O debate sobre as eleições municipais de 2020 no Brasil e a pandemia da Covid-19 (original) (raw)

Reeleição de prefeitos e o enfrentamento à pandemia de Covid-19 em 2020

Scielo Preprints, 2022

A pandemia de covid-19 afetou o sucesso ou fracasso dos candidatos à reeleição nas eleições municipais de 2020? Para responder a essa pergunta, testamos a influência de variáveis de cinco dimensões: características individuais dos candidatos, fatores políticos municipais, questões socioeconômicas e de governança, bem como indicadores contextuais da pandemia no desempenho daqueles que tentaram renovar seus mandatos. A pesquisa circunscreveu 3.032 municípios em que prefeitos participaram da disputa eleitoral. Os seguintes fatores influenciaram positivamente a reeleição: tamanho da população, campanhas e gastos com saúde e educação. Com efeitos negativos, a competição eleitoral e o gênero do chefe executivo. Concluiu-se que os aspectos que de fato, determinaram a reeleição estão relacionados a atributos individuais do candidato e às características socioeconômicas e políticas do município, e não a fatores diretamente ligados à pandemia, como casos confirmados ou mesmo óbitos.

Eleições municipais e crise nacional: disputas eleitorais no Brasil de 2016

Sociedade e Estado

Resumo O ano de 2016 foi marcado por uma eleição municipal em meio a uma das maiores crises política e econômica desde a redemocratização brasileira, no início dos anos 1980. Um dos partidos mais afetados pela crise nacional foi o Partido dos Trabalhadores, que estava no poder. Resta saber o quanto a visibilidade negativa do partido na arena nacional impactou nas disputas locais. O artigo pretende analisar os resultados das eleições de 2016 a partir de variáveis agregadas. Utiliza-se o índice de democratização para identificar padrões de democracia local e para associar o desempenho dos principais partidos a esses padrões. O objetivo é verificar que partidos conseguiram melhores resultados na atual conjuntura política. São analisados os desempenhos dos candidatos a vereador e a prefeito, nos 5.600 municípios do país.

2019, Revista Sociedade e Estado. Eleições municipais e crise nacional: disputas eleitorais no Brasil de 2016

Revista Sociedade e Estado, 2016

O ano de 2016 foi marcado por uma eleição municipal em meio a uma das maiores crises política e econômica desde a redemocratização brasileira, no início dos anos 1980. Um dos parti-dos mais afetados pela crise nacional foi o Partido dos Trabalhadores, que estava no poder. Resta saber o quanto a visibilidade negativa do partido na arena nacional impactou nas disputas locais. O artigo pretende analisar os resultados das eleições de 2016 a partir de variáveis agregadas. Utiliza-se o índice de democratização para identificar padrões de democracia local e para associar o desempenho dos principais partidos a esses padrões. O objetivo é verificar que partidos con-seguiram melhores resultados na atual conjuntura política. São analisados os desempenhos dos candidatos a vereador e a prefeito, nos 5.600 municípios do país. Palavras-chave: Eleições locais. Brasil, 2016. Partidos políticos. Municipal elections and national crisis: electoral disputes in Brazil in 2016 Abstract: The 2016 marked the impeachment of President Dilma Rousseff (PT) and one of the hardest political crises since the Brazilian redemocratization in the early 1980s. One of the parties most affected by the national crisis was the "Partido dos Trabalhadores". It remains to be seen how much the negative visibility of the party in the national arena has impacted local disputes. The article intends to analyze the results of the 2016 elections from aggregated variables. The democratization index is used to identify patterns of local democracy and to associate the performance of the major parties with these standards. The objective is to verify which parties have achieved better results in the current political conjuncture. The performance of candidates for councillor and mayor in the 5,600 municipalities in 2016 elections is analyzed. A s eleições municipais brasileiras desempenham um papel importante para o sistema representativo; elas são as disputas de meio-termo que come-çam a organizar partidos e candidatos para as eleições regionais e nacio-nais que acontecem dois anos depois. Como o Congresso Nacional, as assembleias legislativas, os governos estaduais e a Presidência da República são disputadas

A pandemia da Covid-19, a disputa política e as eleições 2020 na Região Metropolitana de Natal (RN, Brasil)

RESEARCH, SOCIETY AND DEVELOPMENT, 2020

A pandemia da Covid-19, a disputa política e as eleições 2020 na Região Metropolitana de Natal (RN, Brasil) The Covid-19 pandemic, the political dispute and the 2020 elections in the Metropolitan Region of Natal (RN, Brazil) La pandemia Covid-19, la disputa política y las elecciones de 2020 en la Región Metropolitana de Natal (RN, Brasil)

