Contributos para o conhecimento da arte rupestre do Vale do Côa. Novos dados sobre o Vale de José Esteves (Vila Nova de Foz Côa, Guarda) (original) (raw)
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Revista Portuguesa de Arqueologia, 2003
Desde a sua abertura em 1996, o Parque Arqueológico Vale do Côa (PACV) tem estado debaixo de intensa análise e crítica, por parte, na sua maioria, de arqueólogos portugueses e da comunidade local, nomeadamente no que concerne ao sistema de visita implantado no Côa, objecto de discussão neste artigo. Tendo em conta estas críticas e alguns exemplos dos diferentes resultados produzidos pelas estratégias de gestão implementadas noutros sítios de arte rupestre desta área do Nordeste português mas também no Mundo, o objectivo deste artigo será o de discutir a eficácia dos vários sistemas de acesso de visitantes numa perspectiva de preservação versus acesso público não perdendo de vista toda a realidade socio-económica ligada à gestão de recursos culturais mas também turísticos e como tal económicos. Sendo o grande público um dos principais interessados na gestão do Património Cultural (PC), é vital determinar as suas opiniões sobre os sistemas de acesso a estes locais em geral e aos sítios de Arte Rupestre em particular. Assim sendo, no âmbito deste artigo foi efectuado um inquérito de opinião que visa avaliar o grau de satisfação com a visita que o sistema implantado no Vale do Côa permite. Do mesmo modo, as ideias e sugestões dos parceiros e comunidade local acerca do desenvolvimento económico e a gestão das visitas no Vale do Côa serão também objecto de análise, recorrendo a entrevistas por nós efectuadas e a artigos publicados na imprensa regional e nacional. Considerando o acima mencionado, o intuito deste artigo será o de demonstrar que os sítios de Arte Rupestre, localizados ao ar livre ou não, devido à sua natureza específica, e nomeadamente os situados nesta zona da Península Ibérica, exigem abordagens particulares no que respeita à sua gestão e especialmente na implementação dos siatemas de acesso público.
2009
"Resumo Apresenta-se um ponto da situação relativamente ao conhecimento da Arte do Côa até Julho de 2006, com um historial da sua evolução desde os primórdios, com as primeiras e quase ignoradas referências dos anos 30 e 40, salientando-se a importância da prospecção sistemática para o recente salto quantitativo na quantidade de rochas decoradas conhecidas. Circunscreve-se e caracteriza-se geomorfologicamente a sua área de distribuição, centrada na junção entre os rios Côa e Douro. Caracterizam-se as metodologias de prospecção utilizadas e os diferentes constrangimentos que enfrentam, e apresenta-se uma descrição sumária da geomorfologia e da arte rupestre de cada um dos sítios conhecidos, assim como uma caracterização geral dos quatro grandes períodos cronológicos aqui representados. Conclui-se com a certeza que os 36 diferen- tes sítios e as 644 rochas inventariadas até esta altura são apenas uma fracção do total, e que muito falta ainda por descobrir e interpretar do extraordinário conjunto de gravuras e pinturas da abrangentemente chamada Arte do Côa. Palavras chave: Prospecção, Arqueologia rupestre, Arte do Vale do Côa, Arte Paleolítica, Arte da Idade do Ferro, Alto Douro português, Filiformes."
