GARCIA, Uirá. Crônicas de caça e criação. São Paulo: Editora Hedra; Fapesp, 2018. (original) (raw)
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Maloca: Revista de Estudos Indígenas
A publicação de Crônicas de caça e criação, de autoria de Uirá Garcia, deve ser celebrada. O livro é o resultado da trajetória de pesquisa e reflexão do autor com os Guajá por cerca de quinze anos. Além de ser um texto bem escrito, detalhado e bastante denso, a etnografia cobre uma série de temas hoje centrais ao pensamento etnológico. GARCIA, Uirá. Crônicas de caça e criação. São Paulo: Editora Hedra; Fapesp, 2018.
Garcia, Uirá Felippe . Karawara, a caça e o mundo dos Awá-Guajá. 2010
Esta tese consiste na etnografia de um povo Tupi-Guarani da Amazônia Oriental, os Awá-Guajá, localizados no estado do Maranhão. Os Awá-Guajá são um povo fundamentalmente caçador, e a tese se debruça sobre as relações que estabelecem entre as atividades de caça e outros processos de vida, como o parentesco, através da idéia de rikô; e a cosmologia, através da idéia de karawara. Basicamente são examinadas: (1) as formas pelas quais os Awá se relacionam com seu território, e as concepções cosmográficas; (2) as formas de produção da pessoa humana; (3) a conjugalidade e a construção do parentesco; (4) a caça, como uma atividade central à vida; (5) e, finalmente, a relação dos humanos com um grupo de entidades não-humanas denominadas karawara.
2016
Resenhas das seguintes obras: LOSE, Alícia Duhá; MAZZONI, Vanilda Salignac. Atas da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia (1869 a 1879) e da Irmandade Nossa Senhora do Rosario, São Benedicto e Sant'Anna (1933). Col. Uma história escrita à mão, vol. I. Salvador: Memória e Arte, 2015, 184p. LOSE, Alícia Duhá; MAZZONI, Vanilda Salignac. Manuscritos do antigo Recolhimento dos Humildes: documentos de uma história. Col. Uma história escrita à mão, vol. II. Salvador: Memória e Arte, 2016, 172
Seminário Salvador e Suas Cores, 2021
Resumo: Este artigo resulta de uma intervenção urbana realizada em Florianópolis-SC, em 14/12/2020. Trata de uma errância na qual me propus a caminhar sobre as águas do Rio da Bulha desde sua foz até a nascente e nesse processo, corporificar os Tigres, ancestrais que construíram junto ao leito do rio um território de negritude em Desterro. Os Tigres eram escravizados responsáveis pelo transporte das águas servidas pela cidade, levavam sobre suas cabeças as bulhas carregadas de excrementos para depositar no rio, que com o contínuo despejo de esgoto passou a ser conhecido pelo mesmo nome do recipiente. As margens do rio foram ocupadas por cortiços e pela população empobrecida, mas obras sanitaristas do início do século XX expulsaram essa população dali que passou a ocupar os morros do entorno. Com o passar dos anos o rio foi tamponado, invisibilizado da paisagem assim com a presença da população negra no território. Junto à nascente do mesmo rio, foi construído o primeiro reservatório de água da cidade, que influenciou também na construção identitária do local que ficou conhecido como Morro da Caixa, um bairro negro de Florianópolis. A comunidade através da organização popular transformou o reservatório, que era uma marca do poder hegemônico, na primeira praça do bairro, inaugurada em 2019, demonstrando uma força ancestral de resistência e afeto pelo espaço agora público. Empresto o meu corpo e minhas marcas de negritude para homenagear e ir de encontro aos tigres contemporâneos ao atravessar este rio, que também me atravessa, apresenta-se a narrativa rrante sobre o caminho dos Tigres em formato de artigo e vídeo (link:https://youtu.be/3XTPGfEwHzs)
Narrativas ficcionais de Tunga
2016
As an object of study here, we have " Teresa " a work of art created by Tunga. readable and visible elements derive from a baroque aesthetic where excess tear the artistic boundaries: from sculpture to installation, design to performance , video to text, scenic manifestations to sound plastic-experiences, is work comes to meet a poetic where the agglomeration is imposed as a provocative spark. Art work of formal and conceptual complexity , as part of an aesthetic constellation that sets up a space of an expanded concept of art.
2017
A presente comunicação apresenta conclusões parciais do desenvolvimento da pesquisa "A construção medieval da memória de santos venerados na cidade do Rio de Janeiro: uma análise a partir da categoria gênero", financiada pela Faperj, com foco em Luzia de Siracusa. Segundo a tradição hagiográfica, Luzia era uma jovem que, por recusar o casamento e dedicar sua vida e bens ao Deus Cristão, foi martirizada. Como apontam os testemunhos, Santa Luzia foi cultuada desde o século IV. A versão mais antiga de sua paixão, redigida em grego, data do século V, e foi, provavelmente, composta na Sicília. Seu culto expandiu-se pelo Ocidente, chegando até o Brasil. A memória de santidade de Luzia está presente no Rio de Janeiro desde os primeiros anos da presença portuguesa na região e, até hoje, a cidade possui diversas paróquias e ruas dedicadas à mártir. Um texto produzido no medievo teve um papel fundamental na difusão do culto à Santa Siciliana: a Legenda Áurea, compilação de hagiografias elaborada sob a coordenação do dominicano Jacopo de Varazze, que alcançou grande difusão ao final do Medievo entre distintos grupos sociais. Neste texto, apresento uma proposta de leitura do capítulo dedicado a Santa Luzia nesta obra a partir da categoria gênero, discutindo se o saber sobre a diferença sexual é um aspecto presente na construção da narrativa e, por extensão, da memória de santidade da mártir.