados utilizamo-nos de dois métodos: a) A coleta de dados sobre leituras obrigatórias em provas de acesso ao ensino superior e as citações de produtores em trabalhos acadêmicos e livros didáticos, possibilitando uma correlação entre estes elementos e seu resultado dentro do cânone. b) A análise e discussão dos resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (Failla, 2016), em comparação com as listas de mais vendidos de diversas editoras e as leituras obrigatórias dos vesti- bulares de universidades com programas de pós-graduação com nota máxiam (7) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) de 2015 a 2017. This paper summarizes the first stage of an on-going research project on practices and discourses on reading through the comparison of actual literary consumption and the academic legitimized corpus which turns to become an explicit or implicit proposal of the set of products that should be consumed and at the same the ways that consumption should be done. For elaborating the results two methods were used: a) The collection of data on mandatory readings in tests for admission on Federal Universities, and number of citations of literary producers in academic papers and books as indicators of their level of canonization. b) The analysis and discussion of some of the outcomes of the research Retratos da Leitura no Brasil (Portraits of Reading in Brazil, Failla, 2016), establishing a comparison with the best-sellers lists of several publishing houses and, again, with the mandatory readings for admission in the top federal universities (acording to the federal agency CAPES) for the years 2015 a 2017.
Os discursos sobre a leitura na formação de leitores
2014
O artigo discute as varias acepcoes do termo ?leitura?, de acordo com as distintas situacoes em que e empregado, buscando compreender seu uso na pedagogia da leitura e em projetos para a formacao de leitores. Para isso, analisa o discurso de autores e escritores sobre a leitura, atraves de textos teoricos e literarios, bem como definicoes estabelecidas por dicionarios da lingua portuguesa, concluindo que, apesar da polissemia da palavra, e importante que pesquisadores, professores e bibliotecarios compreendam o conceito de que se valem ao empregar o termo em seus projetos e pesquisas.
A leitura: uma prática discursiva
Linguagem Em Curso, 2010
Este texto aborda a questão da leitura, na perspectiva teórica da análise do discurso, com filiação em Pêcheux, que entende que é nas operações de recortar, de extrair, de deslocar, de confrontar que se constitui o dispositivo mais particular de leitura. Essa prática de leitura é por ele designada de leitura-trituração. A partir desse entendimento, analiso um texto de natureza midiática, procurando evidenciar a leitura como um processo de produção de sentidos; essa concepção requer o reconhecimento de que o sujeito-leitor, o sujeito-autor e os sentidos são historicamente determinados. Requer também que se reconheça que ler é sempre um gesto de interpretação que se constitui no momento crítico de uma relação entre autor/texto/leitor. Este não reconhece sentidos, não preenche lacunas, e sim, interpelado pela posição-sujeito que o afeta, instaura seu próprio trabalho discursivo, (des)construindo o texto lido e atribuindo sentidos que não necessariamente são aqueles esperados pelo autor. Palavras-chave: leitura; interpretação; sentido. * Uma primeira versão deste texto foi apresentada no Congresso internacional linguagem e interação, realizado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos-UNISINOS, de 22 a 25 de agosto de 2005.
Sujeito-leitor e a charge: uma concepção discursiva
2010
O presente trabalho busca analisar a posicao do sujeito-leitor ao interpretar uma charge, sendo necessario considerar condicoes vigentes de producao, somando-se a um contexto socio-historico, que devem ser observados no processo de interpretacao. Numa primeira analise, podemse considerar duas posicoes-sujeito: o sujeito-autor, sob a otica da posicao sujeito a qual pertence, resgata do interdiscurso enunciados ja-ditos e cria um efeito-texto, isto e, imprime ao texto uma estrutura de inicio, meio e fim. E esse texto que sera lido e interpretado pelo sujeito-leitor, que e a outra posicao-sujeito constatada. Assim, a leitura e gerada pelo ambiente social deste sujeito-leitor, que tambem e influenciado pela ideologia que o constitui. Para interpretar o texto, e preciso a interdependencia com outras leituras e de um conhecimento ou nao do contexto socio-historico no qual o texto foi criado. Portanto, para interpretar, o sujeito-leitor vai recompor o texto, salientando a heterogeneidade c...
Comunidades de leitores: cultura juvenil e os atos de descolecionar
Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, 2020
RESUMO Este artigo se propõe discutir a constituição de comunidades de leitores, a partir de concepções advindas do Círculo de Bakhtin sobre linguagem, forças centrífugas e centrípetas; de Canclini sobre cultura/coleção; de reflexões de autores contemporâneos sobre juventudes e cultura juvenil e de Chartier sobre leitura. Interessa-nos problematizar como se constituem essas comunidades e como se dão as práticas leitoras em torno de obras que se colocam fora do cânone e da “boa leitura”. Investigamos, em uma pesquisamaior, como esses jovens se organizam em comunidades de leitores para a produção e para o compartilhamento de saberes e de experiências.
Reflexões sobre o ponto de vista e a construção discursiva de comentários de leitores na web
Revista Investigacoes, 2012
Resumo: Este artigo analisa comentários de leitores em sites da web. Discute as noções dialogismo e ponto de vista (PDV) que aparecem como evidência não questionada. A análise das configurações discursivas decorrentes do duplo dialogismo revela que alguns comentários são voltados para a interação e outros para o conteúdo do texto fonte. Mostra também a construção dialógica do PDV e a diversidade de formas composicionais, ligada aos temas, aos gêneros do texto fonte e às comunidades discursivas dos sites. Palavras-chave: ponto de vista; movimentos dialógicos; comentários de leitores.