Representações e discursos sobre Amazônia na arte contemporânea: análise da cobertura jornalística sobre o trabalho dos artistas-xamãs (original) (raw)

Artes e Mídias: um panorama por pesquisadores da Amazônia brasileira

2020

EDUFTA coletânea tem como objetivo apresentar aos públicos lusófono e anglófono os modos como artistas-pesquisadores que vivem e trabalham na região amazônica vêm compreendendo as relações entre formas de arte, mídias e tecnologias digitais, seja em seu contexto imediato, seja quando em deslocamento por outras paisagens. A vivência dos fazeres artísticos e universitários na amazônia brasileira é a lente pela qual esses autores olham e interpretam suas produções e, eventualmente, as de outrem - inclusive produções de caráter artístico-pedagógico, irremediavelmente associadas às práticas criativas e investigativas quando se tratam de artistas-pesquisadores

Jornalismo Do G1/ACRE: Um Estudo Sobre Imaginário e Representações Na Amazônia Acreana

2017

O presente estudo esta vinculado ao projeto de pesquisa “Imaginario na Amazonia: um estudo sobre as representacoes produzidas pelo jornalismo do G1/Acre”, cadastrado na Fundacao de Amparo a Pesquisa do Acre (FAPAC). O artigo propoe um debate sobre as representacoes e o imaginario da Amazonia brasileira, enfatizando a regiao Sul-Ocidental, onde esta localizado o Acre. Sabe-se que desde a chegada dos primeiros europeus, a regiao e observada pela dicotomia inferno/paraiso tropical e sua populacao e identificada como exotica, pitoresca e primitiva. Diante disso, a proposta de pesquisa e analisar se as narrativas jornalisticas ajudam na manutencao dos pre-conceitos ou se sao criadas novas possibilidades de interpretacao sobre o Acre. Para propor a reflexao, serao estudados seis textos noticiosos publicados no G1/Acre sobre aspectos da regiao amazonica acreana. O periodo de estudo compreende materias publicadas entre os anos de 2014 a 2016. Faz-se uso de Roger Chartier para estudar repres...

O local entre estética e política: arte contemporânea e Amazônia em debate

Artigo publicado em 2017 nos Anais do Encontro da ANPAP. Este trabalho busca refletir sobre as relações entre estética e política na arte contemporânea, partindo da Amazônia enquanto temática. Investiga-se obras de Antônio Botelho, Marcone Moreira e duo Raio Verde, em três exposições realizadas em 2016 em diferentes cidades (Marabá, Rio de Janeiro e São Paulo), mas vinculadas à discussão política sobre a região. As estratégias artísticas (dimensão estética, indicialidade, hipertextualidade e multimidialidade) adotadas nos diferentes exemplos são comparadas, de modo a analisar como essa produção busca assumir um teor político.

Estética assombrada: um olhar sobre a produção artística contemporânea na Amazônia brasileira

Este artigo trata da arte contemporânea realizada em cidades da Amazônia brasileira, identificando na mesma produções que podem ser agrupadas sob o conceito de estética assombrada. Formula-se este conceito, exemplificando o mesmo por meio de obras e práticas artísticas das décadas de 1960 a 1980. Busca-se, também, discutir instrumentos historiográficos e teóricos apropriados para o estudo da arte contemporânea.

Artista viajante: alguns casos na Amazônia

2016

We start from an understanding of the idea of a traveling artist in the Amazon region in northern Brazil, to think undertaken some processes that culminated in the production of works and aesthetic experimentation, forging certain identity for the region. So we started talking about the artists and scientists-travellers, that among the XVI and XIX centuries inscribed, on their own way, the landscape, the manners of a Brazil that was emerging, confirming to build an image and a Brazilian identity. The purpose of this article is to address, through some works of traveling artists of yore and today, this process of identity construction.

