Caminhos da Revolta: Albert Camus e o sentido trágico da justiça (original) (raw)
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Para além da pulsão de morte: absurdo e revolta em Albert Camus
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia
O objetivo desse artigo é discutir a possibilidade de uma morte feliz, e consequentemente, uma vida feliz a partir da interpretação dos pilares filosóficos de Albert Camus, a saber: o absurdo e a revolta. Enquanto o absurdo diz respeito ao confronto da irracionalidade do mundo com o desejo de clareza e racionalidade que se encontra no homem, a revolta está vinculada ao desejo inconsciente de uma moral que denominamos de moral antiteísta ou moral de atitude por mover-se consciente no âmbito das ações concretas, nascidas do sentimento da absurdidade do mundo frente à morte e o sofrimento. Testaremos, ao final, a viabilidade dessa moral antiteísta promover uma morte feliz para quem sofre e uma vida feliz, apesar de todo sofrimento, para aquele que se depara com a morte do outro. Para isso, utilizaremos como fios condutores as obras de Albert Camus: O Mito de Sísifo e A peste.
Direito e Punição em "O estrangeiro" de Albert Camus
Revista Científica O Direito Pensa, 2023
O objetivo deste artigo é analisar a retratação do processo do personagem Meursault na obra "O Estrangeiro" de Albert Camus, a fim de compreender como se apresentam o Direito e a punição na obra, utilizando-se da categoria historiográfica de mitologias jurídicas da modernidade de Paolo Grossi. A partir de uma abordagem crítico-reflexiva da obra, lidou com fontes bibliográficas sobre o tema. Como resultado, encontrou-se que a postura do personagem frente ao seu processo representa uma crítica não somente ao direito de punir, mas aos ideais políticos da modernidade.
Albert Camus e o Heroísmo Edipiano ( 2016 )
O presente texto tende a caracterizar o heroísmo edipiano como representação do homem moderno, tendo em vista a obra de Albert Camus. Em um primeiro passo enumero algumas possibilidades da experiência da absurdidade. O segundo passo se trata de recontar a história de Édipo Rei, escrita por Sófocles. O terceiro e último ponto se trata da consonância do heroísmo moderno com a sabedoria dos gregos.
Caminhava sob o chicote do senhor, agora o enfrenta:o conceito de revolta em Albert Camus
O conceito de revolta descrito e discutido pelo filósofo Albert Camus em sua obra O homem revoltado. Conceito de revolta vislumbrado em suas nuances explicativas e relacionais que ampliam o olhar sobre o tema transformando-se, sem vertigem, em um reconhecimento do direito de igualdade e conseqüente busca pela liberdade total do(s) homem(ns). Em ressonância com a literatura (poesia e romance) Camus não forma um conceito unidimensional, mas o oposto. A noção de liberdade como fim de todo desejo/anseio de revolta do homem que a coloca em movimento está no fim desejado, e não alcançado, de acordo com o que argumenta o filósofo, mesmo afirmando um niilismo do qual não é possível ignorar ou renunciar. A negação do real em busca do direito de igualdade é a pronúncia primária do conceito de revolta explicitado por Camus. A partir da negação do homem que se revolta apresentam-se as formas que a revolta tomará em sua busca por uma mudança que visa a unidade e a reconciliação do mundo. De acordo com estas noções, o presente texto compromete-se com o conceito de revolta em Camus e suas relações aproximativas com o niilismo, a liberdade e as artes.
O caminho e o caminhante - destinos de uma justiça errante em busca do sentido
Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2009
Paulo v. 104 p. 747-765 jan./dez. 2009 * O presente artigo é fruto de trabalho homônimo entregue como requisito para obtenção de créditos da disciplina "Temas Fundamentais de Direito Penal", ministrada pelos Professores Dr. Miguel Reale Júnior e Dr. Renato de mello jorge Silveira no segundo semestre do ano de 2007.
Ensaios sobre o exílio : o reino perdido de Albert Camus
2020
Orientadora: Profa. Maria Adriana Camargo Cappello, PhDDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Defesa : Curitiba, 26/08/2020Inclui referências: p. 145-149Resumo: Com o objetivo de apresentar uma leitura e uma articulação do conceito de Exílio, na obra de Albert Camus, através de Ensaios, este trabalho pretende analisar as relações entre este conceito e a construção da obra do referido autor. Para tal fim, a questão visa à solução da questão proposta ao evidenciar como o Exílio, em suas variadas formas, pode vir a tornar-se Reino. Para esta dissertação, estabeleceram-se como foco de análise as obras situadas antes da primeira fase, escritas na Argélia (O Avesso e O Direito, Noces, A Morte Feliz), da primeira fase, denominado o Ciclo do Absurdo (O Estrangeiro, O Mito de Sísifo, O Mal-Entendido e Calígula), em associação com as obras situadas na segunda fase, denominado o Ciclo da Revolta (A Peste, o Ho...
Albert Camus e a recusa do suicídio em O Mito de Sísifo
KALAGATOS - REVISTA DE FILOSOFIA, 2021
Este trabalho consiste em fazer uma reflexão filosófica sobre a questão do suicídio a partir da obra O Mito de Sísifo – ensaio sobre o absurdo (1942) do filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960). Partindo da questão da sensibilidade, mostramos que Camus diagnostica o absurdo como uma espécie de fratura entre o homem e o mundo e busca as consequências desta evidência que é “sensível ao coração”. Com a “lógica absurda”, Camus nos trás a reflexão filosófica que consiste em recusar todas as formas de esperança enquanto uma trapaça. Ou seja, ao recusar os subterfúgios, o homem absurdo afirma a vida e recusa também tanto o suicídio físico quanto o suicídio filosófico, mantendo a tensão constante.