Transexualidade no sTJ: desafios para a despatologização à luz do debate Butler-fraser (original) (raw)

Os desafios da despatologização da transexualidade: reflexões sobre a assistência a transexuais no Brasil

À minha orientadora, Márcia Ramos Arán (in memorian), que orientou não apenas essa tese, mas minha vida profissional. Sinto por não ter tido sua presença nos momentos finais desse trabalho, mas com certeza serei sempre grata por tudo que me ensinou. Seu estímulo, sugestões e críticas sempre foram fundamentais. Sentirei sua falta. À Professora Marilena Corrêa, a quem ter gratidão é muito pouco. Se seu acolhimento afetuoso foi fundamental para iniciar minha vida acadêmica, não tenho como expressar o quanto significou esse mesmo acolhimento para a conclusão desse trabalho. Muito obrigada! Ao corpo docente do Instituto de Medicina Social da UERJ, em especial aos Maria Andréa Loyola e André Rios, que com muita generosidade compartilham seu conhecimento e tornam o campo da Saúde Coletiva um campo cada vez mais interessante. Aos serviços que prestam assistência a transexuais no Brasil e seus profissionais, em especial Dr. Eloísio Alexsandro da Silva e Dr. Sérgio Zaidhaft, e às pessoas trans que concederam entrevistas, pela disponibilidade em fornecer informações valiosas para o desenvolvimento desse trabalho. Aos companheiros do curso de Pós-graduação em Saúde Coletiva e do Grupo de Pesquisa, principalmente Bianca Alfano, Raquel Alcides, Edgard Ferlberg, Suely Marinho, Patrícia Ávila e Fátima Lima por todos os momentos que compartilhamos ao longo das aulas, reuniões de pesquisa, seminários de orientação, almoços e cafezinhos. À Tatiana Lionço, Miriam Ventura e Guilherme Almeida, grandes parceiros nesse grande desafio que é a defesa dos direitos daqueles que estão "fora da norma". Ao João Paulo, meu amor, meu marido, meu companheiro, meu maior amigo. Obrigada pelo que vivemos juntos, por compreender minha presença ausente, pelo sorriso que me dá diariamente, por seu abraço forte nos momentos difíceis e por me incentivar a seguir em frente. À minha família, meu porto seguro, pela vida, pelos momentos ao lado de vocês e pelo acolhimento de minhas escolhas. Vocês são minha força, meu refúgio. Amo a todos profundamente. Obrigada por tudo! À minha segunda família, sogros, cunhados e sobrinho, por torcer pelo meu sucesso. Aos meus amigos que, mesmo sem entender muito bem meus momentos de reclusão, compreendiam a importância desse trabalho para mim. Meu agradecimento pelo interesse em entender meu trabalho, pela admiração que demonstram, pelo afeto que me dão e pela alegria que me proporcionam em nossos encontros. Sou muita grata a todos, velhos ou novos, longe ou perto, cada palavra, cada carinho foram fundamentais para a concretização de mais esse projeto. À Aliny Lamoglia, amiga no sentido mais puro da palavra. Mesmo tão atribulada e com interesses acadêmicos tão diferentes dos meus sempre encontrou um tempinho para revisar com cuidado esse trabalho. Você e sua disponiblidade foram fundamentais para mim. À Sérgio e Claudia, queridos amigos da época do mestrado, por compartilharem momentos alegres e difíceis do doutorado que tiveram início desde nossas divertidas aulas de francês. Aos colegas dos Ensaios Clínicos do IPEC -Fiocruz, em especial aos amigos Nilo, Cristiane, Carla, Sandra e Alexandre, pelas sugestões bibliográficas, apoio nos momentos de cansaço e incentivo para a conclusão desse projeto. Ao Shuin pela sua companhia na hora do estudo. Sua presença silenciosa sempre faz diferença quando preciso receber carinho sem ser interrompida. À Vera Vital Brasil pelo seu acolhimento e escuta que me auxiliam a pensar e exercer cada vez mais na autonomia. Por fim, agradeço ao CNPq pelo financiamento dessa pesquisa através da bolsa de doutorado. Palavras-chave: Transexualidade. Processo transexualizador. Despatologização. Políticas públicas. Cuidado em saúde. Autonomia.

Seção Entrevistas - A despatologizacão das identidades trans: questões e desafios na atualidade

Lionço participou diretamente da construção de marcos de garantia de direitos para transexuais no Brasil, como a normativa "Processo Transexualizador do SUS" e "Nota técnica sobre processo transexualizador e demais formas de assistência às pessoas trans". Atualmente, é coordenadora do Núcleo de Estudos da Diversidade Sexual e de Gênero do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB. Tem se dedicado a estudos sobre incidência do fundamentalismo religioso na política nacional, redes de proteção para comunidades

Processo Transexualizador No Sus: Questões Para a Psicologia a Partir De Itinerários Terapêuticos e Despatologização

Psicologia em Estudo

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, des­critiva e exploratória, realizada no Tratamento Fora de Domicílio, na cidade de Cuiabá-MT, Brasil, que objetivou levantar reflexões sobre os itinerários terapêuticos de pessoas trans, na busca pelo Processo Transexualizador. Participaram três homens trans, duas mulheres trans e uma mulher travesti, com faixa etária de 21 a 32 anos. Os da­dos foram coletados por entrevistas semiestruturadas e analisados mediante análise de conteúdo. Os resultados mostram que essas pessoas trans seguem trajetórias diver­sas, procurando serviços institucionalizados ou informais (redes de socialidade trans), para a afirmação de suas identidades de gênero. Destacam-se entraves atinentes à patologização, ao acolhimento, à continuidade do cuidado, à resolutividade e à referência na rede de atenção do processo transexualizador. Observaram-se importantes pontos críticos na assistência social, endocrinológica e para a psicologia, sendo a peregrinação pelos serviços de...