Retratos próprios e desconhecidos: experiências de fronteiras (?) e diálogos artísticos nas Amazônias Ocidental e Oriental

O presente trabalho apresenta uma interpretação crítica e social de dois projetos artísticos apresentados na cidade de Popayán, Colômbia, localizada na Amazônia Ocidental, em diálogo com outro projeto visual realizado na cidade de Belém, Pará, Brasil, território pertencente à Amazônia Oriental. Em termos conceituais, o mesmo será amparado por alguns eixos de pensamentos críticos como os de Clifford Geertz, Raymond Williams, Pierre Bordieu, Chantal Mouffe, Ernesto Laclau, Mikhail Bakhtin e Nestor García Canclini, bem como buscará destacar uma metodologia polifônica, em muito articulada com alguns dos pressupostos da participação de distintos sujeitos para um agenciamento liminar do pensamento Latino Americano. É sob estes marcadores contextuais, portanto, que a pesquisa se alia a uma operação interpretativa para se rascunhar e debater aproximações e distanciamentos alocados no interior destas Amazônias, cujas visibilidades dão sustentação para horizontes dinâmicos, talvez mais inclusivos e menos autoritários.

A REPRESENTAÇÃO DO RIO 'DAS' AMAZONAS NA CARTOGRAFIA QUINHENTISTA: ENTRE A TRADIÇÃO E A EXPERIÊNCIA

Este trabalho versa sobre a representação do Rio Amazonas ao longo do século XVI. Buscou-se realizar um panorama dos mapas-múndi e regionais em que o rio-mar aparecia figurado. Assim, os exemplares manuscritos e impressos por cartógrafos como Juan de La Cosa, Martin Waldseemuller, Lopo Homem, Diogo Ribeiro, Sebastião Caboto, Gerardus Mercator, Abraão Ortelius, Luís Teixeira, entre outros foram estudados. A linha de pesquisa baseou-se na Nova História Cultural e as suas problemáticas inerentes. Os mapas foram compreendidos dentro de uma representação que refletia o imaginário daquela época. Ou seja, o conjunto imagético que compunha o repertório cognitivo daqueles indivíduos e de sua sociedade da qual os mapas são testemunhas. Este conceito alia-se à metodologia empreendida por Brian Harley. Estudioso dos mapas, este propôs uma forma de abordar os mapas não como espelhos da natureza, mas como discursos humanos carregados de sentidos intrínsecos. Assim, o objetivo, ao se estudar a representação cartográfica do Rio Amazonas, foi perceber de que maneira uma tradição cartográfica provinda do Medievo e da Antiguidade Clássica influenciaram os mapas do século XVI. Em paralelo, procurou-se verificar também a influência da experiência náutica e o conhecimento dos espaços do Novo Mundo, e, em especial, da região amazônica. Estes dois grandes aspectos são abordados nos dois primeiros capítulos desta dissertação. No terceiro realiza-se um balanço destas influências aliando-se a questão particular dos cartógrafos quinhentistas. Como o seu contexto gerava questões particulares e como teriam influído no produto final. Representar o Rio das Amazonas, como ficou conhecido no século XVI, seria estar diante de dados novos de uma parte do mundo recém conhecida e, como as novidades não davam conta de tudo, os espaços contavam com dados provindos de uma retórica cartográfica baseada em um simbolismo próprio. Além disso, havia as questões inerentes ao próprio interesse do autor, as chamadas intencionalidades do indivíduo. Desta forma, este estudo visa ser uma pequena contribuição aos novos rumos das pesquisas históricas envolvendo os mapas.

Práticas de re-existência e opção decolonial nas artes da Amazônia: indígenas pintoras e redes de circulação locais/globais de saberes e objetos

No Embalo da Rede: Trocas Culturais, História e Geografia Artística do Barroco na América Portuguesa. Sevilha, 2020

Este trabalho apresenta alguns resultados de pesquisa acerca da agência das mulheres indígenas pintoras de cuias e produtoras de vernizes, nas artes do período colonial na Amazônia. São reflexões reunidas em textos anteriores, já publicados ou não, entre 2009 e 2020, e revisados no âmbito do Projeto Jovem Pesquisador FAPESP Barroco Cifrado. As intensas redes de trocas culturais na região – ativas desde o tempos pré-coloniais entre diferentes povos indígenas – ganharam novos atores a partir da primeira mundialização no século XVI. Levando em conta o giro historiográfico em direção à história da arte global – sem perder as características locais de cada experiência – , assim como os desafios da decolonização e a opção por evidenciar as práticas de re-existências artísticas e culturais em processos de longa duração; colaborar para destacar a contribuição, quase sempre cifrada e muitas vezes ocultada das tradições culturais dos povos da Amazônia e das mulheres indígenas no contexto colonial. O problema envolve, portanto, um estudo mais aprofundado da história local, das circulações, trocas e apropriações de modelos e materiais europeus e/ou orientais e/ou da terra (em cuias e vernizes), das transformações ocorridas a partir do conhecimento, da criatividade e do trabalho de artistas indígenas, africanos e mestiços, e das manifestações mais recentes das culturas caboclas e ribeirinhas. Disponível em: https://rio.upo.es/xmlui/handle/10433/8780

