Mapeando religião na cidade: reflexões sobre a criação de templos religiosos na cidade do Rio de Janeiro entre 2006 e 2016 (original) (raw)
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Religião & Sociedade
Resumo: Neste artigo, procuramos inventariar o perfil e o posicionamento público dos jovens participantes de eventos religiosos de massa, ocorridos na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2013 e 2016. Mais especificamente, trata-se de tornar público e aprofundar as análises de um conjunto de dados auferidos pelo projeto “As novas configurações da religião no século XXI”. Para os objetivos que perseguimos neste artigo, focaremos nossas atenções no conjunto de dados que permitem traçar o perfil sociodemográfico dos participantes, bem como os que revelam a sua opinião a respeito de temas controversos. Neste sentido, pretendemos compreender o contraste entre a opinião pública de grupos religiosos ligados às igrejas pentecostais e a de grupos ligados a outras denominações religiosas.
Research, Society and Development, 2020
As religiões assumem papel de destaque frente à formação cultural da sociedade, influenciando na forma do homem se relacionar com o espaço. Desse modo, estudar o espaço urbano considerando a perspectiva do Sagrado possibilita um entendimento particularizado da cidade. Este trabalho tem como recorte de estudo a cidade de Teresina, na contemporaneidade, e intenta compreender como as religiões se territorializam nesta capital. Assim, tem-se como objetivo apresentar um panorama da territorialização das religiões no espaço urbano de Teresina. Foram selecionadas para a pesquisa: as religiões de matriz africana, tais como a Umbanda e o Candomblé; a Igreja Católica; as igrejas evangélicas neopentecostais Assembléia de Deus e Igreja Universal do Reino de Deus; e a Igreja Batista, protestante tradicional. A partir de uma abordagem qualitativa, buscou-se mapear os
Um Plano Urbanístico que Destrói Igrejas: O caso da Igreja do Rosário de Campinas-SP
V CONGRESSO DE HISTÓRIA LOCAL: CONCEITO, PRÁTICAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE - LIVRO DE RESUMOS , 2021
O conceito conhecido como “arrasa quarteirão” foi utilizado como uma prática urbanística muito recorrente usada no Brasil, como modelo de uma política higienista e moderna. Muitas cidades com construções coloniais viram todo seu patrimônio histórico destruído como uma prática de planos urbanísticos. Alguns casos, dos mais conhecidos, foram os das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. A principal ideia era trazer um ar de modernidade. No contexto do desenvolvimento industrial, esta ideia contribuiu para a formação de um plano de melhoramento urbanístico para a cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo, na década de 30. Na época, o então prefeito Orosimbo Maia contrata o arquiteto Anhaia Melo para criar o primeiro plano urbanístico da cidade. Logo após sua contratação, com a Revolução Constitucionalista de 1932 há um atraso na conclusão do projeto. Somente em 1934, Campinas teria a contratação de um novo engenheiro, Prestes Maia. Com a elaboração do novo plano de melhoramento urbanístico, a prefeitura deveria começar a colocar em prática tais ideias; propunha novos eixos no sistema viário que acabaria destruindo grande parte de um patrimônio arquitetônico presente na cidade até então. Inclusive, no eixo de intersecção de duas ruas a serem alargadas, estava a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, uma joia artística, fundada em 1812. Esta igreja havia sido remodelada a partir da vinda dos padres espanhóis da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) em 1899. O edifício religioso, de arquitetura eclética, possuía altares importados e pinturas da arte de beuron. O presente trabalho visa apresentar a relação do poder local com a aplicação do plano urbanístico de avenidas desenvolvido por Prestes Mais, destacando o convencimento da população local sobre a necessidade de demolição do edifício religioso e o processo de desapropriação da Igreja Rosário que ocorreu em 1956.
Editorial: Reconfigurações do Religioso na Paisagem Urbana
Religião & Sociedade, 2017
Neste número de Religião & Sociedade, se mantem a vocação da revista, pre-servada em cada volume ao longo de seus 40 anos de existência, de abordar arranjos nem sempre evidentes entre religião, territorialidades e os diferentes aspectos que compõem a vida social contemporânea. No dossiê Religião na Paisagem Urbana, os artigos apresentam, a partir de diferentes casos, processos de reconfiguração da paisagem citadina, nexos entre domínios ditos seculares e religiosos, além de nos per-mitirem observar como instituições e valores religiosos articulam a vida nas cidades. Assim, o religioso que pode parecer residual e encapsulado nas cidades modernas, emerge na vida social dessas localidades em diálogo estreito e muitas vezes conflitivo com atores políticos, econômicos e culturais.
Anais do Encontro da ARQUISUR, 2022
O artigo está inserido em pesquisa iniciada em 2019 sobre o papel da religião no modo como as pessoas percebem e se comportam no espaço urbano, e apresenta resultados parciais vinculados à oferta de disciplina para o curso de graduação em arquitetura e urbanismo. A disciplina, realizada em 2021 e 2022, propõe, a partir da leitura do lugar e de diálogos com a geografia da religião, mapear e discutir a percepção de moradores e alunos sobre o papel da fé e das instituições religiosas no cotidiano da cidade. Em um primeiro momento, o trabalho contextualiza a distribuição dos grupos religiosos e sua relação com o espaço urbano para, em seguida, publicar o mapeamento realizado e as hipóteses formuladas com ênfase na interface entre religião, análise urbana e leitura do lugar.