"A turbulência que se aprofunda ao nosso redor" (original) (raw)
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Das atmosferas, acasos e turbulências
Gragoatá, 2011
O artigo explora alguns aspectos da cultura “somática” contemporânea, expressos de modo significativo na literatura anglo-saxônica recente. Para tal, analisa o romance Atmospheric Disturbances, de Rivka Galchen, editado em 2008. A crescente ênfase cultural e midiática no plano material do corpo - em especial nas redes neuronais do cérebro, em hormônios e genes –, acionada para se dar conta de todas as esferas da experiência humana, fornece roteiros de subjetivação de cunho biologizante. Novas síndromes descritas e catalogadas de modo proliferante tendem a medicalizar e a domesticar estranhamentos e ambiguidades elaborados há séculos, sob outras claves, pela cultura letrada ocidental (da literatura à psicanálise). A leitura crítica do romance de Galchen permite ressaltar questões éticas, políticas e filosóficas implicadas no processo de naturalização e de progressiva desespiritualização do fenômeno humano, presente na cultura contemporânea.
Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 2008
Quando um objeto intercepta a luz do Sol, a sua sombra sobre um anteparo diminui de tamanho à medida que aumenta a distância entre ele e o objeto. Finalmente, a uma distância grande comparada com as dimensões do objeto, a sombra deixa de existir. Apesar de o efeito ser bem conhecido no contexto da Astronomia, relacionado aos eclipses do Sol e da Lua, ele surpreende a nossa intuição quando produz silhuetas deformadas de objetos conhecidos. Neste artigo, apresentamos uma explicação para este sutil efeito, baseada na Óptica Geométrica. Abordamos também a questão das sombras nos eclipses da Lua e do Sol.
Opiniães, 2016
Poema. Texto crítico de Andréa Catrópa, Edilson Moura e Lucius Provase.
“Nós De Dentro Do Território Viemos Para Tensionar”
Revista Escritas
Este trabalho configura-se como registro e diálogo com uma das maiores lideranças políticas na luta pelo território quilombola do Brasil. Para tanto, recorre às reflexões propostas por Fátima Barros, em um evento acadêmico, cujos saberes de luta política e acadêmicos convergem para uma compreensão dos elementos raciais, de classe, de gênero, entre outros, que consolidam a desigualdade social e limitam o acesso aos direitos civis. Como movimento de documentação, aprendizagem e coparticipação, este texto polifônico materializa-se a partir dos esforços e do diálogo das Coletivas Raimundas. Ouvir e aprender com as lideranças mulheres é entender como essas vozes, muitas vezes fora da lógica de legitimação acadêmica, constituem-se como ponto fundamental para a luta e teorização decolonial.
Ciranda de experimentações: giros que ressoam forças
Educação e Filosofia, 2017
Este artigo é atravessado por pensamentos e experimentações que circulam nas oficinas de criação com imagens e escritas literárias do Núcleo de Leitura "Fabulografias" da Associação de Leitura do Brasil. Um texto atravessado também pelos conceitos de acontecimento e fabulação de Gilles Deleuze, e pelo desejo de, pelas imagens e palavras, extrair forças-áfricas, gerar movimentos de criação coletiva. Tomamos como tema das oficinas as africanidades que se fabulam na literatura, no cinema e na fotografia brasileira e de países africanos lusófonos: Angola, Moçambique, Guiné-bissau, Cabo-Verde. A partir do encontro com algumas destas formas singulares de ficcionar os fatos históricos e culturais e de 'habitar' a língua portuguesa, convidamos pessoas-estudantes, professores, artistas, pesquisadores-a produzir fotografias, vídeos e escritas literárias na ressonância das obras artísticas. Aposta-se nestas produções para a ampliação e pluralização dos sentidos das identidades afro-brasileiras como potência da estética do acontecimento e suas forças em devir. Palavras-chave: Deleuze. Fotografia. Africanidade. Ciranda de experimentaciones: giros que resuenan fuerzas Resumen: Éste artículo es atravesado por pensamientos y experimentaciones que circulan en los talleres de creación con imágenes y escrituras literarias del Nú
O drama da circulação e a permanente agitação nas ruas
Revue Interdisciplinaire de Travaux sur les Amériques, 2016
No Brasil, não houve uma reforma urbana que remodelasse as cidades e democratizasse seu acesso. Nesse sentido, tem sido pouco explorada a vinculação entre o atual inferno urbano, as recentes mobilizações e as respostas do Estado em termos de política urbana. No presente trabalho, propomos uma análise que integre esses três elementos, acreditando que muitos dos protestos que agitam as ruas brasileiras estão relacionados à não oferta de novos direitos urbanos – e embasaremos o argumento examinando as “jornadas de junho de 2013” e os “rolezinhos” de jovens das periferias. Para nós, essa incapacidade estatal está relacionada às necessidades da acumulação capitalista, que subordinou qualquer política para as cidades. A partir desse entendimento, tributário da posição defendida por Francisco de Oliveira na Crítica à Razão Dualista (2003), criticaremos brevemente a visão getulista para as cidades e, de maneira mais alongada, a política urbana da ditadura de 1964 e dos governos democráticos subsequentes. Nosso exame se deterá nas políticas federais e municipais (destacadamente São Paulo).
Dialektiké, 2016
Da Ciranda litorânea, vivenciada na Praia de Jaguaribe –PE, Lia de Itamaracá pulveriza suas canções e alimenta a tradição da Dança da Ciranda pelos estados brasileiros e no exterior. Seus brincantes se dão a dança e em circularidade, trocam e tocam suas vidas, sua energia, seus movimentos. A partir da fenomenologia merleupontyana, lançamos um olhar sobre este fenômeno dançante.