Combate à pandemia de covid-19 e sucesso eleitoral nas capitais brasileiras em 2020

Revista Brasileira de Ciência Política, 2021

O artigo propõe analisar o sucesso eleitoral de candidatos às prefeituras das capitais brasileiras em 2020. As eleições de 2020 foram realizadas em um contexto de pandemia de covid-19, em que os prefeitos tiveram de adotar medidas para minimizar efeitos da crise de saúde pública. Por isso, buscou-se explicar o sucesso eleitoral por meio de quatro condições básicas: aprovação do prefeito; grau de restrição das medidas de isolamento social; alinhamento do prefeito com o presidente; e taxa de óbitos por covid-19 por 100 mil habitantes. Para testar o modelo, utilizou-se a Qualitative Comparative Analysis (QCA) para compreender as diversas configurações possíveis para se explicar o sucesso eleitoral nas capitais. Encontrou-se que as capitais com prefeitos bem avaliados e baixas taxas de óbitos elegeram candidatos da situação, ainda que outras configurações também tenham levado ao sucesso eleitoral desses candidatos.

Nota Técnica Nº 36 - As eleições municipais e a pandemia de Covid-19: Alternativas de ação e possíveis impactos

Ipea, 2020

A pandemia de Covid-19 provavelmente tornará necessário adiar as eleições municipais deste ano, marcadas para começar no primeiro domingo de outubro. Como o país entrou em fase de aceleração aguda da pandemia, e, segundo a previsão do Ministério da Saúde, ela somente começará a diminuir significativamente em setembro (Brito e Soares, 2020), há risco elevado de ela prejudicar etapas importantes do calendário eleitoral, inclusive o próprio pleito. Logo, devem-se considerar alternativas para adiar as eleições municipais. Esta breve nota discute três alternativas de ação para as eleições municipais em meio à pandemia: i) manter o calendário atual; ii) adiar as eleições por poucas semanas ou meses, sem prorrogar os atuais mandatos; ou iii) adiá-las para 2022, unificando-as com os pleitos estaduais e federais. Conclui-se que a segunda alternativa é a mais adequada, por ser a única que permite conciliar as precauções de saúde com garantias democráticas, além de estar mais de acordo com o padrão de resposta de diversos países.

Violência política e eleitoral nas eleições municipais de 2020

Revista Brasileira de Ciências Sociais

Resumo O artigo analisa a violência política durante o ciclo das eleições municipais brasileiras de 2020, com dois objetivos: discutir teoricamente a violência eleitoral como um tipo específico de violência política; e medir a incidência de cinco modalidades de violência (homicídios, atentados, ameaças, agressões e sequestros) contra lideranças políticas locais, a partir do monitoramento diário da imprensa. No total, foram identificados 485 casos entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. As vítimas são majoritariamente do sexo masculino, brancos, com alta escolaridade, dos pequenos municípios e filiados a partidos da centro-direita. No entanto, o modelo log-linear estimado sob o paradigma bayesiano revela que a chance de um homicídio ocorrer é maior contra políticos não brancos e de baixa escolaridade.

Coluna O Brasil das eleicoes municipais de 2020 Brasil de Fato

Brasil de Fato

As eleições municipais são uma de nossas mais marcantes características, principalmente em razão de termos a única Constituição onde o poder local integra a Federação, sem distinção hierárquica, porém com competências diferentes. Reflexões clássicas como a de Victor Nunes Leal, Francisco José de Oliveira Vianna, e Maria Isaura Pereira de Queiroz dedicaram-se ao estudo do poder local e seus impactos na vida nacional. No cenário do poder da comunicação atual, não parece que estas eleições municipais tenham a capacidade de determinar o que acontecerá com as próximas eleições nacionais de 2022. Mas o que se deu no panorama eleitoral municipal de 2020 oferece pistas do que está por vir. Diante das significativas perdas eleitorais e políticas da esquerda e da centro-esquerda brasileiras de 2018, o que se viu em 2020 foi um alerta: se sinalizou o fim das perdas da esquerda em geral, por outro lado o que se viu foi o crescimento da direita. Não me parece acertado crer que uma “direita fascista” tenha perdido espaço para uma direita liberal. O crescimento de partidos como DEM e PSD revelam que o velho PFL, egresso da antiga Arena do regime militar, se fortaleceu. Dizer que tais origens culturais e políticas possuem compromisso com a manutenção da democracia e sua ampliação é outra conversa. Por esta razão, é que o caminho para a esquerda brasileira ainda está por ser construído, e é razoável compreender que as eleições municipais de 2020 fizeram soar o sinal de que algo necessita ser realizado, de forma urgente, sem perder a visão de que o enfrentamento deve começar agora