Desenhando Na Amazônia: Mediações Educativo-Culturais Entre Imagem e Imaginário

Interfaces, 2019

RESUMO: Neste ensaio, a Amazônia, mais do que um lugar, é tratada como espaço de cultura visual no qual conceitos de imagem e imaginário constituem um movimento constante de convergência e difusão de sentidos e significados culturais. Os desenhos, como produção visual autoral de uma professora-artista, são analisados como mediação educativo-cultural entre sujeitos que retratam aspectos das relações simbólicas da Amazônia amapaense deslocando seus modos de ver, pensar e refletir criticamente sobre o espaço social de vivência, explicitando posições divergentes dos discursos e abordagens imagéticas estereotipadas que se reproduzem desde o início da colonização do Brasil.

Apresentação do dossiê temático: “Arte: poder e política na Amazônia”

Wamon - Revista dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas, 2020

A ideia da temática deste dossiê foi elaborada em meio ao período difícil da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Os problemas causados pela Covid-19 em todo o mundo são devastadores. No Brasil, desde o primeiro caso oficialmente registrado, na segunda semana de março de 2020, depois de onze meses entre fases mais drásticas e não tão menos nefastas, já chegamos a mais 200 mil óbitos causados pela pandemia. Não há uma política responsável do governo federal para conter o avanço do vírus e nem para seguir as orientações de prevenção da Organização Mundial da Saúde-OMS e do Ministério da Saúde. A cada mês aumenta a gravidade desse problema trágico e a providência da vacina contra o coronavírus para população segue incerta. Os dados dessa situação têm aflorado o exacerbado processo das desigualdades nos grupos sociais em diversas capitais do país. Dentro desse contexto, as atividades artísticas, trabalhos criativos e produção de espetáculos foram os mais afetados pelos impactos da pandemia. Na Amazônia, muitos festivais foram cancelados e eventos culturais presenciais paralisados em todo o Brasil, devido aos protocolos de distanciamento social e contenção da covid-19, pois muitos artistas inseridos em diversas categorias pararam de cantar, dançar, performar, tocar e o ritmo de apresentações foi totalmente afetado. O Amazonas, foi um dos estados mais agredidos pela pandemia, tornando-se o epicentro do norte do país, pelo elevado número de infectados e de óbitos. A situação ficou tão complicada e grave que muitos artistas passaram e estão passando por necessidades de sobrevivência, principalmente aqueles que trabalham nos barracões das escolas de samba, galpões das associações folclóricas de boi-bumbá e agremiações que congregam as diversas categorias de artistas especialistas, escultores, costureiras, marceneiros, pintores, soldadores, assim como também, músicos de bares, tecladistas, oficineiros, capoeiristas e integrantes de grupos folclóricos, que em sua maioria, ficaram de fora dos recursos ofertados pela Lei Aldir Blanc, que é um mecanismo de apoio do governo federal, pelo fato de não dominarem as exigências e burocracias dos editais de seleção de projetos de execução emergencial. Perdemos pessoas memoráveis para a Covid-19 na pandemia, a exemplo do artista plástico, pesquisador e liderança indígena do Alto Rio Negro, Feliciano Lana, assim como cantores de boi-bumbá, sambistas, coreógrafos, dançarinos, músicos, compositores, literários, dentre outros. Vivemos tempos sombrios e de injustiças sociais em todos os aspectos desumanos que se agravaram ainda mais nestes tempos de pandemia, com pessoas cada vez mais vulneráveis à morte, ao desemprego, às sequelas da doença, à precariedade, à fome e à violência.