Narrativas expositivas na constituição de memórias identitárias: um estudo de caso (original) (raw)
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Narrativas de vida: a constituição identitária de idosos
Revista De Educacao Popular, 2011
This article presents the partial results of the extension project "Narratives of life: the formation of identity in elderly," which is part of the "Knowledge Connections: dialogues between the university and the popular communities," developed at the Federal University of Uberlandia by the teachers of the courses of Literature and Media (Qualification in Journalism) and the students of the Pedagogy course. Our goal is to give voice to the elderly, hospitalized in a Institution of Long-Term (ILP), allowing them a space to tell their life stories, traveling a path that enables them, in the revival of memories and reminiscences, think about living in a process that involves past, present and new perspectives for the future. So, we aim to contribute to the strengthening of identity and to the elderly group. We believe that, by counting and being heard, the elderly is socializing knowledge once lived, besides that their memories can enrich the life experience of the project participants: elderly, students and teachers. The results show that the elderly life stories constitute a representation of reality and society, and hearing these stories can enable society to reflect on the experience inside an ILP, about the identities of the inmates, on the aging process for the other and for yourself, besides the reflection on the various problems faced in contemporary society.
Narrativas Coerentes e Construção De Identidade Em Grupos Vulneráveis
Argumentação e Linguagem, 2019
Revisão: Os Autores O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Conselho Editorial Ciências Humanas e Sociais Aplicadas APRESENTAÇÃO Ai Palavras! ... Todo o sentido da vida principia à vossa porta; o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois audácia, calúnia, fúria, derrota… A liberdade das almas, ai! com letras se elabora… E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil como o vidro e mais que o são poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam… Cecília Meireles ... Porque a verdadeira caverna, aquela que nos proíbe a relação com a realidade, aquela que nos obriga a viver no meio das sombras, é, para mim, a linguagem. Oswald Ducrot. Não há como pensar a argumentação na linguagem sem que se façam referências à retórica clássica, principalmente se o ato de argumentar for entendido como uma forma de gerenciar o discurso, de modo a se obterem resultados efetivos sobre as práticas sociais humanas. É justamente o funcionamento pragmático dos textos/ discursos que nos permitem dizer, hoje, que os mesmos se nos apresentam revestidos de caráter ideológico, somente para citar um dos efeitos das ações das práticas linguísticas sobre as sociais. Nesse sentido, presume-se que a instrumentalidade do discurso argumentativo retrata-se nas formas como os argumentos são apresentados nos textos, de modo a criar um sentido de identidade entre falante/escritor e ouvinte/leitor. As atividades cognitivas da leitura e da compreensão estão inter-relacionadas, ainda que não se tenha como garantia indicativos de entendimento textual, afirmam Löbler e Flôres (2010, p. 181). Flôres e Gabriel (2012) defendem que a leitura pode ser estudada a partir de diferentes perspectivas, sejam elas: com foco no autor, no texto ou no leitor. Abraçase, então, neste trabalho, a pesquisa sobre a leitura e foco no texto de diferentes formas. Coscarelli (2002, p. 01) afirma que a leitura pode ser vista como um todo sem divisões, uma visão genérica e compactada que dificulta o trabalho do professor em ajudar os alunos em desenvolver o processo de leitura. Segundo a autora: A leitura pode ser dividida em duas grandes partes, uma que lida com a forma linguística e outra que se relaciona com o significado. Essas partes, por sua vez, podem ser ainda subdivididas. O processamento da forma, também tratado como decodificação, será aqui subdividido em processamento lexical e processamento sintático. Faz parte da atividade leitora apresentar sentidos para a informação ali exposta, buscando a reflexão, os questionamentos e os possíveis diálogos entre ela e o leitor. Para tal, essa prática envolve o aspecto de reconhecer o código linguístico, assim como depreender os sentidos que esse código desenvolve a partir das relações semânticas, Löbler e Flôres (2010, p. 188). O leitor tem a função de decodificar o texto e identificar as pistas que o autor vai deixando ao longo desse texto, além de formular representações mentais sobre as informações contidas ali, Lôbler e Flôres (2010, 192). Ele suscita hipóteses, realiza inferências, ativa o seu conhecimento prévio, tudo isso objetivando compreendê-lo. Löbler e Flores explicam assim o processo de compreensão: A compreensão da língua escrita é uma atividade complexa e onerosa do ponto de