Portugália, 2014
RESUMO: Desde a sua descoberta que a arte rupestre da região do Côa não tem cessado de aumentar os seus números, que se traduzem neste momento em mais de 80 sítios, com uma quantidade de rochas historiadas que ultrapassa bastante o milhar de registos. Nas primeira e segunda partes deste trabalho apresentamos uma descrição dos sítios dispersos ao longo dos dois eixos principais da distribuição da arte rupestre, os rios Côa e Douro, respectivamente. Nesta terceira e última parte apresentamos o ponto da situação do inventário e as conclusões, com uma resenha sobre o conhecimento obtido sobre cada um dos quatro períodos cronológicos da arte do Côa, e ainda uma adenda com os novos dados do inventário entretanto obtidos. Palavras-chave: Arte Rupestre; Vale do Côa; Prospecção. ABSTRACT: Since its discovery, the rock art of the Côa region has not ceased to increase its numbers, which are reflected at this point in more than 80 sites, with a quantity of engraved rocks that quite exceeds one thousand records. In the first and second parts of this paper we presented a description of the sites scattered along the two main axes of the rock art distribution, the rivers Côa and Douro, respectively. In this third and last part we present an inventory update and the final conclusions, with a review on the knowledge obtained on each of the four chronological periods of the Côa rock art, and also an addendum with the new inventory data obtained in the meantime. Keywords: Rock-art; Côa Valley; Archaeological Survey.
2017
São poucos os lugares de arte rupestre conhecidos na bacia do rio Cávado. Tornando-se crucial a divulgação de sítios inéditos, são apresentados novos dados relativos a lugares com gravuras rupestres no concelho de Barcelos, distrito de Braga. Considerado como a representação clássica de Arte Atlântica, o complexo da Quinta de Paranho conjuga círculos concêntricos, círculos segmentados e covinhas. Motivo raro nesta área geográfica, a representação de um possível equídeo, surge no corpo da capela de Santiago de Moldes. Por fim, em Campo de Moinhos ocorre a representação de outro raro motivo, uma mão com antebraço. Entre outras considerações, os dados revelam uma ampla tradição na gravação de afloramentos nesta área, entre a Pré-história Recente e a Proto-história ou mesmo época posterior. A presença de um equídeo, a sul da bacia do rio Lima, considerada a “fronteira” destas representações, permite colocar a hipótese de que a expansão deste tipo de motivos possa ter ocorrido de norte para sul, quiçá por via marítima.
2008
"Resumo Nos inícios de 2005 o Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART) começou a prospecção sistemática da zona envolvente à Foz do Côa. Para além do seu óbvio interesse arqueológico, sabe-se que esta zona albergará o futuro Museu de Arte de Arqueologia do Vale do Côa e deveria, portanto, ser exaustivamente prospectada. Os resultados deste trabalho, que ainda prossegue, serão agora apresentados pela primeira vez, confirmando as principais ideias que desde há anos vimos defendendo relativamente à dispersão espacial e ordenamento cronológico da arte rupestre do Baixo Côa. Embora não se tenham ainda realizado os trabalhos de levantamento da arte rupestre entretanto detectada, pode afirmar-se desde já que a Foz do Côa constituiu-se como a maior aglomeração de rochas historiadas de todo o Baixo Côa, distribuídas fundamentalmente pelo período final do Paleolítico superior (fase Magdalenense) e pela Idade do Ferro. palavras-chave: Prospecção; Arte rupestre; Paleolítico; Idade do Ferro"
Um contributo para o conhecimento da arte rupestre da região
2015
Os estudos ligados à Arqueologia angolana, levados a cabo por vários estudiosos ao longo dos últimos sessenta anos, em várias regiões do território angolano, revelaram o grande potencial arqueológico que o país possui. A província do Namibe revelou e ainda tem estado a revelar uma grande riqueza no campo arqueológico, com várias estações de indústria lítica e arte rupestre espalhadas em quase toda a extensão da província, desde o limite norte ao limite sul, facto que comprova a antropização deste território, desde tempos muito recuados. Importa realçar que, na actual fase de estudos da arte rupestre, o Namibe é das províncias de Angola que maior número de sítios revelou. A estação do Tchitundu-hulu compreende 4 sítios: Tchitundu-hulu Mulume (gravuras expostas ao longo da superfície rochosa, bem como um abrigo com pinturas no alto do morro), Tchitundu-hulu Mucai (pinturas no interior do abrigo e gravuras no cimo do morro), Pedra da Zebra e Pedra da Lagoa (ambas com gravuras). As difi...