A despatologização das identidades TRANS e a psicologia brasileira frente a luta pelos direitos LBGTQI+

Journal of Social Sciences, Humanities and Research in Education, 2019

Devido ao avanço da direita e do conservadorismo no cenário político nacional, o país enfrenta revisões sistemáticas de suas políticas sexuais (VELASCO E CRUZ; CODAS, 2015). Desde 2011, os ataques aos direitos e à cidadania LGBTQI+ vem se intensificando no campo social, especialmente, por meio de campanhas contra a chamada “ideologia de gênero”, termo de que se servem os movimentos contrários a legitimidade das identidades sexuais e de gênero. O presente estudo tem como objetivo evidenciar alguns dos marcos históricos que contribuíram para a institucionalização da transexualidade como patologia; discutir as perspectivas de implementação do processo transexualizador em um país refratário à diversidade sexual e debater, no âmbito das Teorias de Gênero, qual o lugar que a Psicologia ocupa no processo de despatologização da transexualidade. Como método de pesquisa, foi adotado a revisão crítica da literatura que busca analisar o estado atual das pesquisas em relação às identidades trans...

Patologização Da Transexualidade: Uma Lei- Tura Crítica Das Transformações Ocorridas Nas Três Últimas Versões Do DSM

Revista Gênero

O presente artigo possui como objetivo principal compreender se a categoria psiquiátrica de Disforia de Gênero, criada para defnir pes-soas transexuais, funciona ainda como vetor de patologização da homos-sexualidade. Esta pesquisa foi realizada e dividida em duas partes. No pri-meiro momento foi feita uma análise crítica das categorias diagnósticas de transexualidade nas últimas três edições do DSM. No segundo, foi estabe-lecida uma relação entre o diagnóstico de Disforia de Gênero com a homos-sexualidade. Faz-se uso de uma metodologia de análise bibliográfca de arti-gos sobre o tema referido e do instrumento psiquiátrico em questão, o DSM.

A Problematização Do Binarismo Sexual e a Efetivação De Direitos Dos Transexuais Nas Cortes Superiores: Uma Análise À Luz Do Debate Entre Butler e Fraser

Revista Direitos Sociais e Políticas Públicas (UNIFAFIBE)

Resumo: Este artigo analisa a efetivação dos direitos de transexuais em decisões do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, por meio da análise crítica da estratégia argumentativa implícita decorrente da patologização da identidade e da utilização de categorias binárias à luz do diálogo Butler-Fraser. Propugna-se que as teorias de Butler e Fraser estão interligadas, pois o modelo teórico da primeira não anula o da outra. Ambas possuem argumentos pertinentes para criticar o reconhecimento de identidades a partir de modelo hegemônico e heteronormativo. Ademais, a teoria tridimensional de Fraser - que congloba injustiças oriundas da representação, do reconhecimento e da redistribuição - revela maior alcance teórico para compreender e para criticar categorias binárias e as estruturas de poder institucionalizadas e estabelecidas por formas de subordinação de status que são ideologicamente reproduzidas em julgados do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribuna...

Patologização Da Transexualidade Sob a Ótica Jurídica: Mal (Des)Necessário

Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, 2017

Este artigo trata da patologização da transexualidade, fato cuja problemática tem sido ignorada para viabilizar a realização do tratamento transgenitalizador pelos meios públicos. A pesquisa objetiva definir a transexualidade para, em seguida, apontar o problema de sua incursão como patologia e, ao mesmo tempo, a solução desta inclusão patológica no auxílio da realização da cirurgia de redesignação sexual pelo Sistema Único de Saúde - SUS. Aponta-se a ofensa direta à dignidade da população trans e os supostos benefícios decorrentes da situação posta. O trabalho, bibliográfico e documental, desenvolve-se a partir dos métodos indutivo e dedutivo.

O analista em cena: uma clínica da transexualidade mais além do diagnóstico

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2019

As produções psicanalíticas sobre a transexualidade têm crescido exponencialmente, entretanto, resta uma lacuna sobre o que orienta o fazer dos analistas que recebem sujeitos trans em seus consultórios. Partindo da análise crítica de um relato clínico, teceremos uma hipótese, com Butler e Laplanche, relativa ao por que das dificuldades encontradas em nosso fazer teórico e prático sobre a transexualidade. Concluiremos com uma reflexão sobre o potencial ético e político da psicanálise em uma clínica mais além do diagnóstico “trans”.