vista cognitivo, pois consiste em relacionar, concomitantemente, o que é lido a conhecimentos preexistentes. Para fazer tal síntese, o cérebro do leitor mobiliza os conhecimentos que já possui, relacionando-os ao processamento em realização, ou seja, fazendo a articulação paralela entre o sabido e o desconhecido, no decorrer da própria leitura. Nesse processo de diálogo com o texto, o leitor tenta identificar as intenções do autor por este ou aquele vocabulário, as intenções de formalidades ou informalidades, ou ainda, identificar quem está falando naquele texto. Ducrot (1990, p.15) defende que o enunciado é polifônico e que, portanto, existem algumas pessoas envolvidas em sua existência. Dentre elas, declara a existência do locutor, sujeito discursivo responsável discurso, e enunciadores, responsáveis pelos pontos de vista ao longo do discurso. O enunciado, assim como o discurso, é único e sempre terá um autor, denominado sujeito empírico, Ducrot (1990) Os jornalistas, por exemplo, ao noticiarem ou reportarem determinada informação, fazem-na através das argumentações, que são entendidas por Ducrot como uma sequência de dois segmentos que compõem um discurso relacionados por um conector. Argumentar é apresentar um ponto de vista. Entretanto, cabe ao leitor, durante a atividade leitora, apreender os diferentes sentidos que vão sendo desenvolvidos ao longo do discurso destes profissionais. Acredita-se que, ao se analisar as palavras envolvidas nesses discursos jornalísticos, pode-se facilitar a compreensão dos sentidos ali inscritos. Diante disso, apresenta-se, como objetivo geral deste trabalho, a análise do papel que o léxico desempenha (palavras plenas e palavras instrumentais) na construção do sentido dos discursos desdobraram-se em múltiplas linguagens. A construção de sentidos nos diferentes e múltiplos discursos não é realizada da mesma maneira, não segue uma regra que se comportam diferentemente no momento de construção desses sentidos. Um conjunto de considerações pragmático-discursivas constitui o cerne da história da retórica. O retorno à retórica faz sentir que muitas das preocupações atuais dos estudiosos da linguagem, no que concerne à eficácia da palavra, assentam-se em preceitos advindos dos clássicos e dos teóricos contemporâneos da argumentação. Avulta das considerações tecidas um aspecto particular caracterizador do dinamismo da linguagem, que é o lugar ocupado pelos sujeitos que lançam mão de argumentos relativos aos seus objetivos comunicativos e objetos de discurso. Nesse sentido, defrontamo-nos com uma subjetividade enunciativa que extrapola os limites de uma consciência empírica do sujeito. Pela enunciação que o constitui, ele mobiliza um ou mais coenunciadores, fazendo-os aderir ou refutar o universo de significações ou sentidos atribuídos histórica e culturalmente aos objetos de predicação. O enunciador é, para mim, o grande tecelão do mundo representado nos eventos comunicativos de que participa. Nesse sentido é que cabe nos estudos da argumentação, ou da construção argumentativa dos textos, aproximar teorias de textos e discursos das teorias sociológicas, assumindo, portanto, um posicionamento multidisciplinar perante a investigação dos fenômenos linguísticos.
Memória, relatos autobiográficos e identidade institucional
2005
Ribeiro (UFRJ) e Marialva Barbosa (UFF) 1 Resumo: Nos últimos anos, cada vez mais empresas têm investido em projetos de pesquisa sobre a sua história, muitas vezes criando museus e arquivos com acervos próprios, publicando livros e organizando programas de memória oral, entrevistando profissionais que atuam ou atuaram no seu interior. Isto tem acontecido com instituições dos mais variados tipos, como a Petrobrás, os supermercados Zona Sul, o grupo Gerdau, os Chocolates Garoto e as Organizações Globo.Nosso objetivo, neste trabalho, é refletir sobre o impulso memorialista dessas instituições, sobretudo as de comunicação. De onde vem a sua vontade de lembrar dessas empresas? O que a s leva a valorizar o seu passado e a investir em pesquisa histórica ou na montagem de estruturas arquivísticas? Palavras-Chave: Memória-Mídia-Identidade Institucional Interessa-nos refletir, aqui, sobre a dimensão estratégica da memória e no seu papel na construção das identidades institucionais. Como o passado pode, por um lado, reforçar a coesão de funcionários em torno de certos valores da empresa e, por outro, fornecer referências para as instituições se auto-referenciarem e se legitimarem externamente? Por que a valorização da identidade das empresas está cada vez mais forte? Um aspecto interessante é o espaço dado a história oral no interior dessas iniciativas. O que leva essas instituições a valorizarem a história de vida de seus funcionários ou ex-funcionários? Como é possível pensar experiências memorialísticas de valorização dos relatos individuais ligadas a contextos institucionais? O que isto tem a ver com o mundo em que vivemos? Ou seja, por que elas surgiram agora e não antes?
