Os think tanks brasileiros e a agenda de política externa de Lula da Silva e Rousseff para a África (original) (raw)

A fundamentação teórica sobre os think tanks segue arraigada à experiência pioneira estadunidense como tipo ideal, embora estudos de caso, vide Reino Unido, França e mesmo Brasil, mostrem situações distintas. Este trabalho propõe, considerando o objetivo de tais instituições de influenciar e modelar ação de atores políticos com base em sua expertise, adentrar na produção ideacional contemporânea dos think tanks brasileiros sobre as relações Brasil-África durante os governos Lula da Silva e Rousseff 3. Uma revisão teórica sobre os think tanks é seguida da apresentação do conteúdo das produções de CEBRI, BPC, Igarapé e IPEA acerca da agenda brasileira para África. A pesquisa está centrada em produção escrita, artigos, relatórios mais detalhados sobre o continente, considerando como ponto de convergência entre as produções os tópicos de cooperação sul-sul e oportunidade de internacionalização para as empresas brasileiras. Apesar da importância da África para o período analisado, o tema aparece restrito a poucos think tanks, que apontam para continuidade discursiva entre as gestões de ambos os governos, sendo, este último, responsável pelo redirecionamento estratégico, prevalecendo as relações empresariais a despeito da cooperação sul-sul.