Memórias Universitárias e (Auto)Biografias: na cena da construção identitária brasileira
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2021
O Projeto de Pesquisa "Educação e o uso de narrativas (auto)biográficas: histórias de vida/histórias de família", iniciado em 2018, pretendeu desenvolver uma reflexão sobre os processos de formação de alunos, professores universitários e intelectuais do campo das Ciências Humanas, a partir de narrativas (auto)biográficas em busca de pistas elucidativas de características socioculturais e históricas de processos formativos peculiares e inerentes a uma dinâmica social brasileira. A adoção de diferentes estilos de textos biográficos atende ao cuidado metodológico que impõe este cuidado quando se trata de diferentes indivíduos com seus processos formativos particulares. O objetivo do trabalho é a valorização e o registro de uma memória universitária que necessita ser preservada. Palavras-Chave: Educação e (auto)biografias; Educação, Cultura e História; Educação, História Cultural. Resumen El Proyecto de Investigación "Educación y uso de narrativas (auto) biográficas: historias de vida / historias familiares", iniciado en 2018, tuvo como objetivo desarrollar una reflexión sobre los procesos de formación de estudiantes, profesores universitarios e intelectuales en el campo de las Ciencias Humanas. , de narrativas (auto) biográficas en busca de elucidar pistas de características socioculturales e históricas de procesos de formación peculiares inherentes a una dinámica social brasileña. La adopción de diferentes estilos de textos biográficos se encuentra con el cuidado metodológico que este cuidado requiere cuando se trata de diferentes individuos con sus procesos formativos particulares. El objetivo del trabajo es potenciar y registrar una memoria universitaria que necesita ser preservada.
MEMÓRIAS DE ANGOLA: TRÂNSITOS IDENTITÁRIOS EM PROCESSOS NARRATIVOS
Entre as ações realizadas no projeto de pesquisa e extensão "Abrigos da memória na região de Brasília" interpretamos impactos de processos histórico-culturais nesta cidade, na (re) criação de identidades de trabalhadores (as), entre elas costureiras ambulantes, moradores Kalunga, de Cavalcante-Go, assim como de estudantes angolanos na Universidade de Brasília-UnB. Utilizamos os recursos da história oral e da fotografia para registrar e ampliar relações sociais nos processos de construção da memória e poderes, que emergem a partir das interações que são construídas entre nós e os/as entrevistados/as. Através do diálogo entre essas oralidades/fotos, podemos criar outras versões da história, movimentando identidades, negociando interesses e projetos de (re) apropriação de tempos e espaços. Neste artigo nos propomos a interpretar experiências envolvidas no planejamento, na organização e participação na oficina "Memória e Cidadania Cultural" na VIII Semana de Extensão 1 , pela equipe desse projeto de pesquisa, também apoiado pelo Decanato de Extensão-UnB, oficina com a qual procuramos promover interação entre produção de conhecimento e conquista da cidadania, na ampliação de percepções e concepções acerca de diversas culturas, por meio da oralidade e da expressão corporal. Além da equipe desse projeto, essa atividade dessa semana de extensão contou com a presença de oito alunos de graduação e pós-graduação da UnB e 11 jovens remanescentes quilombolas, moradores da comunidade Kalunga no município de Cavalcante Goiás 2. Presença está que foi crucial nos diálogos entabulados no transcorrer desta já referida.
A Narratividade em Busca da Identidade no Livro X das Confissões
2014
O livro X das Confissoes tem como chave de leitura a memoria para a constituicao do si. E examinada a relacao que existe, no texto narrativo de Agostinho, entre a interpretacao da Escritura e a constituicao do si, em que ha aspectos do discurso interior e abordagem no quadro da teoria narrativa que e dada a partir do conceito de identidade narrativa. A constituicao do si e desenvolvida na dialetica interna do personagem entre a afirmacao de si e a negacao de si, que apresenta a imanencia do homem como caracteristica pessoal e, ao mesmo tempo, o desejo de transcendencia daquilo que o ser humano tem de mais intimo em relacao a Deus.
Gestão de memórias e narrativas identitárias: conflitos e alianças em contextos interétnicos
ACENO, v. 4 n. 8, p. 82-108, 2017
Neste texto, as autoras propõem-se a colocar em diálogo dois processos de territorialização (Oliveira, 2002; 2004) que se entrelaçam com a busca de efetivação de direitos focalizados para "novas" e "velhas" etnias, que ocorreram e ocorrem em dois contextos etnográficos distantes geograficamente, ambos atravessados por situações históricas (Oliveira, 1986;1999), que moldam e criam condições de possibilidades para que autoidentificações étnicas discordantes entre membros das mesmas "famílias" sejam acionadas. Nesses contextos a "gestão territorial" está em processo, em Auati-Paraná esta assume a forma de uma "tutela ambientalista" (Silva, 2015), administrada pelo "Estado"; e, no caso de Conceição das Crioulas, está em construção uma proposta de uma "gestão territorial comunitária" (Antunes, 2016), administrada pela associação local. Os conflitos perpassam essas gestões territoriais e informam a gestão de memórias e de narrativas identitárias, que permitem desenhar fronteiras étnicas entre parentes que sistematizam de forma diferenciada fluxos culturais que os atravessam.